Brasília-DF,
17/MAR/2024

Confira opções gastronômicas com pimenta para espantar a negatividade

Em Brasília, vários restaurantes trabalham com a especiaria e reza a lenda que as pimentas são um ótimo amuleto contra o azar

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Renata Rios Lucas Batista* Maria Baqui* Publicação:13/03/2020 06:01Atualização:12/03/2020 19:46
A pimenta-rosa é um ingrediente bastante aromático utilizado nos drinques do Manifestare (Rayan Ribeiro /Divulgação)
A pimenta-rosa é um ingrediente bastante aromático utilizado nos drinques do Manifestare


A pimenta é uma fruta, mas, na gastronomia, ela ganha o título de especiaria e é usada para realçar sabores, além de agregar um toque picante às receitas. Reza a lenda que as pimentas são também um ótimo amuleto contra o azar. Ela é usada contra energias negativas, mau-olhado e inveja, ou seja, nada mais apropriado para uma sexta-feira 13. Confira uma seleção de pratos utilizando este precioso ingrediente que o Divirta-se Mais separou para manter o astral lá em cima.

A história da pimenta começa por volta de 7 mil anos antes de Cristo.  Estudiosos relatam que esse insumo teria aparecido primeiro na América Central e, deste continente, ganhou o mundo, principalmente no tempo do descobrimento, pelo portugueses e espanhóis que espalharam a especiaria nos demais continentes.

Entre as culturas, este ingrediente aromático e cheio de sabor foi integrado e passou a fazer parte do paladar de diversas gastronomias. Exemplos não faltam na gastronomia indiana e em algumas culturas asiáticas. A comida mexicana é outra que marca, afinal, as pimentas fazem parte da cultura e história do local. Um exemplo vindo do país da América Central é a jalapeño.

No Brasil, ainda podemos ver o uso deste ingrediente em diversas culinárias, a mais marcante pela picância é a baiana. A pimenta é parte fundamental dessa gastronomia e figura em receitas como o acarajé. Para quem prefere uma receita menos picante e mais aromática, a pimenta-de-cheiro dá um toque suave e cheio de aromas para qualquer receita.

Vale ainda comentar que a pimenta é um termogênico natural, que é capaz de aumentar o gasto de calorias no processo da digestão. A responsável por isso é a capsaicina. O ingrediente ainda é relacionado com o alívio da congestão nasal e atua como antioxidante e anti-inflamatório no corpo humano.

*Estagiário sob supervisão de José Carlos Vieira

No drinque, com estilo

A pimenta-rosa é um ingrediente bastante aromático utilizado nos drinques do Manifestare (Rayan Ribeiro /Divulgação)
A pimenta-rosa é um ingrediente bastante aromático utilizado nos drinques do Manifestare


Entre as formas pouco comuns de usar a pimenta, estão os drinques. O mixologista e bartender Gustavo Dourado, do Manifestare Lounge e Bar, não tem medo de ousar e ofecere três bebidas com esses ingredientes.

A primeira se trata do I Kissed a Girl (R$ 28) — Vodca, sumo de limão, espumante brut, xarope artesanal de morango, flor-de sal e pimenta-rosa. Neste preparo Dourado explica: "Essa é uma pimenta bem aromática, que não tem muito ardor. O resultado da combinação é um drinque bem suave e cítrico, com um toque adocicado". Para acompanhar a bebida, a dica é apostar no Carpaccio (R$ 33). "É uma receita clássica, temperada com pimenta e feita com filé-mignon. Fica uma combinação perfeita", descreve.

A outra pedida é o Hot Mango (R$ 20) — Caipifruta de manga, pimenta dedo-de-moça, alecrim e cachaça. "O sabor desta bebida é totalmente diferente, fica bem exótica", detalha. Ainda na linha das pimentas, abraçando o gim, bebida queridinha do momento, o Pink (R$ 27), também usa a pimenta-rosa e vai à mesa combinado com limão, gengibre, vodca e gim.

Quem disse que é só tempero?

O Paraíba Carne de Sol teve a ideia de servir a pimenta dedo-de-moça recheada com carne (Paraiba Carne de Sol/Divulgação)
O Paraíba Carne de Sol teve a ideia de servir a pimenta dedo-de-moça recheada com carne


No Paraíba Carne de Sol a pimenta vai além de ser apenas um tempero. A pimenta recheada com carne (R$ 34,90) é um dos sucessos do estabelecimento há pelo menos seis anos. "Retiramos o miolo da pimenta, para suavizar a ardência, recheamos com carne, colocamos um molho a gosto e servimos empanada. Fica uma delícia", conta a gerente operacional do restaurante, Socorro Magalhães.

De acordo com Socorro, a procura pela porção de 400g é alta: "Não precisamos nem oferecer. Muitos clientes vêm ao Paraíba pela pimenta recheada. É o prato ideal, porque ele é bem forte e apimentado", completa a gerente.

Para realização do prato, a pimenta foi a dedo-de-moça, que é mais versátil do que as outras, podendo ser usada também em saladas, molhos, frutos do mar e até doces. "Nossa escolha pela dedo-de-moça foi pelo tamanho, porque ela é um pouco maior do que as outras e isso facilita na hora de rechear", finaliza Socorro Magalhães.

Le classique

O Steak au poivre é um clássico francês (Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press)
O Steak au poivre é um clássico francês


Quando o assunto é gastronomia francesa, poucos locais apresentam a excelência encontrada nas receitas do La Chaumière. O local é comandado pelo exímio chef Severino Xavier, o Sevê-rã, como ficou conhecido. Este ano a casa completa 53 anos, com o nome La Chaumière. "Antes os antigos proprietários tinham outro estabelecimento neste mesmo local. Somando tudo, vamos completar 60 anos", conta o chef, que trabalha no local desde os 16 anos.

Entre as opções do menu, o Steak au poivre (R$ 105,50) é feito com a imprescindível pimenta-do-reino. "Nessa receita, a pimenta é frita, para perder um pouco do ardor", detalha o chef. Ele ainda complementa que a pimenta, triturada e frita, ainda é flambada no conhaque. "Além de perder o ardor quando frita, a pimenta fica crocante. É um prato que é muito saboroso", informa Sevê-rã. A receita vai à mesa guarnecida de batatas soutê.

Outra receita que arranca suspiros é o Steak Sevê-rã (R$ 105,50). Neste caso, a receita leva pimenta-do-reino verde, pimenta-rosa, cebola, manteiga, champion e molho roquefort. "Esse é um prato que eu criei. Não é tão picante, mas é muito saboroso", pontua.

Sabor da Bahia 

Food Truck Santo Acarajé resgata o sabor da culinária baiana em Brasília (Arquivo Pessoal)
Food Truck Santo Acarajé resgata o sabor da culinária baiana em Brasília


Preparado com o toque tradicional baiano, o carro-chefe do food truck Santo Acarajé é o característico bolinho feito com feijão-fradinho, frito com azeite de dendê e servido com vatapá e o creme de quiabo, caruru. Além disso, no preparo vai camarão, leite de coco, azeite de dendê e gengibre. A porção é acompanhada de salada de tomates verdes, cheiro-verde e unidades de camarão. Para dar o sabor final à receita, não poderia ficar de fora a pimenta -malagueta cozida no dendê.

Segundo a proprietária Caroline Moreira, o restaurante vende sensações. "Quando o cliente sente o aroma do acarajé, ele automaticamente se transporta para a Bahia, sentado à beira da praia". O acarajé do food truck tem os ingredientes todos frescos, visto que a intenção é realçar o sabor cultural do prato e manter o frescor da mistura.

Além da opção mais simples, servida no papel (R$ 16), há a possibilidade de pedir a receita no prato (R$ 22). Além disso, o cliente pode solicitar a alteração de um só bolinho de acarajé, por oito unidades e os acompanhamentos, por R$ 35. Para Caroline, o que conquista os clientes é a finalização com a pasta apimentada e o amor na hora do preparo. "É o sabor da Bahia em Brasília", disse.

Diversão e nachos

Nachos, do restaurante A Toca, são uma ótima opção para quem gosta de saborear a culinária mexicana (A Toca/Divulgacao)
Nachos, do restaurante A Toca, são uma ótima opção para quem gosta de saborear a culinária mexicana


Com a proposta de unir um ambiente de jogos de tabuleiro e muita diversão à boa comida mexicana, com sabores ímpares, o restaurante A Toca — Taqueria e Game Bar, em Águas Claras, investe em cardápio tradicional, com molhos especiais da casa. "Nossa intenção é que o cliente sempre sinta o sabor do nosso tempero, criado por nós mesmos", disse a proprietária do local Helena Lasquevite.

Para dar aquele toque picante, o menu oferece uma carta com molhos que são acompanhados pelos pratos mexicanos. A especialidade da casa, segundo a proprietária, é o Tomate Loco. O molho é preparado à base de pimenta-malagueta em um mix com a pimenta dedo-de-moça. Além disso, é acrescida à mistura especiarias mexicanas e uma pasta de tomate pelato.

Como sugestão da casa, a porção de nachos é uma boa opção para ser deliciado junto ao molho. A receita consiste em um punhado de chips cobertos com queijo prato e recheio de carne moída, frango ou a opção vegetariana: soja. Além disso, após preparado, os nachos são gratinados com mais queijo. Além do Tomate Loco, o cliente pode optar por guacamole, molho chilli e saul cream.

Inovação com regionalismo

A pizza Mineirinha é uma das mais pedidas do rodízio da Pizza à Bessa (Arthur Menescal/CB/D.A Press)
A pizza Mineirinha é uma das mais pedidas do rodízio da Pizza à Bessa


Na Pizza à Bessa a pimenta é contemplada em três sabores: Mineirinha, Mexicana e Toscana Apimentada. Segundo o proprietário Paulo Bessa, a ideia de tornar a pimenta uma protagonista nas pizzas deu muito retorno ao restaurante. "Muita gente que tem um certo vício com pimenta e não gosta de ketchup, não gosta de azeite, mas gosta de pimenta no prato. Então é um toque essencial, porque colocamos a pimenta no molho das pizzas", conta Paulo.

A Mineirinha é um prato com linguicinha mineira e pimenta-de-cheiro. "Eu gosto de criar. Sou mineiro, e quando lancei a Pizza à Bessa tinha o sonho de fazer uma pizza bem regional. Então, fiz a Mineirinha, trazendo os sabores da linguicinha mineira, mas quando acrescentei a pimenta-de-cheiro foi um sucesso". Na Mexicana, o destaque está no molho feito com pimenta- calabresa, para trazer mais força. Na Toscana Picante, a pimenta- calabresa faz companhia ao tomate seco e a mussarela.

O restaurante trabalha com rodízios a R$ 38,90, e as pizzas apimentadas costumam circular com frequência nesse formato, devido aos pedidos dos clientes. "Hoje são as pizzas que mais saem, o que me agrada muito por ser uma criação que relembra meu estado", afirma Paulo Bessa.

Bem temperada, servida no pão

Com um sabor argentino, restaurante Pobre Juan investe em Choripan temperado com pimenta dedo-de-moça e molhos especiais da casa (Pobre Juan/Divulgação)
Com um sabor argentino, restaurante Pobre Juan investe em Choripan temperado com pimenta dedo-de-moça e molhos especiais da casa


Como forma de trazer a culinária argentina ao Brasil, o restaurante Pobre Juan oferece uma entrada recheada de sabor e com um leve toque picante. A proposta do choripan (R$ 26,40) é utilizar a pimenta dedo-de-moça para acentuar o tempero específico da casa, além de complementar a experiência gastronômica com molhos especiais preparados no próprio estabelecimento.

Apresentado no pão de batata, a linguiça artesanal suíça é acompanhada de maionese temperada com especiarias e ervas finas. Além disso, o prato vem servido com molho chimichurri apimentado. Segundo o gestor do restaurante, Neto Martins, o molho, que leva pimenta tabasco, é o que dá maior sabor ao prato. "Apesar da utilização de pimentas, o prato é leve e saboroso. Uma verdadeira ida à Argentina em uma mordida", disse.

O choripan é preparado diretamente na parrilla e assado na brasa a 200ºC. O nível de picância é harmonizado com os ingredientes leves faz o pedido ser uma excelente opção de entrada. "Não é uma receita que atrapalha o pedido de um prato principal, por ser feito com pão de batata e iguarias delicadas", comentou o gestor.

Nucleares com força total

A embalagem foi escolhida a dedo pela marca para valorizar o produto oferecido (Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press)
A embalagem foi escolhida a dedo pela marca para valorizar o produto oferecido


Quando o assunto é pimentas fortes, a La Pimenteira é uma referência. O local aposta nas fortíssimas pimentas nucleares, que atingem mais de um milhão na escala Scoville — Escala de Scoville é usada para medir o grau de ardor das pimentas. Entre as variedades utilizadas, o sócio do local, Lucas Resende, cita as mais fortes do mundo, Carolina Reaper, Bhut Jolokia e Trinidad Scorpion.

Entre as receitas que a La Pimenteira trabalha está a La Matadora (R$ 18), variedade mais forte dos molhos do local. Segundo Lucas, existem também molhos mais fracos, como é o caso da La Catrina (R$ 18) e da Moqueca (R$ 18), a primeira a base de jalapeño, e a segunda com habanero, leite de coco, manga, pimentão e especiarias.

Vale experimentar o molho Chipotle (R$ 25) vendido pela casa. A receita, que é feita à base de Rabanero defumada e mostarda é um sucesso entre os clientes. "É um molho que eu indico para lanches. Fica delicioso com carne de porco, no sanduíche ou até para fazer o molho do estrogonofe", sugere. 

Tem docinho também

A geleia com a pimenta dedo-de-moça é produzida por Renata Mandelli (Salt and Pepper/Divulgação)
A geleia com a pimenta dedo-de-moça é produzida por Renata Mandelli


As geleias de pimenta são ótimas opções para acompanhar queijos, carnes e até são usadas como molhos em hamburguerias. Tendo a memória afetiva como impulso para produção, a Renata Mandelli — Art & Food fabrica geleias com pimenta dedo-de-moça.

"Sempre fui apaixonada por pimenta e por geleia, a primeira da qual tenho lembrança foi feita por minha avó para acompanhar um assado suíno. A partir de então, comecei a explorar novas misturas com frutas diversas e tipos diferentes de pimenta. Hoje, mantenho a clássica com pimenta dedo-de-moça e é um sucesso", relembra a chef Renata Mandelli.

Atualmente, a empresária tem mais de 70 tipos em seu portfólio, mas para chegar ao sabor perfeito, foi necessário muita experimentação. "Para chegar no ponto ideal de ardência, sabor e textura foi preciso passar por alguns testes. Toda a matéria-prima utilizada é 100% natural e orgânica e existe uma ótima demanda pela geleia de pimenta", diz.

Além da geleia, a chef tem no catálogo outras opções de sabores apimentados como nos antepastos, no pesto picante e também na manteiga artesanal criada por Renata, na qual mistura pimenta e mel. Todos os produtos são vendidos em potes de 150g e custam R$ 30. As geleias são vendidas no Empório São Pedro (314 Norte, Bl. B, lj. 25), no Pasta Madre (Q. 3, Bl. A, lj. 05, Jardim Botânico) e pelo WhatsApp: 98155-7060.

ONDE COMER

La Chaumière 
(408 Sul, Bl. A, lj. 13; 3244-3875), aberto de terça a sexta, das 12h às 15h, e das 19h à 0h; sábado, das 19h à 0h; e domingo, das 12h às 15h.

La pimenteira 
(www.lapimenteira.com ou 3702-7737), compra mediante encomenda com entrega ou retirada no local.

Manifestare Louge e Bar 
(Rua 12 Norte, lt. 2, lj. 1; 3973-2792), aberto de segunda a quarta, das 18h às 2h; quinta a sábado, das 18h às 4h30; domingo, das 18h às 2h.

Paraíba Carne de Sol 
(SIBS, Q. 2, cj. 3, lt. 1, lj. 1, Núcleo Bandeirante. Tel: 3386-2200), aberto de terça a domingo, das 11h às 17h30.

Pizza Bessa 
(214 Sul, Bl. C, lj. 40. 3345-5252), aberto de segunda a domingo, das 18h à 0h.

Pobre Juan 
(Shopping Iguatemi Brasília, Lago Norte; 35775800), aberto de segunda a quinta, das 12h às 15h e das 19h às 22h30; sexta, das 12h às 16h e das 19h à 0h; sábado, das 12h à 0h e domingos e feriados, das 12h às 22h.

Renata Mandelli  — Art & Food 
Pedidos sob agendamento pelo WhatsApp: 98155-7060.

Santo Acarajé 
Foodtruck, Consultar em que local estará o truck pelo site www.instagram.com/santoacaraje

A Toca — Taquería e game bar
(Setor A Sul QSA 11 lt. 4 lj. 1, Taguatinga; 992613091), aberto de segunda a sábado das 18h30 às 23h30.

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