'Tinta bruta' foi destacado no Festival de Berlim como melhor obra do tema LGBT
Quem assina o filme é a dupla Filipe Matzembacher e Marcelo Reolon, de 'Beira-mar'

Grosso modo, a disputa de território move o longa Tinta bruta, filme que dá sequência na parceria entre os diretores Filipe Matzembacher e Marcelo Reolon, depois de Beira-mar (2015).
Descrito como alguém "incapaz" de fazer amizades, Pedro (Shico Menegat, uma revelação) domina o campo virtual, contornando a solidão e a falta de grana, a partir de shows assistidos por pessoas anônimas como o fã intitulado Casado observador.
Realçada por uma música bastante apropriada e original, a narrativa dá a devida importância ao registro bastante atual de existências achatadas pelo conservadorismo.
O filme consegue equalizar um universo gay que gera reflexão: Pedro tem o protagonismo travado, pelos desdobramentos de um acerto de contas com a sociedade que lhe delimitou uma vida repleta de perseguição.
Uma direção de arte inspirada e atores entregues (com destaque para o coadjuvante Bruno Fernandes, o Guri 25) fazem de Tinta bruta um bom exemplar da expressão da diversidade sexual no cinema.