A figura de Maria Madalena é uma das mais misteriosas e controversas da Bíblia. Por isso, não são poucos os cineastas e escritores que se apropriam dela em sua obra. Com direção de Garth Davis (o mesmo de Lion: Uma jornada para casa) e tendo Rooney Mara no papel título, Maria Madalena estreia neste fim de semana na cidade.

 

 

A Maria Madalena das roteiristas Helen Edmundson e Philippa Goslett é, antes de tudo, empoderada, para usar uma palavra da moda. Julgando-se incompreendida pelo mundo machista que a rodeia, ela se sente presa e, ainda jovem, junta-se a Jesus de Nazaré (Joaquín Phoenix) para pregar a palavra de Deus. Com ele, uma frágil e determinada Maria Madalena também encontra o explosivo e questionador Pedro (Chiwetel Ejiofor) e o obcecado Judas (Tahar Rahim).

 

O quarteto de atores colheu vários elogios da crítica internacional, com direito a alguns lamentos pelo fato de Mara e Phoenix não terem concorrido ao Oscar.

 

Vem chamando a atenção o fato de Maria Madalena, o filme, desmistificar a mulher Maria Madelena, vista por muitos apenas como a prostituta que tentou seduzir Jesus, interpretação que o próprio Vaticano rechaça desde 2016. Mais humana, a Maria Madalena de Roney Mara se mostra passível de erros, mas merecedora de louros por parte dos apóstolos e de Jesus.