Crítica: 'Ilha dos cachorros' traz crítica social, com cães cheios de personalidade
O filme mina o destino e a tranquilidade desfrutada pelo eterno %u201Cmelhor amigo do homem%u201D
Ricardo Daehn
Publicação:27/07/2018 06:01
Animação de Wes Anderson tem o pulso forte característico do diretor
Numa história cheia de vai e vem, em termos cronológicos, Ilha dos cachorros comprova que o diretor Wes Anderson não perde tempo em dispor o talento, seguindo a linha da primeira animação que ele dirigiu, há nove anos, O fantástico sr. Raposo. Adulterados por narcolepsia e outros comportamentos transformados, os protagonistas — cachorros que dependem de humores e decisões dos humanos — vivem as incertezas que brotam da saturação na população canina.
Há ainda um agravante: a matilha vive um surto da chamada gripe canina. Também inusitada, a febre-focinho ataca os bichanos. Os cachorros têm como destino o exílio numa colônia distante.
Quem levanta o astral da patota é Chief, espécie de líder, que alerta todos: “Parem de lamber suas feridas!”. Soa como um convite para a adoção de postura menos acomodada. Seguindo e apresentando ao espectador as coordenadas praticamente cartográficas do mundo que cria, o diretor explicita qualidades.
Quem move a trama neste sentido é o jovem humano Atari, disposto a recuperar Spots, o primeiro cachorro despachado para a ilha do título, situada em território asiático.
Confira as sessões disponíveis nos cinemas da capital.