Crítica: Adoção ilegal é tema do filme 'Uma espécie de família'
Longa do diretor argentino Diego Lerman fala de questões como família e dilemas morais
O diretor argentino Diego Lerman, destacado em festivais como Cannes, se mostra um realizador de fôlego, com o drama Uma espécie de família, no qual alia transtorno e sensatez para uma história de nebulosa adoção ilegal. Situada na fronteiriça região de Misiones, a trama alterna medidas e movimentos extremados da médica Malena (Bárbara Lennie), candidata a mãe do pequeno Pedro, com placidez e quietude impressionantes, a cada fotograma.
Vencedor do prêmio de melhor roteiro em San Sebastián, em virtude dividida com a corroteirista María Meira, Lerman traz uma fita repleta de sensibilidade.
Atrizes fenomenais entram em cena para defender o curso do surpreendente enredo. Estreante, Yanina Ávila interpreta Marcela, mãe predisposta a abdicar do filho, em prol do desespero de Malena, aloprada pela busca do direito se ser mãe.
Repulsa, negociatas e dilemas morais batem forte, a cada instante de descoberta da trama, formulada a conta-gotas. Além da maturidade com a qual Lerman filma e trata do tema polêmico, chama a atenção, em Uma espécie de família, a naturalidade do ator Daniel Aráoz (do premiado O homem ao lado), na pele de um médico oportunista.
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