Publicitário por oito anos, ele viveu a rotina típica da profissão em matéria de consumo: “De dia, café; à noite, pizza”, lembra o goiano Leonardo Borrás, de 32 anos. Até que passou a achar muito ruim o sabor do café comum servido na agência. Aí, decidiu pesquisar e descobriu que existem incontáveis aromas para o líquido negro.

Em uma de suas idas a São Paulo, o publicitário conheceu uma franquia de cafés especiais de nome Scada, cujo lema “saboroso, cremoso, aromático, denso e acentuado” sugere as qualidades do produto com palavras formando o acróstico que batiza a casa. Depois de fazer o curso de barista, Leonardo trouxe a franquia para Brasília e instalou a loja no primeiro piso do Conjunto Nacional (próximo à Riachuelo), onde funcionaram outras marcas, inclusive a Delta Expresso.

Café coado

Originário de Carmo de Minas, região da Serra da Mantiqueira de Minas Gerais, o café é servido gelado ou quente e coado, estando presente em mais de 20 itens do cardápio. “Procuro oferecer para o consumidor o método que mais se adapta ao gosto — desde o coado até o encapsulado, passando pelo espresso que considero a lente de aumento do café, porque é nele que são realçadas todas as nuances”, declarou Leonardo.

Um dos destaques do menu é o café coado na frente do cliente. Há cinco opções: blend, formado das variedades bourbon vermelho e bourbon amarelo; frutado; cítrico; orgânico e descafeínado. “Quem vai pedir descafeínado, só se forem os turistas hospedados nos hotéis aqui em volta?” indagou-se o empresário, que ao fim de um mês se surpreendeu com a venda da bebida sem cafeína, sempre em alta.

Para refrescar

Mais uma atração do quiosque são as sodas italianas nos sabores de limão siciliano (a mais pedida), maçã verde, framboesa e pêssego. Saem por R$ 8,20, cada uma. Acompanham bem os sanduíches, dos quais o destaque é o de pão de forma integral, peito de peru, queijo branco, alface, tomate e requeijão (foto) por R$ 13.

Outro campeão é o bauru light (R$ 10) com peito de peru, orégano e tomate, além do pão de queijo recheado (R$ 6). Para quem não abre mão de um docinho, há brownies, tortinhas gourmet, brigadeiro, petit gâteau e o imbatível bolo da Vovó — acompanhado de café, quem resiste?

No aconchegante espaço, no qual podem se acomodar 56 pessoas, ainda funciona um miniempório, onde você pode adquirir todos os cafés especiais 100% arábica (em grãos e moído) e o Blend Scada, pacote de 10 cápsulas (compatível com máquina Nespresso) por R$ 18. Também à venda o charmoso porta filtro importador Hario V60, produzido no Japão, usado à mesa no café coado. Funciona de segunda a sábado, das 10h às 22h. Domingos e feriados, das 14h às 20h. Telefone: 3024-9746.

O grão amado

O chef-estrela Carlos Bertolazzi desembarca hoje na cidade para comandar amanhã aula culinária, que terá início às 11h no Brasília Shopping, dentro da programação do Mercadinho de Brasília, evento que a cada edição elege um tema. Desta vez será o café, que está tão na moda a ponto de se multiplicarem as boas cafeterias brasilienses, como Objeto Encontrado, Laika Café, Los Baristas e Clandestino Café, além do Scada, destaque desta coluna.

Feirinha de produtos orgânicos dará início a partir das 9h à sequencia de palestras, como a do chef Pablo Alejandro, professor do Iesb, que abordará café coado; seguido de Fernanda Jordão, produtora de orgânicos biodinâmicos que vai explicar o que é o café orgânico. Apresentador dos programas Hells` Kitchen Brasil e BBQ Brasil, Bertolazzi ensinará seus segredos ao vivo. A entrada é franca. Basta se cadastrar no balcão de informações do shopping. Depois do show da banda Engrenagem, haverá uma prova de cafés especiais e a apresentação de uma nova marca, chamada Aha.

Resgate criativo

No menu chamado Passeio Criativo deste semestre, do restaurante Cru (junto ao Oliver no Clube de Golfe), o chef Lui Veronese resgata antigos sucessos como o ceviche andino de peixe branco fresco, leite de tigre, creme picante, camarão e lula; o tartare do bosque, de cogumelos cortados na faca com consommé e creme trufado, além da cenoura cozida com recheio cremoso apresentada numa pá de jardim com terra comestível feita de cacau. Cozido em baixa temperatura vem um cherne com missô ou um porquinho selado na gordura com confit de berinjela (foto). O valor é R$ 139 por pessoa, mas pode vir harmonizado por R$ 189, com sugestões do sommelier Tiago Pereira. Reservas pelo telefone 9127-8781.

Uma joia da Espanha

Para quem gosta de vinho branco, vai uma dica: Garcia Viadero Blanco de Albillo. Trata-se de uma variedade branca autóctone do norte espanhol, que esteve sumida (como o Carmenère que reapareceu no Chile) e foi resgatada graças à obstinação da família Garcia que produziu um vinho bastante raro e o primeiro branco na D.O. Ribeira del Duero. Eu o experimentei no Dom Francisco da 402 Sul, onde Giuliana Ansiliero e Marcos Rachelle harmonizaram o Albillo com bacalhau dourado no azeite com tomate, cebola e alho confit.

Quibe na noite

Para assinalar o primeiro aniversário do Zero61, restaurante e lounge do Pier 21, os seis sócios pediram ao chef Jefferson Souza (ex-Armazém do Ferreira e Bar Brahma) que renovasse o cardápio em termos de petisco. Saiu uma picanha grelhada na chapa que vai à mesa com muçarela, cebola e pão de alho (foto) por R$ 67,90. Outras opções do trivial simples são quibe, frango à passarinho, carne de sol e tábua de frios com salame queijos gouda e grana padano, presunto parma a azeitonas por R$ 57,50. Os pratos vêm se somar a dois campeões: o nugget de rabada e o croquete de pernil. Mais informações: 3224-0061.