No longa assinado por Richard Eyre (mesmo diretor de Iris), brilham atores como Emma Thompson e Stanley Tucci

Doze anos depois da morte, a dama romântica e esperta Deborah Kerr (de filmes como Além da eternidade) parece ter uma fiel seguidora nas telas: a brilhante Emma Thompson. Profundidade e capacidade cênica coroam a atriz que interpreta a juíza Fiona Maye, na adaptação para o cinema feita por Ian McEwan (Desejo e reparação) para uma obra literária dele mesmo.

Se o texto peca, pela redundância de reafirmar situações que o espectador só não presenciou se tiver ido ao banheiro, ele igualmente não deixa de ser comovente, em outras tantas passagens do impasse causado por um núcleo familiar de Testemunhas de Jeová disposto a impedir uma transfusão de sangue, diante de suposta adulteração de “um presente de Deus” (o sangue de cada um).

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Prevalece certa atmosfera de teatro, no longa que traz uma cruel cena final, sem nenhuma fala. Dona de uma cultura invejável, Fiona se torna mais do que uma inspiração (junto com a bagagem de poesia e música que ela carrega) para o menino interpretado pelo promissor Fionn Whitehead (ator que participou de Black mirror e de Dunkirk). Stanley Tucci (O diabo veste Prada) também se mostra magnético, num papel menor.

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