Niilismo, bullying, deboche e ameaças marcam filme 'O professor substituto'
Num misto de sonho e pesadelo, um professor substituto enfrenta uma turma contestadora e insensível nesta adaptação do romance de Christophe Dufossé
Ricardo Daehn
Publicação:26/07/2019 06:06Atualização: 26/07/2019 12:16
O filme é uma adaptação para as telas de um romance escrito por Christophe Dufossé
Entre educar e doutrinar existe abissal distância, e isso está em jogo nessa adaptação para as telas de um romance escrito por Christophe Dufossé. O filme dirigido por Sébastien Marnier começa com cena chocante: um professor comete suicídio na frente dos alunos. Contestadora e insensível, parte da classe será um desafio para o recém-chegado professor substituto Pierre (Laurent Lafitte).
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Há um niilismo operante, no estranho grupo que louva, por exemplo, nas músicas cantadas em coro, "o dinheiro de graça". Juntos, os adolescentes, bastante precoces na sisudez, parecem integrar um movimento. Daí, saltar à cabeça as comparações com os jovens, diabolicamente associados, em tramas de filmes como O senhor das moscas (1990) e A onda (2008). Disciplina se junta a ameaças, a deboche e a um misto de sonho e pesadelo. Mas Pierre, ainda que se sentindo invasor de uma sociedade adulterada, vê a insegurança instalada na vida, aos moldes de perfeição, que envolve personagens como Apolline (Luàna Bajrami) e Dimitri (Victor Bonnel).
A falta de horizontes é apenas um dos graves problemas sondados por Sébastien Marnier, no filme que desemboca em forte suspense e alguns elementos intrigantes como o bullying revelado em cima de Brice (Thomas Guy). Em tempos de desafios de internet, entre jovens desesperados por popularidade, O professor substituto ecoa como mais do que um alerta.