Clash mostra restrição de quesitos básicos de liberdade no Egito
O filme dirigido por Mohamed Diab retrata o país após um golpe
Ricardo Daehn
Publicação:05/05/2017 06:01
O Egito de 'Clash' é uma bomba-relógio
“Estou cumprindo ordens!”, detecta um policial imerso numa caótica Cairo. O capítulo seguinte trouxe um golpe e a suspensão da Constituição. Esse momento é o escolhido pelo diretor Mohamed Diab no filme Clash.
Sem engajamento partidário, Diab potencializa a força dramática de Clash. A abstração de sentimentos toma parte dos policiais envolvidos numa agitação ininterrupta, bem captada, ao estilo documental.
Mesmo com as particularidades de cada personagem, Clash coloca os tipos em choque com interesses individuais, para fazer valer o ímpeto da fraternidade. Autêntico na representação, o longa sublinha a situação de restringirem quesitos básicos de liberdade, até como alerta, para um alegórico grupo que, mesmo isolado num camburão, está crucialmente inserido num assustador desgoverno. Um tema bem atual, que rompe barreiras egípcias.