Crítica: Filme 'A mulher do pai' traz cenário gaúcho
O longa tem direção de Cristiane Oliveira
O cinema ambientado ao sul do Brasil rendeu preciosidades do naipe de Os famosos e os duendes da morte (2009) e A intrusa (1979). Faltava uma representação mais efetiva da mulher gaúcha, por vezes, reprimida ou acuada, diante de impositivas normas conservadoras. A lacuna é preenchida por Mulher do pai.
Sem ser panfletária, a diretora Cristiane Oliveira desenvolve nas telas a personagem da jovem Nalu (Maria Galant). A adolescente pouco ouve, além de cobranças, na convivência com o pai, Ruben (Marat Descartes).
Veja a programação de A mulher do pai
Rudimentos de um complexo de Electra entram em cena à medida que o pai, cego, atenta para o aflorar da sexualidade da filha. Entre paisagens captadas com primor pela fotografia de Heloísa Passos (premiada no Festival do Rio, ao lado da diretora e da atriz coadjuvante Verónica Perrotta), Cristiane Oliveira domina a narrativa.