Em 'As herdeiras', autoestima e autonomia são encontradas no fundo do poço
Drama paraguaio se fartou de prêmios por onde foi exibido
Robson G. Rodrigues*
Publicação:31/08/2018 06:01Atualização: 30/08/2018 18:31
'As herdeiras' ganhou cinco prêmios no Festival de Gramado
Com a herança familiar que as sustentaram por anos acabando, Chela (o trabalho de Ana Brun rendeu-lhe o prêmio de melhor atriz em Berlim) e Chiquita passam a se desfazer dos bens de que ainda dispõem para manter o lar. Esse é o mote do drama paraguaio As herdeiras.
Chela se sujeita às decisões de Chiquita, que esconde da parceira a verdadeira situação financeira em que se encontram. Esconde também as fraudes bancárias que cometia.
A passividade arrastada de Chela contrasta diametralmente com a dominância de Chiquita. A iminente prisão da companheira obriga a amargurada Chela a se virar. Diante da possibilidade de dirigir para senhoras ricas em troca de dinheiro, Chela redescobre a independência. Numa dessas viagens, conhece uma moça mais jovem que a transforma.
O primeiro filme em longa-metragem de Marcelo Martinessi se fartou de prêmios por onde foi exibido. No Festival de Berlim, conquistou o Prêmio Alfred Bauer, destinado a produções que abram novas perspectivas. Encerrado no último sábado, o Festival de Gramado consagrou As herdeiras entre os longas estrangeiros nas categorias melhor filme nos júris oficial e popular, atriz (Ana Brun), direção e roteiro.
* Estagiário sob a supervisão de Vinicius Nader