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17/MAR/2024

Crítica: À sombra de duas mulheres leva paleta de sentimentos às telas

Filme de Phillipe Garrel trata dos sentimentos com franqueza e honestidade. Leia a crítica

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Ricardo Daehn Publicação:11/05/2018 06:15Atualização:10/05/2018 18:52
Apesar de ser rodado em preto e branco, o clima de À sombra de duas mulheres é quente (Reprodução/Internet)
Apesar de ser rodado em preto e branco, o clima de À sombra de duas mulheres é quente

 
Anterior ao recente Amante por um dia, exibido na cidade há dois meses, À sombra de duas mulheres, de Phillipe Garrel, foi feito há três anos, mas com um olhar que parecia antever movimentos contemporâneos que lutam pela equidade de gêneros. Garrel conta que foi a morte da mãe que o impactou para criar o longa, muito similar, na estrutura, a Amante por um dia.
 
À sombra de duas mulheres é um filme breve e objetivo: trata de cirandas amorosas que envolverão os personagens de Clotilde Courau, Stanilsas Merhar e Léna Paugam, respectivamente, o casal Manon e Pierre, e aquela que poderia ser a pedra no meio do caminho, a estagiária de Pierre, Elisabeth.
 
Mas há honestidade no ponto de partida do longa, em muito valorizado pelo renome do corroteirista Jean-Claude Carrière, que teve filmes assinados por mestres ecléticos como Milos Forman, Héctor Babenco, Andrzej Wajda e Luis Buñuel.
 
 
Se trabalha no preto e branco, o diretor Phillipe Garrel lida com a intensidade de sentimentos, nunca expressos sem cores fortes. Há um discurso de economia que tem cercado o cinema do diretor de O ciúme e Amantes constantes, sempre lembrado como o pai de Louis Garrel — que narra interlúdios neste À sombra de duas mulheres.
 
Transtornados pelas traições, Manon e Pierre — que, no filme, lidam com cinema, entendendo paixões alheias, em filmes documentais — têm, no longa, uma cena que bem representa a dita igualdade para homens e mulheres. Ciente de uma traição da mulher, Pierre detecta estar com “uma estranha”.
 
Lidando com ciúmes e confrontando versões, o roteiro vai fundo. Pierre esbraveja: “Você quer nós dois? Por que fez isso? Foi por prazer?”. Na defensiva, há franqueza em Manon: “Como todo mundo, não sou perfeita”. A cada passo, o filme acentua a curiosidade pelo desfecho, bem coerente, aliás.
 
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