Semana santa: veja as opções gastronômicas do feriado na cidade
Saiba como peixe pode compor o menu no feriado cristão desta sexta-feira da Paixão
Celebrado hoje, o feriado cristão da sexta-feira da Paixão conta com uma restrição alimentar que se tornou bem-aceita entre os brasileiros. Mesmo não seguindo os preceitos religiosos, há quem aproveite a data para deixar a carne vermelha de lado e saborear variedades de peixes.
Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Brasil poderá estar entre os maiores produtores de peixes do mundo até 2030, ano em que a atividade pesqueira deve atingir a marca de 20 milhões de toneladas. A carne macia e saborosa dos pescados pode parecer simples de preparar, mas guarda alguns segredos. Assim como outros tipos de carne, a textura e o sabor são influenciados pelo corte e pelo ponto de cozimento.
O pirarucu, peixe de origem amazônica popularmente conhecido como bacalhau brasileiro, é servido no restaurante Ilê com purê de banana-da-terra e gengibre e farofa de manteiga de garrafa. “Esse peixe, se preparado com cuidado, fica macio e saboroso. Caso contrário, ele pode ficar com as fibras muito rígidas e com sabor muito acentuado”, destaca o proprietário da casa, Paulo Maurício Ferreira.
Para o chef Francisco Ansiliero, do restaurante Dom Francisco, o segredo do preparo do autêntico bacalhau envolve experiência de quem o cozinha e confiança no fornecedor. Aproveite a data e escolha uma das casas que servem variedades como atum, salmão, tilápia, traíra e bacalhau.
Com alcaparras, por favor!
O salmão é um peixe diferenciado não só pela cor rosada, mas também por ser uma alternativa leve e saborosa para se comer no dia a dia. É exatamente isso que leva os clientes do restaurante Cidade Livre a pedir o salmão ao molho de alcaparras. “É um prato leve e de fácil digestão. Sai muito, tanto no almoço quanto no jantar”, afirma a proprietária da casa, Francisca Roque de Araújo. O preparo é acompanhado por arroz com brócolis e legumes cozidos e serve bem duas pessoas.
Francisca oferece também o bacalhau na brasa (R$ 124,90) e moquecas. A moqueca cidade livre (R$ 98,90) é feita de pescada amarela e camarão, acompanhada de arroz e pirão. “A pescada amarela é mais suave, por isso tende a ser mais pedido”, explica. A outra alternativa é a moqueca de surubim (R$ 79,90), que acompanha também o arroz e o pirão. “Esse já é mais forte, tem um sabor próprio. Mas quem gosta de peixe come muito esse prato”, afirma.
Para quem vai pela primeira vez ao local, a sugestão é apostar no premiado chiclete de camarão, um prato que acompanha a casa desde a abertura. “É uma moqueca de camarão feita no molho especial da casa com quatro queijos e arroz para acompanhar”, detalha Francisca.
Um sabor capixaba
Quem vai ao restaurante Vista Linda ganha muito mais que uma boa refeição. O espaço da casa é ideal para um dia agradável com a família, curtindo o ar livre e a natureza. Além do espaço, a vista do local, como o próprio nome já entrega, é imperdível. Para quem se interessou, o restaurante trabalha apenas com reserva. “Estamos fazendo reservas para grupos até de 30 pessoas. É comum recebermos famílias, que vêm desfrutar o dia aqui na casa”, explica o chef e proprietário do local, Gouthier Dias.
Quem vai à casa não deve pular a entrada. Para essa etapa, a sugestão é o peruá (R$ 74,90), um peixe do litoral do Espírito Santo com sabor peculiar. “O peixe, acompanhado de farofa, vinagrete e batata frita, é empanado à moda capixaba, apenas com farinha. Esse preparo garante uma casquinha crocante, sequinha e que não altera o sabor do preparo”, afirma o chef.
A iguaria depende da disponibilidade, por se tratar de um peixe sazonal. “Aqui é tudo 100% fresco. Não trabalho com nada congelado”, complementa Guto, como o chef é chamado.
Imperdível na casa é a moqueca. “Capixaba, claro!”, orgulha-se. Os clientes podem optar por três variedades: robalo, badejo ou cação.
Bacalhau que vem da Amazônia
Apesar de estar localizada no centro da capital, o novo endereço do restaurante Ilê — no Parque da Cidade — oferece aos seus comensais um clima praiano. Coqueiros, guarda-sol, um parquinho com areia e até uma ducha compõem o clima da casa. No cardápio, o destaque é o pirarucu, peixe muito comparado ao bacalhau e que ganhou o apelido de bacalhau brasileiro.
Para quem se interessou pelo peixe, a sugestão é provar o lombo do animal: trata-se de um lombo de pirarucu, guarnecido com purê de banana-da-terra e gengibre e farofa de manteiga de garrafa (R$ 65). “Esse é um peixe com uma carne mais rígida e sabor mais marcante. É preciso saber preparar para ele ficar macio”, explica o proprietário da casa, Paulo Maurício Ferreira. Sobre a composição, ele explica: “o purê de banana com gengibre dá um toque exótico e refrescante, já a farofa entra com textura no prato. Fica uma combinação interessante”.
A casa trabalha ainda com outros preparos usando o peixe, como a moqueca de pirarucu ou o filé do animal. A moqueca é feita com postas e sai por R$ 99. “Esse prato serve bem duas pessoas. São 500 g só de peixe, além de arroz, pirão e farofa, à vontade. Já o filé de pirarucu (R$ 55) é feito no papilote com molho de camarão e guarnecido com batatas assadas ao murro.
Frescor nipônico em rodízio
As idas a restaurantes de especialidade japonesa em companhia da namorada despertaram o desejo de Pedro Emílio Silva em abrir um restaurante em Vicente Pires, bairro de pouca variedade gastronômica. Em uma rua bem movimentada, a grande porta vermelha dá acesso ao imponente salão de decoração contemporânea.
A casa, que tem como chef o sushiman José Wilker, serve quatro variedades de peixes no sistema rodízio (R$ 71,90 — almoço e R$ 64, 90 — jantar) ou à la carte, como nos sete combinados, como o sakê especial: composto por 34 peças como sashimis, que podem vir maçaricados e acompanhados de molho tarê ou de maracujá, sushis, niguiris hossomakis e uramakis (R$ 113) e a barca composta por 60 peças de peixes (R$ 140), entre sashimis, uramakis, jyos, tatakis e hot philadelphias, disponível temporariamente no cardápio neste feriado.
“Recebemos muitos japoneses no restaurante que buscam os peixes pelo frescor. Quando mais fresco, mais viva é a sua coloração”, destaca Pedro Emílio, que recebe semanalmente 560kg de anchova, atum, salmão e tilápia — peixes que compõem 90% dos pratos do cardápio. “Os clientes costumam pedir o sashimi de peixes variados sempre no início do rodízio. Esse é o prato que chega à mesa mais rapidamente”, ressalta o restaurateur que recebe grande parte dos peixes de fornecedores do Rio de Janeiro.
Peixe de boteco
O restaurante Chalé da Traíra tem o popular peixe de água doce como vedete desde 2002. Empanado em farinha de fubá e frito por imersão, o prato é servido em quatro tamanhos diferentes: para uma (R$ 50,90), duas (R$ 71,90), quatro (R$ 90,90) e até seis pessoas (R$ 109,90) — sempre escoltado por arroz branco, salada de tomate, alface e cebola e um pirão preparado com o caldo do próprio peixe, oriundo da Argentina e que registra semanalmente um consumo de 300kg.
“A traíra faz parte de uma cultura de boteco que ficou forte aqui no Guará e na Vila Planalto”, ressalta o gerente da casa, Rogério Monteiro, que também destacou a constante escolha da cerveja como bebida para acompanhar o ingrediente.
Tilápia de roupa nova
A preferência da restauratrice Shirley Soares pelos temperos asiáticos influenciou a criação do sanduíche black & white (R$ 27,90), preparado com hambúrguer de tilápia e servido com molho de raiz -orte em pão preto, do restaurante Three Burgers. A coloração do carboidrato recebe formulação secreta do consultor e padeiro Ivo Campos.
A escolha do peixe foi definida após visita a uma produtora local. “Essa tilápia é de ótima qualidade e vem de um criatório no Lago da Serra da Mesa. O produto chega fresco ao restaurante, o que resulta em um hambúrguer bem saboroso”, avalia Shirley. Para acompanhar, o cliente recebe uma minissalada coleslaw — salada de repolho.
Esse não é o único hambúrguer da casa que leva peixe: o special salmon burger tem filé de salmão (R$ 32,90), servido em pão à escolha do cliente.
Autêntico português
A paixão pela autêntica cozinha portuguesa do restaurateur Manuelzinho Pires, ex-sócio da rede Antiquarius — também da mesma especialidade e presente no Rio de Janeiro — moveu a abertura do restaurante Tejo, em dezembro do ano passado. Um dos grandes ícones da especialidade do país europeu, o bacalhau é servido em 13 variedades disponíveis no menu.
O peixe da raça gadus morhua, que passa pelo processo de salga em solo norueguês, é matéria-prima para clássicos, como o Gomes de Sá, com alho, cebola, azeitonas e batatas (R$ 147, serve duas pessoas); o ao Forno à Portuguesa (R$ 123), feito com tomate, ovos cozidos, batatas e brócolis; e o Bacalhau à Moda Antiga, receita típica da região do Alentejo que chega ao cardápio neste fim de semana. Neste preparo, o bacalhau é cozido previamente no leite e é finalizado ao forno com cebola, vinho branco, hortelã e batatas assadas acompanhado de brócolis cozido (R$ 123). “Apesar de ser uma comida típica portuguesa, os brasileiros consomem mais bacalhau do que os próprios portugueses”, avalia Manuelzinho, natural da região do Alentejo e que chegou ao Brasil em 1977.
Leveza ao azeite
No quitinete, o bacalhau ganha destaque na Semana Santa. O chef do local, Antônio Roberto, criou especialmente para a data um prato para quem seguirá a tradição de não comer carne vermelha. É o bacalhau da fé (R$ 89), um lombo de bacalhau confitado em azeite extravirgem com mix de pimentões, azeitonas pretas, tomate cereja, brócolis e aspargos. O prato é decorado com couve frita e guarnecido com batata sauté e nozes.
“Usamos bacalhau do Porto, dessalgado. Devido à forma de preparo o sabor do peixe e do azeite são os predominantes nessa receita”, explica a proprietária, Patrícia Kellen Assunção. Para ela, a aposta de usar um prato mais leve se explica pelo jejum. “As pessoas fazem muito jejum nessa época, então um prato pesado pode não fazer muito bem”, comenta. Patrícia ressalta que o cliente pode trocar os acompanhamentos por outras alternativas, como purê de mandioquinha ou de alho-poró.
Para levar, a casa também oferece opções. A pedida é a escabeche de bacalhau da casa (R$ 200, o quilo).
Clássico e consagrado
A história do Dom Francisco, um dos restaurantes mais tradicionais da cidade, está intimamente ligada ao preparo do bacalhau. O ingrediente sai da cozinha comandada pelo chef Francisco Ansiliero — um apaixonado por peixes que aprendeu sobre suas variedades depois de viver em Rondônia — em diferentes modos de preparo.
“Aqui, utilizamos o gadus morhua norueguês em todas as preparações”, destaca Francisco, que compra 1,2 mil kg do produto ao mês. Um dos pratos de bacalhau mais vendidos da casa é o ao forno, posteriormente finalizado na brasa e escoltado por arroz com brócolis e farofa (R$ 248).
Até o dia 30, o restaurante organiza o Festival de Bacalhau durante o jantar. São cinco preparações do peixe que servem duas pessoas. “Estamos trabalhando com um melhor custo-benefício fazendo pratos para duas pessoas. Isso agiliza o trabalho da cozinha e permite um melhor preço aos comensais”, destaca Luís Cláudio Martinez, consultor gastronômico do restaurante. Um dos pratos que entraram no festival é o em postas finas acompanhado de arroz com brócolis e legumes cozidos (R$ 155).
Para hoje, o Dom Francisco oferece outro preparo: lombo de pirarucu grelhado ao molho de castanha-do-pará e aubé guarnecido com farofa de pirarucu seco e musseline de pupunha (R$ 73,40, individual).
ONDE COMER
Cidade Livre
(Sibs, Qd. 2, Conj CL03, Lt. 3 a 5, Lj. 1; 3386-0404), aberto todos os dias, das 11h à 0h
Chalé da Traíra
(QE 42, Área Especial, em frente ao conj. A, Guará II; 3964-0066), aberto de segunda a quinta, das 10h às 23h30; sexta e sábado, das 10h à 1h e domingo, das 10h às 23h.
Dom Francisco Asbac
(SCES, Tr. 2, Conj. 31, Asbac; 3226-2005, 3224-8429 e 3224 5679), aberto de segunda a quinta, das 12h à 0h; sexta e sábado, das 12h à 1h; e domingo, das 12h às 17h.
Ilê
(Parque da cidade, Estac. 9, Praça das Fontes; 3443-8099), aberto de segunda a sábado, das 11h30 à 0h; e domingo, das 11h30 às 17h.
Kimura Sushi
(R. 12, chác. 312 A, lote 13;
3541-2801), aberto de terça a quinta, das 19h às 23h; sexta das 19h à 0h; sábado e domingo, das 12h às 15h30.
Quitinete
(209 Sul, bl. B, Lj 5; 3242-0506), aberto todos os dias, das 6h30 à 0h.
Tejo
(CLS 404, Bl. B, lj. 27 ; 3264-7005), aberto de terça a quinta, das 12h às 15h e das 19h ás 23h; sexta e sábado, das 19h à 0h e domingo, das 12h às 17h.
Three Burgers
(413 Norte, bl. E, lojas 63 e 67; telefone 3033-3136), aberto de terça a domingo, das 17h30 às 23h30.
Vista Linda
(Núcleo Rural Lago Oeste, R, 14, chác. 379; telefone 3302-5425), aberto sexta, sábado e domingo, das 12h às 18h; de quarta a sexta, somente com reservas com 48 horas de antecedência para grupos de 10 ou mais pessoas.