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25/ABR/2024

'Uma vida oculta' apresenta uma nova história do período nazista da Alemanha

A história de um homem que reluta ferrenhamente a entrar no exercito do terceiro Reich

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Ricardo Daehn Publicação:28/02/2020 06:15Atualização:27/02/2020 19:41
Em cena do martírio pelo qual passa o personagem Franz Jagerstatter, em 'Uma vida oculta', estão os atores August Diehl e Valerie Pachner (Fox Searchlight/Divulgação)
Em cena do martírio pelo qual passa o personagem Franz Jagerstatter, em 'Uma vida oculta', estão os atores August Diehl e Valerie Pachner

 
Ex-professor de filosofia e um dos diretores mais exigentes com relação ao esmero visual, ainda em atividade no cinema contemporâneo, o diretor Terrence Malick tem estilo inconfundível nas abordagens.

Concorrente ao Festival de Cannes (em edição na qual perdeu prêmios para a coqueluche sul-coreana Parasita), Malick está à frente de Uma vida oculta, que segue os enredos densos, com edição toda picotada e saltos de diálogos que o caracterizam, além de imantar a tela com a onírica carga espiritual que, vira e mexe, impulsiona seus filmes.

A trama do novo longa parece mostrar um lado B para a paternidade que, em A árvore da vida (dirigido por Malick, em 2011), ganhou feições ásperas e ancoradas em opressão. Em Uma vida oculta, pesa a dedicação do pai pacifista austríaco Franz Jagerstatter (interpretado por August Diehl), incapaz de, em meio aos chamados esforços de guerra, jurar fidelidade a Adolf Hitler.
 
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Cabe à esposa dele, Fani (Valerie Pachner), criada num desolador (mas idílico) meio rural, ao lado de três filhas, a qualidade da resiliência. O casal atravessa todo o filme encarando opressão religiosa, intolerância social e uma drástica readequação no estilo de vida. Baseado no martírio real de um homem que viveu na pequena St. Radegund, o filme ainda passa por locações em Enns e em Berlim.

Resistência


Dono de invejável filmografia que inclui os também rurais Terra de ninguém (1973) e Cinzas no paraíso (1978), Malick recorreu à definição do autor George Eliot para o idealismo (que fundamenta a obra Middlemarch) para dar título a Uma vida oculta. O trecho do livro de Eliot citado no filme sublinha o repouso, em cemitérios, daqueles que viveram vidas ocultas, mas que deram sustentáculo à resistência, por atos pessoais extremados.

No novo filme, um dos detalhes reside na breve atuação de Bruno Ganz (visto em Anjos do desejo e em A queda! As últimas horas de Hitler), no seu último filme de ficção, depois de 60 anos de atuação (ele morreu em 2019). Ganz interpreta um juiz nazista. Impossível também não se impressionar com a direção de fotografia de Jorg Widmer (o mesmo do documentário de Pina Bausch assinado por Wim Wenders).

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