Confira crítica do filme 'Mamma mia: Lá vamos nós de novo'
Continuação do musical traz de volta músicas do ABBA embalando a atmosfera tomada pelo amor
Ricardo Daehn
Publicação:03/08/2018 06:00Atualização: 02/08/2018 17:54
Como de costume, Meryl Streep rouba a cena em 'Mamma mia! Lá vamos nós de novo'
Uma década passada, desde o estouro nas bilheterias, e todo o grupo de artistas do longa Mamma mia! retorna, com novo filme que ganha o intertítulo de Lá vamos nós de novo. Destacam-se o amor, a leveza da atmosfera, e, óbvio, a volumosa quantidade de números musicais inspirados pelos sucessos do grupo pop setentista ABBA.
Andante, andante, Hasta mañana e Fernando estão entre as músicas mais bem encenadas no filme. Quem rouba a cena, como de costume, é Meryl Streep, com uma versão definitiva para My love, my life. Num clima de retrospecto, Bella (o papel de Streep e de Lily James, na juventude) tem muito da vida revista, pela perspectiva da filha dela, Sophie (Amanda Seyfried, que retoma o papel).
Descompromissos de relações amorosas, coletadas como parte das experiências de Donna, e a afirmação de fortes amizades dão a tônica do filme. Há tropeços na direção de Ol Parker, que substitui a cineasta do primeiro longa, Phyllida Lloyd. O pior deles é despersonalizar o conteúdo sensual de When I kissed the teacher. Mas, Parker, do roteiro de O exótico Hotel Marigold, sabe lidar com o elemento mais caro a Mamma mia: o assumir de uma velhice sadia.
O grande mérito do elenco, enfiado nas maravilhas de uma ilha croata, é o de se permitir. Riem de si mesmos. Cher, no papel de uma avó aprendiz, quando chega, aproveita para avacalhar, ciente de quão cafona será cantar Fernando com fogos de artifício ao fundo.
Uma das melhores presenças no elenco jovem é a de Jessica Keenan Wynn, que faz o papel de Tanya, a amiga mais blasé de Donna. Mamma mia segue como bom exemplo de diversão oca, mas bem inofensiva e bastante vibrante.