Brasília-DF,
26/ABR/2024

Documentário 'Varda por Agnès' é o último filme produzido pela diretora Agnès Varda

Produção traz impressões da própria cineasta sobre os trabalhos realizados por ela durante a carreira

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Ricardo Daehn Publicação:10/05/2019 06:01Atualização:09/05/2019 17:31

Varda por Agnès revê a vida e a obra de uma das criadoras da Nouvelle Vague
 (Reprodução/Internet)
Varda por Agnès revê a vida e a obra de uma das criadoras da Nouvelle Vague

Há pouco mais de 40 dias, o mundo perdeu das artistas irretocáveis: a cineasta belga Agnès Varda, sempre lembrada como documentarista, mas ainda artista plástica, fotógrafa e, acima de tudo, uma mulher realista. Aos 90 anos sabia que a morte a rondava e deixou um testamento para todo e qualquer cinéfilo que se preze. É ela, crítica, simpática, lúcida, e nunca petulante, quem descreve e ilustra o combustível de suas criações: tudo veio pelo estímulo da descoberta, pelos contrastes entre realidade e representação (no cinema), além do, admitido, ponto máximo da curiosidade — saber do outro. Tudo isso está no documentário Varda por Agnès, assinado pela própria cineasta, que reviu a vida e a obra.

 

Numa cadeia simples de produção e de intenções junto ao audiovisual — Varda lista a sistemática de se sentir mobilizada por um tema, de imaginar o desenvolvimento do filme e de compartilhar o produto com o público —, a cineasta destaca o potencial de sua arte, “que atravessa culturas e épocas”. “Rechonchuda e falante”, como se diz, ela celebra, filme a filme, encontro com pessoas que a desconcertaram, na mesma medida em que a fascinaram.

 

Confira as sessões! 

 

Nome único feminino que despontou na Nouvelle Vague francesa, a diretora disseca saborosos episódios nos bastidores de longas como Cléo das 5 às 7 (1962); Jacquot de Nantes (1991), em que a viúva cantou a saudade pelo marido Jacques Demy e Visages, villages, recente documentário, absurdamente criativo, em que se aliou, por enorme afinidade, com o fotógrafo (e codiretor) JR.

 

Envolvimentos com sem-teto, pessoas despejadas (presentes até em ficções dela, como Os renegados, de 1985), filmes coloridos e belos como As duas faces da felicidade (1965), a caminhada como fotógrafa — tudo está em Varda por Agnès. Entre aulas de sensibilidade e de comprometimento, é hilário ver Varda comentar do fracasso de As 101 noites (1995), repleto de astros de imensa estatura e que teria sido um marco para comemorar o centenário do cinema. No final, fica a emoção de ver “um borrão”, desaparecendo na telona. Emocionante.

 

Assita ao trailer de Varda por Agnès 

 

 


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