Crítica: Sensibilidade e romantismo marcam o longa 'A nossa espera'
Estreia da semana é dirigida pelo belga Guillaume Senez
O que poderia se tornar um circo de sentimentalismo e de sobreposição de dramas, em A nossa espera, por competência de direção e de enredo, não se cumpre. Selecionado para a Semana da Crítica integrada ao Festival de Cannes, o longa do belga Guillaume Senez conta dos esforços para que um pai de família (papel de Romain Duris) leve adiante o cotidiano ao lado dos dois filhos, depois que todos são aparentemente abandonados pela instável matriarca Laura.
Astro do romântico A espuma dos dias (2013), Duris adota uma postura algo inabalável para o protagonista Olivier, na defesa de um dia a dia menos tenso para os pequenos e abalados filhos Rose e Elliot. Contam a favor de sua tenacidade a irmã e atriz Betty (Laetitia Dosch) e a avó interpretada pela convincente Dominique Valadié.
Roteirista do premiado longa de Mathieu Amalric, Turnê, Raphaëlle Desplechin dosa, na trama comandada por Senez, o sofrimento e os desafios da extenuada família com um ambiente de trabalho instável para o pai de família que ainda busca entendimento e justiça dentro do grupo de colegas sindicalizados. O equilíbrio de emoções, a adoção de situações críveis e um comedimento nas lágrimas fazem do filme um entretenimento acima da média.