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19/ABR/2024

Novo Homem-Aranha traz o bom humor de um herói

No novo filme da franquia Homem-Aranha, o protagonista surge desastrado e esquisito

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Ricardo Daehn Publicação:05/07/2019 06:00Atualização:04/07/2019 18:01
Tom Holland continua dando vida ao personagem criado por Stan Lee (Sony Pictures/Divulgação)
Tom Holland continua dando vida ao personagem criado por Stan Lee

A realidade aumentada é apenas um elemento no novo filme de Homem-Aranha (interpretado pelo empático Tom Holland), novamente sob o comando de Jon Watts e que traz o autoexplicativo subtítulo Longe de casa. Com o destino voltado para uma excursão de escola, pela Europa, o herói, entre coloridos campos de tulipas e adoração por playlist com Led Zeppelin, terá que conviver com diversões interceptadas pelo peso da responsabilidade que adquiriu.

Desastrado e pouco afeito à postura de herói, Peter Parker — retratado na versão original, e adolescente dos quadrinhos de Stan Lee — ainda sofre com o abalo da morte do Homem de Ferro, dono de heroísmo que o fisgou como espécie de pupilo. Outro motivo de crise para o jovial Parker está na convivência com as “pequenas esquisitices” da pretendente (e pretensiosa) Mary Jane (a inexpressiva e mecânica Zendaya). Partindo do retrato de uma devastada Ixtenco (no México), em que um ciclone “teria rosto”, pelo testemunho de terceiros, não demora para a fita apresentar os vilões chamados de Elementais (e que introduzem o potencial de estragos que podem estar contidos em fogo, ar, água e terra).
Relutante, o protagonista adentra um universo descontraído e que destoa do climão de enterro exposto em Vingadores: Ultimato do qual o filme é derivado. A identidade de Homem-Aranha, a todo momento, ficará sob risco, em Longe de casa. A tal ponto de ser confundido, usando um uniforme improvisado, com um inexistente “Macaco Noturno”, herói de ocasião propagado pela mídia. Ciúmes, professores com ares de bufões, demissões, quebra de confiança e decepções também pavimentam a nova fase do universo Marvel. Tudo deriva da queda de alguns dos Vingadores.

A visão de um Homem-Aranha que se resuma a “um garotinho assustado, metido numa fantasia”, como destaca Quentin Beck (o vilanesco papel de Jake Gyllenhaal), não está, de todo, errada. Beck, na verdade, se insere na trama com ares paternais. As descobertas da vida e as estripulias estudantis combinam e bem encaixam na verve piadista do diretor Jon Watts. Mas pesam mesmo na composição do filme, e dos poderes de Mysterio (que traz cenas muito significativas), as oportunidades de investida na metalinguagem caracterizada (e combinada) com o princípio da ilusão criada pelo cinema. Falsas imagens, paranoia e um exército de drones criam a interessante realidade paralela formadora da espinha-dorsal do filme Homem-Aranha: Longe de casa.

 

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