'Intimidade entre estranhos' é o 11º filme de José Alvarenga; confira crítica
O longa-metragem traz uma gama de forte emoções
Com uma perspectiva quase de teatro, o espectador pode acompanhar uma gama de fortes emoções injetadas no 11º filme de José Alvarenga Jr, Intimidade entre estranhos. Tudo parece naufrágio para os três personagens que se esbarram num condomínio carioca: Maria (Rafaela Mandelli) está em crise no casamento e busca superar a morte de uma parente; Pedro (Milhem Cortaz) tem abandonado o vício da bebida; e o jovem Horário (Gabriel Contente, uma revelação em cinema) se acomoda na rotina, uma série de perdas e frustrações.
Lidar com tanta desgraça poderia inclinar o diretor (que assina o roteiro com o brasiliense Matheus Souza) para os excessos na tela. Não é o que acontece. Se não é revolucionário ou definitivo, o filme traz bons desempenhos dos atores e um enredo bem desenvolvido. Estabelecendo uma ponte entre mundos absolutamente distintos, Maria desprende uma atenção quase maternal ao taciturno Horácio.
É para Maria que o rapaz, pouco a pouco, revela fraquezas e expõe a criatividade que sempre represou. Ágil e intrigante, Intimidade entre estranhos pode ter um título algo escandaloso, mas isso pouco interfere, já que pesam bom gosto e credibilidade dos talentos envolvidos.