Brasília-DF,
25/ABR/2024

Crítica: 'Fênix Negra' convence, apesar da atuação morna de Sophie Turner

Novo filme da franquia X-Men convence ao trazer como protagonista uma mulher que luta contra poderosos vilões

Diminuir Fonte Aumentar Fonte Imprimir Corrigir Notícia Enviar
Ricardo Daehn Publicação:07/06/2019 06:05Atualização:06/06/2019 18:21
Nem a morna atriz Sophie Turner apaga o brilho da personagem título de Fênix Negra (Fox/Divulgação)
Nem a morna atriz Sophie Turner apaga o brilho da personagem título de Fênix Negra


De tão clichê, o empurrar, escada abaixo, de algum personagem no cinema passa por uma reformulação completa, quando o assunto é a mais nova aventura dos X-Men na telona, Fênix Negra. Em crise interna forte, a personagem Jean Grey (a estrela de GoT, Sophie Turner) — telepata mor dentro do universo dos super-heróis da Marvel — tem poder de mover montanhas, fazendo o seu mentor, o famoso professor cadeirante Xavier (James McAvoy), andar escada acima, numa das impactantes cenas da aventura dirigida por Simon Kinberg.

Quase em transe, a Jean construída no filme, apesar da morna interpretação de Turner, reabilita a memória de quem leu a clássica saga dos quadrinhos adaptada agora para os cinemas, depois de chegar às bancas, no ano de 1980, por meio da dupla Chris Claremont e John Byrne.
 
No passado, uma oponente do ardiloso Magneto (Michael Fassbender), a bondosa Jean Grey (a Fênix) perde o juízo, incrementa a grandiosidade de seus poderes, e, num crescente, se isola dos demais colegas da equipe de X-Men, a fim de aplainar uma crise interna, depois de passar por uma desastrada missão espacial. Fênix Negra, envolto num clima soturno e algo desolador, desperta uma comparação pertinente com o bem-sucedido filme Logan, capítulo decisivo da trajetória do heroico e raivoso Wolverine (para sempre associado aos X-Men).

O filme novo, que trata de jogos de egos e do incremento no potencial e relevância de alguns heróis mutantes, parte de 1992, quando do lançamento do ônibus espacial Endeavour. Superação de expectativas, desafio da autoridade mantida por Xavier, perante o grupo, e fortes provas de amizade (com rebeldia e contestações) habitam o roteiro assinado pelo próprio diretor Simon Kinberg.
 
 

Mesmo estreante, ele comanda cenas de batalhas de tirar o fôlego (e outras vezes, quase constrangedoras — caso das metralhadoras que levitam) e baixa, acertadamente, a bola de personagens engraçadinhos (especialmente, Mercúrio, feito pelo ator Evan Peters). Em compensação, Kurt (o Noturno, interpretado por Kodi Smit-McPhee) está muito presente na ação. Traumas, que dão direito à incursão por imagens deslumbrantes — quando Xavier apela para o ambiente invasivo do artefato denominado Cérebro — trazem momentos definitivos para a produção.

A ampliação de desejos e dores para personagens femininos dá fundamento a muitos fatos narrados em Fênix Negra. Num círculo em que há mulheres de poderes quase ilimitados, uma personagem, por exemplo, reclama um novo batismo para o grupo, ironizando, com uma proposta de “X-Women”. Enquanto Tempestade (Alexandra Shipp) fica meio apagada, a presença de Mística (Jennifer Lawrence) chega em alta voltagem, ao filme. Apesar de protagonizar um abraço cênico que desafia a essência de Fênix, a vilã (por sorte, dimensionada numa escala equalizada), protagonizada por Jessica Chastain, não convence.

COMENTÁRIOS

Os comentários são de responsabilidade exclusiva dos autores.

CINEMA

TODOS OS FILMES [+]

EVENTOS






OK

BARES E RESTAURANTES