Entre o carisma e a dura labuta: médium é dissecado por documentário
João de Deus é um documentário que aposta na carismática aura do médium que atende em Abadiânia

O documentário João de Deus — O silêncio é uma prece se não emociona, ao menos surpreende pela eterna disposição de liderar uma corrente a favor do próximo, sem baixar a guarda do senso crítico.
Ainda que, em parte, se assemelhe ao institucional e tenha uma camada de relatos algo superficiais (dada à agilidade de edição), o filme vale pela organização de informações de um homem dedicado ao bem e que expõe um cotidiano de simplicidade, sem ostentar, mesmo tendo projeção de fenômeno internacional. Impressiona ainda a densidade dos registros das operações espirituais promovidas em frente à câmera.
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Tendo como dispositivo a informalidade, o diretor Candé Salles se aproxima demasiado da figura de João de Deus, incapaz de suscitar grandes controvérsias. Claro que pesam, positivamente, relatos e reações de pessoas atendidas (e muitas, curadas), e emocionadas, pela corrente positiva de energias encontradas na Casa Dom Inácio de Loyola (sediada em Abadiânia). O filme zela pela singeleza e serve para reforçar crenças e, acima de tudo, está alinhado à tranquilidade emanada pela figura de João de Deus.