Brasília-DF,
25/ABR/2024

Novo Woody Allen tem protagonista emotivo e inseguro

Com Elle Fanning e Timothée Chalamet no elenco, filme traz a instabilidade em meio a uma cerimônia de casamento

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Ricardo Daehn Publicação:22/11/2019 06:04Atualização:21/11/2019 19:31
Timothée Chalamet e Elle Fanning em cena do mais recente filme de Woody Allen (Imagem Filmes/Divulgação)
Timothée Chalamet e Elle Fanning em cena do mais recente filme de Woody Allen

Da indisposição para o casamento, ainda que a cerimônia esteja marcada, à celebração da hostilidade e da paranoia alheia, passando pelo entoar de um clássico intimista do porte da jazzística Everything happens to me — como de costume — há instabilidade constante na galeria dos personagens do mais recente filme de Woody Allen, Um dia de chuva em Nova York.

Emotivo, inseguro e nefelibata, o protagonista da comédia é Gatsby (Timothée Chalamet), que começa, num tom de arredo à Allen. Por sorte, isso não se estende. Não demora, ele ganha vida e dilemas próprios: quer agradar a todo custo a namorada interiorana Ashleigh (Elle Fanning), numa viagem que coloca essa jornalista amadora na cola de Roland Pollard (Liev Schreiber).
 
 

Ainda que criado num ciclo que lhe reserva “educação apropriada”, Gatsby gosta mesmo é de se arriscar no pôquer; já Ashleigh se revela deslumbrada; não com a visão do Central Park (perto do hotel), mas com o mundo do cinema que a aproxima do astro de sangue latino Francisco Vega (Diego Luna, que tira onda da trajetória de Antonio Banderas) e do roteirista Ted Davidoff (Jude Law).

Davidoff, por sinal, se ajusta humoradamente à traição da esposa, já que ela fica com o melhor amigo dele, tão identificado com Ted, que “usa tanto o (seu) pós-barba quanto a esposa”. O universo é assim, cortante, na cabeça de Allen: exemplo está numa das mulheres do filme que compara um homem “à segunda melhor coisa, depois da pílula do dia seguinte”.

Breve piada com suicídio, fugas de parentes e amantes julgados por notas... Entre tudo isso, vale a atenção do protagonista de Allen: jovem excêntrico, gosta de hotel com piano bar e admira uma era que não existe mais, repleta de valores esquecidos. Ainda que o final do filme seja agudamente preguiçoso; o longa vale muito, em especial, pela cena que desvenda a origem dos “genes do submundo” que carrega. Quase uma homenagem de Allen ao majestoso diretor Elia Kazan (de Vidas amargas).
 
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Tags: cinema

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