Em 2012, a crítica e o público se renderam ao drama francês Intocáveis. O longa chegou a ser indicado a importantes prêmios da indústria, como Globo de Ouro e Bafta, além, é claro do César, espécie de Oscar da França. Sete anos depois, Hollywood se rende à melodramática história e faz o remake, agora batizado de Amigos para sempre. A direção ficou a cargo de Neil Burger, o mesmo de Divergente (2014) e O ilusionista (2006). Defendem os personagens principais Kevin Hart e Bryan Cranston e, numa ponta de luxo, Nicole Kidman.

A trama é a mesma da versão francesa: o ricasso Philip (Bryan Cranston) sofre um acidente que o deixa tetraplégico. Eternamente de mal com a vida, ele só reclama dos enfermeiros e cuidadores que o cercam. Por isso, vive mudando de equipe e envolto com a seleção de novos profissionais.

Quando Dell (Kevin Hart) chega para a entrevista, as chances de dar certo são mínimas: ele tem antecedentes criminais (item sempre checado por Philip), acaba de sair da prisão e nunca trabalhou na área. Mas é com ele que o empresário simpatiza. Contratado, Dell tem vários obstáculos pela frente e se desafia a resgatar o gosto do paciente pela vida. É assim que a relação de cuidador/doente se torna uma grande amizade.

São vários as artimanhas de Dell para arrancar sorrisos e gargalhadas do novo amigo — desde coisas simples como uma piada até saltos de paraquedas, passando por um passeio de cadeira de rodas em “alta velocidade”.

 

A crítica internacional torceu o nariz para alguns detalhes de Amigos para sempre. O longa chegou a ser acusado de “americanizar” o roteiro — isso pela imprensa de fora dos EUA, naturalmente. Mas é quase unânimidade que, assim como em Intocáveis, a química entre os dois protagonistas é imediata, o que é essencial para que o público seja fisgado. O ponto é que Amigos para sempre passa mais perto de um novo filme sobre uma velha ideia do que de um remake.