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27/DEZ/2024

Aproveite o melhor da comida peruana

Coluna FAVAS CONTADAS faz um tour pelos costumes voltados para a culinária peruana

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Liana Sabo Publicação:30/10/2015 06:00Atualização:29/10/2015 18:18

David Lechtig, Marco Espinoza, Jhon Ccolque e Cezar Nizama
 (Ed Alves/CB/D.A Press)
David Lechtig, Marco Espinoza, Jhon Ccolque e Cezar Nizama

Nunca antes nesta cidade o sabor peruano esteve tão presente como neste momento. Nos últimos dias, Brasília viu acontecer o primeiro festival de ceviche, no Clube do Exército; a inauguração do El Point Peruano, no Deck Sul; a estreia do chef cusquenho Jhon Ccolque no restaurante Inácia, na 103 Sul, e a apresentação do novo cardápio do Taypá, na QI 17 do Lago Sul, onde teve início, há cinco anos, a onda gastronômica do Peru na capital.

País de enorme diversidade biológica — 3.500 variedades de batata, mais de 200 de milho, inclusive o roxo; 50 tipos de pães, além de berço da quinoa, um grão nutritivo visto como alternativa para combater a fome no mundo — o Peru levanta a bandeira da gastronomia, uma ferramenta social capaz de melhorar a vida de seus habitantes. Não sem razão, Lima bateu São Paulo na disputa do título de capital gastronômica da América Latina.

Principal responsável por essa performance, o peruano Gastón Acurio é tido como um Kennedy latino, tal o discurso político do chef limenho, que mantém restaurantes em 11 países do mundo. Uma vez, ao lançar novo projeto em sua terra, apontou para duas camponesas em trajes típicos andinos, que desceram a montanha para prestigiar o ídolo, e disse: “A última vez em que pessoas como elas pisaram neste lugar foi como escravas. Hoje, elas são as homenageadas”.

Império sofisticado

Na ânsia de vencer, cozinheiros bem formados no país andino têm vindo a Brasília desde que Marco Espinoza plantou aqui seu quartel-general. Com ele, trabalham no Taypá cerca de 10 peruanos. No fim de semana vieram mais três, “um reforço para lançar o novo cardápio”, justifica o chef, que tem casas no Rio de Janeiro, em Niterói e agora também em Porto Alegre.
Cordeiro em crosta de quinoa do Chef peruano Marco Espinoza Restaurante Taypa
 (Fabricio Rodrigues/Divulgação)
Cordeiro em crosta de quinoa do Chef peruano Marco Espinoza Restaurante Taypa

O império de Espinoza começou quando a casa, com apenas sete meses, foi declarada o melhor restaurante peruano do Brasil. O título, dado pela Embaixada do Peru em 2011, serviu para alavancar uma culinária que Brasília pouco conhecia.

Duas vezes por ano, o restô dirigido pela sócia-proprietária Ivone Espiñeira troca o menu. No atual, há grandes destaques a começar por um hambúrguer de camarão, maionese de camarão, ketchup de pimentão e chips de batata-baroa (R$ 46,80).

Também o ceviche inova com truta, tangerina e cogumelos (R$ 58,80), enquanto o tiradito vem com salmão chimichurri, creme de pimenta-amarela, salada de batatas e alcaparra. Molho de cogumelos e pimentas rega pescado em tempurá (R$ 74,80) e um soberbo cordeiro apresenta o carré grelhado em crosta de quinoa (R$ 87,60). Até 8 de novembro, a casa sedia o Peru Week, com menu a R$ 82. Telefone: 3248-0403.

 

 

Ceviche premiadíssimo!

Ceviche é de longe a iguaria mais representativa da culinária peruana. Tem origem simples: surgiu como comida dos pescadores, que adicionavam apenas sal ao peixe cru, acentuou o embaixador do Peru, Jorge Bayona, ao abrir o festival de ceviches, no último sábado. Mais tarde, foi-lhe acrescentado o limão, responsável pelo cozimento do pescado. Assim, chegou aos melhores restaurantes do mundo em inúmeras variações.

 (Rafael Lobo/Zoltar Design)

A despeito de alguns problemas decorrentes do improviso, que marcou a realização do festival, no qual todos os cinco quesitos tiveram o mesmo peso — tipo, sabor e apresentação valeram um ponto cada — o resultado consagrou justamente um candidato de raíz, o chef que, na última terça-feira, lançou pratos novos no Inácia. Com peixe branco, camarão e polvo temperados com leche de tigre, e um toque de pimenta-vermelha, John Ccolque, 24 anos, desbancou 13 concorrentes com uma receita. “Especialmente desenvolvida para o concurso e agora incluída no cardápio”, comemora o vencedor de origem inca.

Preço atraente

Aberto há cinco anos com uma pegada francesa, como sugere o nome, o Inácia Poulet Rôti era focado em aves, especialidade da primeira chef, Alexandra Alcoforado, formada na escola Le Cordon Bleu, de Paris. Ultimamente, a casa diversificou o menu com carnes e agora, no estilo bistrô, abre-se para preparações peruanas com a chegada do novo chef.

Ccolque imprimiu sua assinatura em pratos como o sirigado à moda tacu tacu, o ratatouille com tartar de quinoa e a sobrecoxa desossada Rudecinda — uma homenagem à mãe falecida em abril. Consta do frango recheado com três queijos e alho assado, com legumes grelhados e purê de batatas rústico (R$ 78).

Outro prato delicioso é o peito de marreco ao molho rôti com purê de queijos brie e coalho, com opção de pirão de quinoa por R$ 75. “Vai bem com o prato o Chateau La Croizille”, recomenda Luis Carlos Alcoforado, proprietário da casa. No almoço, você pode gastar menos se escolher o menu executivo da semana, que termina nesta sexta, com salada verde na entrada, peixe à delícia e petit gâteau — tudo por R$ 50. A partir de segunda e até a próxima sexta, a pedida é salada tropical, carne de sol com arroz de leite e macaxeira e tortinha de limão com espuma de açúcar. Telefone: 3225-4006.

O point dos latinos

 (estobar/Divulgaçao)
Com apenas 20 dias de funcionamento no Deck Sul (QI 11), El Point Peruano já disse a que veio. Tornou-se ponto de encontro da comunidade latina, que nos fins de semana desfruta da típica cozinha andina, do pisco sour e da música. E até ensaia passinhos de dança. Responsável pelo espaço é o casal Bertha Atoche e Dandy Abadie, ele experiente promotor de eventos.

Quando decidiram abrir um restô, eles foram a Lima buscar o chef e trouxeram o jovem Cesar Nizama Cordova, 28 anos, que participou do primeiro festival de ceviche. O prato é servido, como entrada, ao lado de causas e tiraditos. “Os principais mais pedidos são lomo saltado (filé-mignon, arroz e fritas), por R$ 40, e aji de gallina (frango desfiado, queijo fresco e pimenta-amarela), por R$ 35”, informa Dandy. Telefone: 3248-0197.



Celebração cheia de sabor


Ao contrário da tradição anglo-saxônica, que prega tristeza no Dia dos Finados, no México o Dia de los Muertos é uma verdadeira festa, pois marca a passagem da alma para um mundo melhor. Quem comemora a data, há 20 anos, é David Lechtig, primeiro chef peruano a se instalar em Brasília. No comando da rede El Paso, que ocupa três endereços (404 Sul, 110 Norte e Terraço Shopping), o pioneiro das caçarolas oferece menu típico da América Latina.

 (El Paso/Divulgação)

São molhos picantes, batatas, pimentões, tortilhas com guacamole e carnes bem temperadas, como a de porco que recheia pimentão-verde, a costelinha assada com barbecue e o filé flambado com tequila, além de frango e camarões. Inusitado é o pan de muerto, adocicado e com decoração em formato de ossos. Bufê de iguarias, inclusive sobremesa, por R$ 51,90.

Tapas com um toque andino


A Espanha tem na gastronomia um petisco (ou muitos) único no mundo. São as tapas, que se degustam antes da refeição acompanhadas do drinque preferido.

A fim de preservar a tradição, o governo espanhol decretou o último 24 de outubro o Dia Internacional de La Tapa. Nada menos do que 21 tapas foram à mesa da Embaixada da Espanha no último sábado. E sabem o que eu descobri? É lá que se esconde um dos melhores chefs peruanos de Brasília: Walter Pena

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