Crítica: 'Paris 8' retrata a paixão pelo cinema
O longa é do diretor e roteirista Jean-Paul Civeyrac
Ricardo Daehn
Publicação:18/05/2018 06:05Atualização: 17/05/2018 17:17
O diretor Jean-Paul Civeyrac reforça ideais da sétima arte
Um aprendizado que parte do preto e branco, numa direção de fotografia que capta de modo exemplar aspectos nostálgicos do cotidiano, e sacramenta vínculos com o passado — tudo isso nutre o longa-metragem Paris 8.
Versado em temas sobre fantasmas, mortes e doses de surrealismo, o diretor Jean-Paul Civeyrac quebra este círculo, no mais recente filme, tratando de renovação e do choque de realidade e de maturidade daqueles que se arriscam no fazer artístico.
Enquanto em Todas essas lindas promessas (2003), Civeyrac cravou a câmera na produção musical, agora, com Paris 8, fala do que mais entende: cinema.
Entre radicalismo e cercado de ativistas, o estudante Etienne (Adranic Manet, bastante crível) perfaz o rito de crescimento, saindo de Lyon, a fim de estudar no norte da capital francesa.
Compartilhando ideias ou quebrando afinidades, entre namoros e amizades, Etienne vive intensamente ao lado de colegas, igualmente pesquisadores de cinema, como Jean-Noël (Gonzague van Bervesseles) e Mathias (Corentin Fila), a quem devota maiores sentimentos.