Brasília-DF,
03/DEZ/2024

Comer próximo ao local de trabalho é uma das tendências adotadas pelos brasilienses

Não é preciso andar muito para encontrar restaurantes instalados em pontos estratégicos, bem pertinho do trabalho

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Renata Rios Sara Campos Especial CB Publicação:29/04/2016 07:00Atualização:28/04/2016 17:49

 

 

Nos últimos anos Brasília tem passado por problemas típicos das grandes capitais: trânsito caótico, poluição e diminuição da qualidade de vida dos trabalhadores.


Comer próximo ao local de trabalho é uma das soluções que podem garantir refeições tranquilas, sem ter que olhar o relógio a toda hora. A escolha pode evitar muita dor de cabeça e tem sido cada vez mais comum entre brasilienses.
“Tomar essa decisão ajuda a diminuir o fluxo de carros e faz com que o cliente passe a conhecer melhor a região onde trabalha, já que o deslocamento muitas vezes pode ser feito a pé”, ressalta o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB) Frederico Flosculo.


A tendência de realizar refeições de almoço próximas ao trabalho foi visualizada pela empresária Tânia Aranha. Atualmente ela conta com quatro self-services no setor de rádio e TV sul, entre eles o Chocolat Glacé, inicialmente uma confeitaria que se transformou em restaurante impulsionado pela antiga falta de opções da região.


“Antigamente não existiam vários prédios no setor. Quem trabalhava aqui não tinha muitas possibilidades e, graças a uma visão empreendedora da minha mãe, conseguimos nos consolidar por aqui. Além da vantagem aos clientes, a logística entre os restaurantes do grupo é mais fácil e conquistamos uma clientela fiel”, afirma Fernanda Aranha, filha de Tânia.

Para Katia Veras, que administra ao lado da família o restaurante Dona Graça, uma das vantagens da consolidação da casa próxima a um setor de empresas ou escritórios está na conquista de um público cativo e o pouco investimento em divulgação. “Nossa clientela chega basicamente através da indicação de outros comensais. E a boa localização com certeza contribui para que o restaurante tenha bastante movimento”, destaca Veras.

Sabor piauiense

 ( Carlos Moura/CB/D.A Press)

Depois de ajudar na construção do hotel Brasília Palace, Carlos Angelo Veras trouxe a família na década de 1970 para fincar raízes na Vila Planalto. Apaixonada pelos sabores típicos piauienses, a esposa Graça Veras começou de forma tímida um restaurante dentro da própria casa: era o início do Dona Graça. O estabelecimento iniciou as operações com duas mesas e atualmente conta com 130 lugares.


Atraída pela comida simples, a clientela nordestina tinha outro ponto em comum: a Esplanada dos Ministérios, como local de trabalho. O restaurante está entre as casas ali instaladas que viraram rota de almoço de autoridades.


Aa galinha caipira (R$ 48,90 — 2 pessoas) e a galinha d’angola (R$ 51,90 — 2 pessoas), servidas às quartas-feiras, são preparadas ao molho pardo e guarnecidas de arroz, feijão, salada, paçoca de carne de sol e pirão. Outra opção, às quartas e sextas, é a rabada com agrião (R$ 49,90 — 2 pessoas), com os mesmos acompanhamentos.
“Temos muitos clientes que são funcionários públicos de origem nordestina. Um deles pediu galinha d’Angola. O prato foi um sucesso e decidimos inseri-lo no cardápio”, destaca Katia Veras, filha de Graça.

Qualidade e rapidez

 (Rodrigo Nunes/Esp. CB/D.A Press)

O bufê do veredas grill é um paraíso de saladas e grelhados. O local na asa sul aposta nos preparos para oferecer um almoço leve e saudável. “Aqui tomamos muito cuidado com a manipulação dos alimentos. Isso é um diferencial que o cliente observa”, afirma a gerente da casa, Josefa da Silva.


Fazem sucesso na casa os grelhados, que têm lugar garantido nos pratos dos comensais. Nas chapas aparecem grelhados, como picanha e filé-mignon, além do salmão, oferecido às quartas, às sextas e aos domingos. “Isso é interessante. A pessoa sabe que a comida é fresca. Ela vê a comida dela sendo feita”, afirma Josefa.
Já entre as saladas, o segredo está na rotatividade. “Temos uma salada de queijo minas, uva-passa, ervilhas e cenoura; outra alternativa é o cuscuz à paulista ou o cuscuz de milho com camarão, ovos e uva-passa”, afirma Josefa. O quilo no bufê sai a R$ 52,90 e os clientes ainda ganham a sobremesa, leite caramelado e café.

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Tradição central

 (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Aberto inicialmente na Asa Norte, o restaurante de cozinha macrobiótica Coisas da Terra se estabeleceu no Setor Comercial Sul impulsionado pela expansão nos negócios. Inaugurada por Wanderlei Lopes, a casa chegou às mãos do irmão, Udileston Lopes, em 1985.


“Aquela época foi o período áureo do setor. Quando chegamos aqui existiam 60 bancos na região”, relembra Udileston. No início, para conquistar clientes, algumas mudanças foram necessárias: e no lugar de exemplares macrobióticos o empresário investiu em comida caseira.

O bufê (R$ 56,90 — o quilo) tem 40 itens entre pratos frios, quentes e acompanhamentos. A fórmula garantiu sucesso e há seis anos o Coisas da Terra aumentou a capacidade com a construção de mais um pavimento com capacidade para 80 pessoas.


As opções do restaurante que atrai grande quantidade de bancários e outros funcionários de empresas como Embratel e Unimed têm a variedade como marca: às sextas-feiras são servidos peixes e frutos do mar como anchova negra, vatapá e bacalhau à Gomes de Sá.


Nos outros dias da semana, os pratos podem variar entre exemplos como filé-mignon na chapa e bife à rolê.

“Para manter esse restaurante há tanto tempo é preciso ser artista e sempre trazer novidades ao cardápio”, finaliza o bem-humorado Udileston, que também é diretor da Associação Comercial do Distrito Federal.

Tem que ter sushi

 (Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press)

Ex-corretora de imóveis, a empresária Tânia Aranha enxergou no Setor de Rádio e TV uma possibilidade de investimento em imóveis. O primeiro local comprado, uma loja no edifício Brasília Design Center, foi o início da abertura de outras três casas.


O primeiro restaurante, o Chocolat Glacé, serve bufê a quilo (R$ 64,90) há 22 anos.
“Na época do boom das temakerias aproveitamos a tendência e colocamos uma ilha com sushiman”, afirma a proprietária e filha de Tânia, Fernanda Aranha. O investimento ajudou o restaurante a garantir frequentadores que chegam ao local motivados pelos exemplares japoneses.


“Eles acham justo pagar apenas pelo que consomem. Houve uma ocasião em que o sushiman estava em férias e chegamos a perder clientes por causa disso”, relembra Fernanda.

Para ela, o principal desafio de manter o restaurante com praticamente o mesmo público diário é investir em receitas variadas.


“Evitamos que os clientes enjoem do tempero. Além das receitas, temperamos cada proteína de forma diferente”. Outra aposta da casa é uma sala privada com capacidade para 18 pessoas e escolhida por executivos para reuniões durante as refeições.

Chinês a quilo

 (Andre Violatti/Esp. CB/D.A Press)

A família haichao foi uma das embaixadoras dos sabores da cozinha chinesa na capital, com a abertura do restaurante Careca.


A unidade do Brasília Rádio Center investe em formato self-service (R$ 33,90 todos os dias da semana, exceto na quarta-feira, quando o quilo sai a R$ 29,90) e é comandada por Guo, conhecido como Shaoulin pelos clientes.

Entre as 14 receitas oferecidas estão o rolinho primavera, o arroz colorido, o frango xadrez e o macarrão frito — prato que está entre os mais pedidos pelos comensais.


“Escolhi o ponto por ser um local com muito movimento durante o almoço. São pessoas que já conheciam os outros restaurantes da família e quiseram uma opção rápida e próxima ao trabalho”, destaca Guo, que também comanda a unidade à la carte, na 411 Norte.

Almoço sofisticado

 (Rodrigo Nunes/Esp. CB/D.A Press)

Com uma decoração vintage e muito vermelho, o Menu Restô é a alegria de quem deseja almoçar próximo ao Setor Bancário Norte.


O proprietário, Jeferson Lafayette,oferece a opção do dia, com entrada e prato principal por valores mais baixos que o do menu normal da casa. “Os valores começam em R$ 28. Tem dias em que isso inclui a sobremesa e dias que é apenas a entrada e o prato principal”, diz.


As opções podem incluir entrada de minissalada ao molho de mostarda e mel e, como prato principal, miolo suíno ao molho teriaki e batata assada com cream cheese.
O cliente pode experimentar também o camarão provençal (R$ 41,90), servido com espaguete ao pesto de manjericão e camarão flambado no uísque. “O camarão libera um caldo, que uso para fazer a massa”, descreve o proprietário.

Fidelidade dá desconto


No recanto do Camarão, o sucesso dos preparos com o ingrediente é uma característica dos almoços rápidos. “Recebemos muita gente que vem do trabalho para um almoço rápido. Temos um cartão fidelidade, válido de segunda a quarta, no almoço e no jantar; e quinta e sexta apenas no almoço”, revela Edson Oliveira Lima, subgerente do local.

Segundo ele, até o fim de maio, o cliente ganha 20% de desconto na conta, a partir da segunda compra no local. “Os valores gastos ainda viram pontos, que podem ser trocados por produtos no nosso site”, completa.


Para quem se interessou, Oliveira recomenda o carro-chefe da casa, o camarão cremoso (R$ 89,90 — duas pessoas e R$ 108,90 — quatro pessoas). “Esse é um arroz enriquecido com ervilha, presunto e molho bechamel, feito à base de leite e farinha e camarão”, descreve Oliveira.

Outra sugestão é o bobo de camarão (R$ 104,90 — duas pessoas). A receita é feita de acordo com a tradicional, com azeite de dendê, leite de coco e creme de mandioca. Para acompanhar, arroz e purê de abóbora. “Essa combinação do purê com o bobo dá um toque adocicado, fica muito interessante”, finaliza.

A pedida é picanha!


A picanha feita na chapa e coberta por queijo do restaurante Santana é de dar água na boca de qualquer trabalhador. Para a hora do almoço, essa é a sugestão que Adonias, Araújo Rodrigues, o Santana, dá para quem vai a seu estabelecimento.


“Muita gente que trabalha aqui perto vem para almoçar e ainda volta para o happy hour no fim do dia”, brinca Santana. A picanha na chapa (R$ 107) é um dos preparos favoritos dos comensais no local: “Esse é um dos nossos pratos mais pedidos, entre a picanha na chapa e a na brasa, a primeira tem mais saída”, revela o proprietário.
No preparo, são servidos 600g de picanha coberta por queijo, guarnecida de feijão tropeiro, arroz e batata frita.

Outra pedida do local é o bacalhau na brasa, envolvido no papel-alumínio e acrescido de cebola, tomate, batata, pimentão, alho, ovo e azeite. Para acompanhar, arroz com brócolis e purê de batata.

Nova loja
Em maio, o Santana abre uma nova loja. Agora o estabelecimento aposta em Águas Claras e em maio inaugura o novo espaço, na quadra 301. Apesar do novo ponto, os itens e valores do cardápio continuam os mesmos, em ambas as casas.

Monte você mesmo


No autêntico, as saladas chegam em peso para enriquecer a dieta dos comensais. Na casa, o proprietário, Sidnei Oliveira, apostou no esquema “monte sua salada”, mas com um diferencial, cada item tem um valor específico e o modelo é o mais livre possível, você pode pedir quantos ingredientes quiser.


Entre as montagens, o proprietário sugere alface (R$ 1), abacaxi em cubo (R$ 1), agrião (R$ 2), alcaparra (R$ 2), azeitona preta (R$ 2), crouton (R$ 2), espinafre (R$ 4), manjericão (R$ 1), rúcula (R$ 1,50), kani (R$ 4), palmito (R$ 4) e molho ceasar para finalizar. “Essa é uma proposta muito interessante, o pessoal pede muita salada, e cada um monta de acordo com seu jeito e seu bolso”, afirma Oliveira.


Já para quem procura um prato quente, a sugestão é a parmegiana da casa, feita de filé-mignon ou de robalo (R$ 75 — com 400g), e guarnecida de arroz e purê de batata. Ou o filé de frango grelhado ao molho de maracujá (R$ 50 — 400g), acompanhado de arroz, feijão-tropeiro, batata frita, mandioca cozida e vinagrete.

Maior do Lago

Em 10 de maio o Autêntico abre mais uma loja na capital. Agora a aposta é á beira do Lago Paranoá. “Esse será o maior bar da Orla”, afirma o proprietário.

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