Crítica: Provocativo, François Ozon impressiona no longa 'O amante duplo'
O cineasta confirma virtuosismo em 'O amante duplo' e leva forte elenco às telas
Ricardo Daehn
Publicação:22/06/2018 06:01Atualização: 21/06/2018 17:00
'O amante duplo' teve sessões no Festival Varillux
Irmãs diabólicas (1972), Síndrome de Caim (1994) e até mesmo traços de A marca da pantera (1982) residem no mais novo filme de François Ozon, O amante duplo, estrelado por uma Marine Vacth que está a cara de Nastassja Kinski no auge da beleza.
Junto do talento dela, que na trama do filme vive a desnorteada Chloé, o espectador pode conferir a capacidade mimética do ator Jérémie Renier (habitué dos filmes dos irmãos Dardenne), capaz de se desdobrar nos antagônicos Paul e Louis, dados como irmãos gêmeos.
Baseado em texto de Joyce Carol Oates, o filme mostra as incertezas experimentadas por Chloé, que acolhe severas mudanças não apenas no corpo, mas ainda, um tanto agudas, na mente. A terapia que ela abraça, com certo receio, não se prova tão devidamente saudável.
O trabalho de direção de fotografia de Manuel Dacosse é um espetáculo à parte, no filme que se dá ao luxo de ter Jacqueline Bisset quase como coadjuvante. Com atores de alta voltagem na tela (Vacth e Renier, juntos, soltam faíscas), o mesmo diretor de Swimming pool se confirma um virtuoso provocador, neste filme que concorreu à Palma de Ouro em Cannes.