Crítica: 'Château-Paris' e a busca pela representatividade racial
Longe da seriedade, o longa traz leveza para o assunto

Château-Paris é o filme de estreia da dupla Modi Barry e Cédric Ido e isso fica bem claro: entre a comédia (leve, sem gargalhadas) e o mero registro, a distância, de minorias, na região da estação de metrô Château d’Eau (na França), o filme traz certa indecisão no foco.
Sem idealizar parte da Europa afetada pela crise de refugiados e detectando barreiras para os imigrantes, a dupla de diretores pretende se aproximar de mercados da informalidade, revolvendo traços de etnias e até algo similar ao jeitinho brasileiro, com ambulantes e cabeleireiros que, na base da conversa, resolvem parte da vida.
Confira as sessões do filme aqui.
Nos moldes do pendura e do deixa estar, os personagens (muitos, aliás) transpiram representatividade. Os tipos são como o protagonista Charles (Jacky Ido), que ganha a vida arrebanhando clientes para salão de beleza. Na realidade, entre visitas à barbearia do curdo Mourat (Ahmed Zirek), ele almeja ter o próprio comércio.
Concorrente dele, de forma indireta, Bébé (Eri Abrogoua) pode atrapalhar planos, ainda mais inalcançáveis pelas confusões empilhadas por Dan (Gilles Cohen), o empregador; a agitada dona de salão Djenab (Félicité Wouassi) e Moussa (Jean-Baptiste Aunomon).
Château-Paris cresce muito pela força demonstrada de Sonia (Tatiana Rojo), nada acovardada para crescer na vida.