Filme 'A noiva do deserto' conquista pela simplicidade
O filme é dirigido pelas argentinas estreantes Cecília Atán e Valeria Pivato
Ricardo Daehn
Publicação:13/04/2018 06:00
Paulina García brilha em A noiva do deserto
Existe um paralelo possível entre o longa Pela janela e este A noiva do deserto: além do sentimento de descarte, depois de uma vida dedicada a um emprego, as simplórias protagonistas parecem agarrar uma chance de ouro, com a finalidade de se transformar.
Em A noiva do deserto, uma vibrante Paulina García é a tímida Teresa, que vai esbarrar no desconhecido Gringo (Claudio Rissi), num filme com modesto contorno de road movie.
Filme de estreia da dupla de diretoras Cecília Atán e Valeria Pivato, o longa examina — como numa brecha no tempo — o que tinha ficado da opaca vida pregressa de Teresa. Quem parece operar, sem grandes estrondos, nas entrelinhas do enredo é a mítica figura da Defunta Correa — que, depois de supostas peripécias, no século 19, é quase santificada pelos argentinos e é celebrada no filme. Leve, esperançoso e sem muita pretensão, o longa, sem arrebatar, conquista.