'De pernas para o ar 3' tem a visão feminina como protagonista
Longa conta com roteiro de Ingrid Guimarães e direção de Júlia Rezende
No primeiro longa da franquia brasileira De pernas pro ar, Ingrid Guimarães brincou com o prazer sexual feminino derrubando os tabus contra os brinquedos sexuais ao interpretar Alice, mulher que, após ser abandonada pelo marido e demitida do trabalho, começa a investir no mercado de sex shop e descobre o prazer com um vibrador.
Na segunda fita, a narrativa falou da independência da mulher quando Alice alçou voos mais altos profissionalmente. Agora, no terceiro e provavelmente último filme da saga, a franquia adota uma linha mais madura e retrata dilemas da vida feminina, sob o ponto de vista da visão contemporânea.
A história se passa anos depois do início da Sex Delícia. Alice tem viajado o país ao lado da mãe Marion (Denise Weinberg), expandindo os negócios da rede. Ela está realizada profissionalmente, porém, não na vida pessoal.
O sucesso da marca fez com que ela perdesse momentos especiais ao lado do marido João (Bruno Garcia) e dos filhos Paulinho (Eduardo Mello) e Clarinha (Duda Batista). Querendo recuperar o tempo perdido, ela decide deixar a empresa e entregar o comando para a mãe.
Mas retornar à vida pacata de dona de casa não é um desafio fácil. Alice se vê em um dilema comum às mulheres: equilibrar a vida pessoal e a profissional para se sentir realizada em ambas. Em meio a tudo isso, a protagonista precisa lidar com a chegada de uma concorrente ao mercado: a jovem Leona (Samya Pascotto), que cria uns óculos de realidade virtual que prometem ser uma nova sensação. E é nesse momento que o filme debate um dos temas mais atuais: a sororidade.
De pernas pro ar 3 é um filme com uma visão bem mais feminina do que os anteriores e isso se deve ao momento atual, mas, principalmente, à presença de mais mulheres na produção. A direção agora é de Júlia Rezende e o roteiro é encabeçado pela própria Ingrid Guimarães.
É uma produção que funciona com todos os públicos, até porque o humor característico da saga está lá, apesar de dividir as cenas com uma carga um pouco mais dramática e madura, o que faz muito bem à produção.
O terceiro longa da saga é de longe o melhor. A história de Alice ganha mais força e se abre em um contexto contemporâneo, o que leva tanto à reflexão como à gargalhada. A busca pelo prazer, que era o tema principal do primeiro filme, também é lembrado em uma das cenas mais engraçadas da produção, que conta com a participação de luxo de Cauã Reymond.
Confira o trailer