'After' tem roteiro frágil e banalizado pela objetividade
Filme de Jenny Gage é adaptação do livro de Anna Todd
Retratar a volta à realidade depois de experimentar um grande amor está entre as pretensões descritas pelo livro de Anna Todd que ganhou adaptação pela mãos da diretora Jenny Gage no longa After.
As dificuldades do primeiro amor, namoro às escondidas e a necessidade de escolhas fazem parte do combo apresentado para os protagonistas, a ainda pueril Tessa (Josephine Langford) e o ferido e misterioso Hardin Scott (Hero Finnes Tiffin).
Eles se encontrarão na faculdade, ponto para que Tessa comece a se soltar dos olhos da dominadora mãe Carol (Selma Blair) e do modelo de perfeição personificado pelo próprio namorado, Noah (um por demais “certinho” Dylan Arnold).
Longe de uma redoma de proteção, Tessa teria de tudo para desabrochar. E, sim, tudo no frágil roteiro de After vem balizado pela obviedade. Ataques de ciúmes, encontros num ponto sagrado de Hardin e discussões bastante rasas sobre literatura tomam forma no longa que tem um bom nível de cenas sensuais que nunca perdem a linha.
O detalhe é que Hardin tem traumas do passado no lombo, mas, dado o comedimento gráfico da diretora, não se pode declarar After como um pretenso 50 tonzinhos de cinza.
Com algumas mudanças bruscas no estilo de vida, os tipos centrais testam a inteligência do público e, com esse defeito, pesa ainda o traçado previsível de todo o enredo. Com um filtro de exagerada inocência, é possível notar a comunicação direta do filme com o público de nicho, integrado por moças a meio caminho da puberdade.
Entre as personagens mais instigantes está Steph (Khadijha Red Thunder), a descolada colega de quarto de Tessa. Já o inusitado galã Hero Finnes Tiffin fica a meio caminho do bad boy e do mero modelo inexpressivo. Saudades, mesmo, é de James Dean e seu Juventude transviada.
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