'Mudbound: Lágrimas sobre o Mississippi' traz à tona temas importantes
O longa dirigido por Dee Rees tem roteiro afiado, mas trata o racismo com sutileza
Luta de classes, racismo no sul dos EUA, empoderamento feminino, relação entre sobreviventes de guerra, violência, nacionalismo imperialista. Ufa! Esses são os principais temas trazidos por Mudbound: Lágrimas sobre o Mississippi, longa que tem o roteiro indicado ao Oscar e chega neste fim de semana às telas brasileiras.
A diretora Dee Rees enfileira uma série de personagens divididos em diversas paralelas que dividem o protagonismo. Em uma delas, Laura (Carey Mulligan), bastante pressionada a se casar pela família tradicionalista, se une ao bruto Henry McAllan (Jason Clarke) e, mesmo sem ter a menor familiaridade com o campo, se muda para uma propriedade rural à beira do rio Mississipi.
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Ali, ela se vê no meio de uma disputa racista. O sogro dela, Poppy McAllan (Jonathan Banks), humilha os Jackson, família de trabalhadores rurais que mora e dá expediente pesado na propriedade dele. O latifundiário vai fazer de tudo para manter os privilégios dos brancos, usando, inclusive, a influência econômica que tem.
Por outro lado, o filho mais novo de Poppy, Jamie McAllan (Garrett Hedlund), acaba firmando grande amizade com o filho dos caseiros, Ronsell Jackson (Jason Mitchell). Em comum, os dois foram à guerra.
A crítica internacional ressaltou que o racismo em Mudbound: Lágrimas sobre o Mississippi é tratado de uma forma mais sutil, dando igual destaque aos brancos e aos negros na discussão, evitando o maniqueísmo. Para tanto, a diretora tem a importante ajuda de Mary J. Blige, em atuação que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de atriz coadjuvante, como um elo entre as duas famílias.
Com tantos temas áridos, é na beleza da imagem bem tratada e na trilha sonora que Dee Rees busca a sensibilidade. Deu certo: a fotografia do longa e a canção Mighty River completam o quarteto de indicações do longa ao Oscar.