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20/ABR/2024

Crítica: Dilemas e descobertas da juventude são destaque em 'Com amor, Simon'

A questão da sexualidade é abordada com delicadeza em filme com protagonistas jovens

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Ricardo Daehn Publicação:06/04/2018 06:03Atualização:05/04/2018 16:44
Simon desabafa com as amigas sobre a difícil aceitação dos pais da sexualidade dele
 (Reprodução/Internet)
Simon desabafa com as amigas sobre a difícil aceitação dos pais da sexualidade dele
Há um momento da trama do longa Com amor, Simon em que o protagonista tem que ser lembrado de que uma pessoa não é um “pedaço de carne”. Ao contrário do que se possa pensar, até diante da fase em que Simon (Nick Robinson) manipula o destino de amigos, o rapaz não se apresenta como má pessoa. Imperfeito e acuado, ele é um jovem de “fôlego preso” (como a mãe dele detecta), com a sexualidade aflorando. Simon é gay, mas não sabe se deve deixar isso claro para todo mundo.

Quase 20 anos depois de O clube dos corações partidos, o diretor Greg Berlanti volta à abordagem de romance gay. Para o filme, se baseou em livro da psicóloga Becky Albertalli (Simon vs. a agenda homo sapiens), que trata de descobertas e de tolerância. Calorosamente, Simon se relaciona com amigas como Abby (Alexandra Shipp) e Leah (a talentosa Katherine Langford, da série 13 reasons why).
 
 
Muita coisa muda, entretanto, a partir da hora em que ele é chantageado pelo desvelar parcial de seus desejos homoafetivos. Um dos convites reincidentes no filme, com franco apelo juvenil, é o clamor para que adolescentes socializem de verdade, desplugando a apatia gerada pelos aparatos das redes sociais. Nisso, o vice-diretor interpretado por Tony Hale é fundamental: sem ser chato, se faz ouvir, para que todos se permitam a olhar pessoas nos olhos. E o filme conquista, pela naturalidade com que discute tópicos pertinentes.

Encarando piadas do pai (Josh Duhamel) que graceja dos “frutinhas” e algumas situações que sinalizam relacionamentos prontamente abortados, Simon vivencia a ideia de que “cada dia é uma luta”. Na condução da trama, elaborada com algum suspense em torno da identidade de um pretendente virtual, pesa uma assinatura que relembra boas fitas de amor oitentistas.

Num clima descontraído, há espaço para piadas com Daniel Radcliffe e Kit Harington. Na roda gigante da vida de Simon, repleta de altos e baixos, não é difícil que o espectador não se renda à empatia reclamada por Nick Robinson.
 
 

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