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25/ABR/2024

Confira a crítica de 'O filme da minha vida'

Dirigido por Selton Mello, o longa fala de segredos, cumplicidade e envelhecimento

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Ricardo Daehn Publicação:04/08/2017 06:00Atualização:03/08/2017 16:55

As várias etapas do amadurecimento são mostradas em 'O filme da minha vida' (Vitrine Filmes/Divulgação)
As várias etapas do amadurecimento são mostradas em 'O filme da minha vida'

O enredo de O filme da minha vida, longa dirigido por Selton Mello, cerca Tony (Johnny Massaro) e fala de segredos, crescimento, cumplicidade e, naturalmente, de envelhecimento. 

 

Se há um personagem, na trama do longa dirigido por Selton Mello, assumidamente encantado pela beleza do “início e o fim” de um filme qualquer de cinema, vale ressaltar que, em O filme da minha vida, o esplendor da narrativa se acomoda por toda a narrativa. No todo, o enredo que cerca Tony (Johnny Massaro) fala de segredos, crescimento, cumplicidade e, naturalmente, de envelhecimento. Saída das páginas do romance Um pai de cinema (do chileno Antonio Skármeta), a trama, mesmo desenvolvendo problemáticas dos personagens, não perde de vista a poesia, fabulando em torno de situações que envolvem roubo de sonhos e imortalidade da arte e a perpetuação de legados paternos.

O seio familiar de Toni – integrado, no passado, pelo pai Nicolas (Vincent Cassel, sempre perfeito) – abriga a sofrida mãe Sofia (Ondina Clais) e ainda, numa verdadeira sombra do pai sumido, o conselheiro de Tony, Paco (Mello, também ótimo, na função de ator), verdadeiro confidente, nos piores momentos. “Cara feia não bota ninguém para frente”, diz Paco, num dos momentos marcantes da fita urdida por ótimo roteiro (criado por Mello e Marcelo Vindicato).

Falam bem alto no filme tanto as referências embebidas em cinema, quanto o charmoso ambiente antiquado do interiorano Rio Grande do Sul. Era época do consenso de que que “nada substituiria o rádio”. Gritante ainda é a qualidade da fotografia deslumbrante assinada por Walter Carvalho. Outra parceria reiterada (e acertada) é a de Plínio Profeta, autor da trilha sonora.

Bem mais complexas do que meras pretendentes para Tony, as irmãs Petra e Luna; respectivamente, feitas por Bia Arantes e Bruna Linzmeyer, rendem bem mais do que o ar da graça, em cenas como a ilustrada por Bizet, no pátio da escola. Com desfecho discreto, o filme aproxima a gramática de Selton Mello da mesma do emocional cinema de Giuseppe Tornatore (de Cinema Paradiso).


 

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