'Dogman': Confira a crítica do filme italiano
Produção foi premiada em Cannes
Ricardo Daehn
Publicação:22/02/2019 06:00
A violência bestial é tema de 'Dogman', filme italiano premiado em Cannes
Poucos diretores atuais gozam de carreira com tanta visibilidade quanto Matteo Garrone, numa escalada de sucesso desde 2008, quando Gomorra faturou o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes. O cineasta italiano já conquistou cinco vezes a candidatura à Palma de Ouro.
Numa linha contrária, de nenhuma aceitação, o protagonista de Dogman é Marcelo, dono de uma pet shop localizada em zona erma italiana vivido por Marcello Fonte que, merecidamente, conquistou o prêmio de atuação em Cannes. Ao lado dele — ou melhor, muito contra Marcelo — está o contraventor Simone (Edoardo Pesce), embrutecido ex-boxeador em decadência.
Tal qual um cachorro sem dono — “Ninguém mais gosta de mim”, chega a declarar — , Marcelo fica assolado por um isolamento, numa região cada vez mais empobrecida. Em meio a relações sociais progressivamente frágeis, o ex-zé-ninguém azeda sentimentos de abandono e se demonstra acuado, na relação de amizade abusiva com Simone.
Condutor de uma violência mordaz, o diretor Matteo Garrone se esbalda no grafismo da falta de compaixão e especialmente na bestialidade que habita muitas pessoas. O desfecho soa como um verdadeiro soco no estômago.