Prepare-se para o inverno com comidas quentinhas e saborosas
Fizemos uma seleção com sopas, suflês e chocolate quente para espantar o frio que já chegou
Falta menos de uma semana para o início do inverno. A estação mais fria do ano começa no próximo dia 21. Com ela, aparecem receitas que trazem aconchego. O Divirta-se Mais coloca uma lupa sobre esses itens reconfortantes e recomenda combinações propícias ao período.
A nova estação abre o apetite. Isso não está, unicamente, ligado ao que vem da cozinha. O organismo gasta mais energia para se manter aquecido. Com isso, pede por mais calorias e alimentos para fazer as atividades corriqueiras. A biologia confirma e nos dá motivo para comer um pouco a mais.
Não bastasse o impulso natural à boa mesa, as receitas típicas do frio têm algumas características que afagam o paladar. Muitas, por exemplo, são servidas em panelas fumegantes. Lembram, em parte, as receitas de casa de avó, daquelas que se prova sem moderação. Na seleção das próximas páginas aparecem sopas, arrozes cremosos, carnes com molho pungentes e ingredientes termogênicos.
Uma delas tem a cara do mês de junho. No República Café, em Samambaia, o quentão saiu dos arraiais e se juntou ao café, bebida que aparece na preferência dos brasilienses quando o tempo esfria. Em Águas Claras, o Katsu Lamen House trabalha com o noodle, receita oriental em alta na gastronomia brasiliense. Com um caldo vigoroso servido extremamente quente, o macarrão lamen fica ainda mais interessante. O estômago agradece.
Às margens do Paranoá
Durante a época de frio, as margens do Lago Paranoá valorizam ainda mais esse clima frio. Para quem vai ao tradicional ponto turístico da cidade, diversos restaurantes de alta qualidade investem no ponto, que agrega um espaço agradável à bela vista. Entre as casas localizadas no Pontão está o Bierfass.
Para o inverno, o chef Júnior Torres sugere que o cliente aposte no tornedor ao padano (R$ 81,90). “Essa é uma carne alta, malpassada, que vem regada ao molho de queijo grana padano e acompanhada de risoto do mesmo queijo e legumes salteados”, explica Torres.
Já para quem prefere outra proteína, o bacalhau à Zé do Pipo (R$ 173,80) consiste em lombo com purê de batata, pimentões, tomate, azeitona, molho em natas com cebola e queijo parmesão para gratinar. “Esse é um peixe mais forte. Assim como a carne vermelha, ele permite harmonização com uma bebida mais encorpada, o que é ótimo para o frio”, finaliza.
Onde o frio é frio mesmo
A cozinha austríaca é tradicionalmente voltada para o inverno. Por lá, mesmo os dias quentes deixam em muitos graus a desejar o que consideramos calor. "Os dias de calor na Áustria são similares ao inverno que os brasileiros enfrentam no Sul”, compara Fritz Klinger, proprietário do restaurante Fritz.
Na casa, os clientes podem aproveitar o joelho de porco (R$ 39, individual, ou R$ 69, para duas pessoas). "Nosso joelho fica cerca de 10 dias salmourando. Esse processo garante o sabor ao preparo, que depois é cozido e grelhado", ensina. "Na Europa, em especial no norte do continente, o joelho não é uma comida de inverno, mas em países mais quentes, como aqui, acaba sendo", complementa.
Para acompanhar, o cliente escolhe uma entre algumas opções como o risoto de chucrute, o repolho roxo, a batata gratinada ou o próprio chucrute. “O chucrute é um alimento muito importante em países frios. Ele é uma das primeiras formas de conserva. Em locais onde o frio dura cerca de 5 meses no ano, ter como preservar uma verdura é muito importante”, ressalta o austríaco.
Macarrão à japonesa
O restaurante Katsu Lamen House, em Águas Claras, investiu no lamen pouco antes que o item virasse moda, impulsionado por sucessos como o restaurante paulista Tan Tan Noodle Bar. Eles inauguraram em outubro de 2015 e, pouco a pouco, fincaram espaço na concorrida cena da cidade com a receita aconchegante.
O butter lamen (R$ 29,90) é o que tem mais saída. Ele vem com frango frito japonês, narutomaki (massa de peixe), acelga, cenoura e cebolinha salteadas na manteiga, alga nori e macarrão lamen. Parte indispensável da receita, o donburi (tigela em que o noodle é servido) é preenchido por um caldo quente à base de vegetais, adicionado de temperos como cebola, gengibre e alho. Os dois últimos são conhecidos pelas propriedades termogênicas, ajudando a aquecer o corpo de dentro para fora.
Neto de japonês, Edson Kato apresentou a receita aos filhos, Rodrigo Matsunaga Kato e Henrique Matsunaga. "É algo familiar, dos tempos dos meus avós. O lamen, na verdade, é de origem chinesa, e, a partir de 1900, foi adaptado para a culinária japonesa", conta. "O japonês não usa tantas especiarias, como cravo. Preferem um sabor mais natural", explica. Na Terra do Sol Nascente, o noodle é uma receita consumida durante todo o dia. Como os brasileiros o consideram um prato quente, a casa se adaptou a essa peculiaridade e só abre no período da noite.
Com a cara da estação
O noodle parece mesmo a bola da vez na gastronomia brasiliense. Ele dá o ar da graça em menu desenvolvido especialmente para o inverno por Renata Carvalho, do Loca como tu Madre. A versão da chef, chamada noodle sukiyaki (R$ 39), combina filé-mignon, consumé de carne e vegetais.
Foi a oportunidade encontrada por Renata Carvalho de agregar o preparo ao cardápio, ao menos pelos próximos meses. Antes, ele ficava restrito a um evento sazonal, que acontecia na última semana de cada mês.
A refeição pode ser iniciada com outra receita com a mesma pegada. É nova, também, a cebola empanada (R$ 33), recheada com queijo de búfala mais sour cream. Na mesma toada, surge o atum selado em crosta de gergelim com maionese de batata-doce e wasabi (R$ 72). O tempero, típico da culinária japonesa, confere a picância necessária para a receita, além de acelerar o metabolismo — fundamental em dias frios, quando o ritmo fica mais lento que o habitual.
Clássica e elegante
A clássica sopa de cebola francesa é uma alternativa quentinha e deliciosa para esquentar o estômago — e o coração — nessas noites frias. Especializada em gastronomia francesa, o Toujours apresenta um menu tradicional e a proprietária do local, Joyce Miranda, garante que a receita segue os passos vindos do velho mundo.
Na sopa de cebola (R$ 29), nada daquela acidez característica do legume. Primeiro a cebola é caramelizada, usando apenas manteiga. Uma vez dourada, coloca-se o caldo. “Essa sopa vem com uma fatia de pão e queijo gruyère, que são gratinados no forno, formando uma espécie de tampa”, explica a proprietária.
Outro preparo que abraça a bandeira azul, branca e vermelha é o cassoulet (R$ 58). A receita se aproxima da nossa familiar feijoada. “O feijão-branco é feito com carne de porco, depois ganha carne de pato desfiada e então farinha de rosca, para gratinar”, detalha. Ela ainda recomenda que, para finalizar, o cliente aposte na mini tarte tatin (R$ 22), uma tortinha francesa de maçã servida quente com sorvete de creme.
Quentinha, ora pois
É uma cortesia aos clientes a sopa de pedra do Tejo Restaurante, comandado por Manoelzinho Pires. Ela não está disponível todos os dias e nem aparece no menu. Isso porque é feita em datas especiais, como quando o tempo esfria e o paladar pede por algo aconchegante.
Para quem não conhece a receita que pode soar extravagante, a sopa de pedra consiste em uma versão portuguesa do caldinho de feijão, que geralmente é cozido com alguns cortes suínos, mais batatas picadas, coentro e outros temperos. Algumas pedras aquecidas (e cuidadosamente lavadas, claro) vão ao fundo do prato, deixando-o sempre quentinho. A tradição nasceu em Almeirim, em Portugal, país onde Manoelzinho nasceu.
Escolha fixa do menu, que faz bonito quando a temperatura cai, o arroz de robalo com camarões e lagostins é servido em uma panela de barro. Ela chega à mesa fumegante, mantendo a receita sempre aquecida, em lógica parecida à da sopa. A receita, bem servida, custa R$ 98.
Quentão à moda da casa
Na semana passada, o proprietário do República Café, Guilherme Sousa, fez um teste que deu muito certo. Durante o happy hour, ofereceu como um mimo aos clientes: o quentão de café. A bebida reúne um clássico do período junino ao principal item do espaço, de ambiente moderninho. “Ele será servido aos clientes que aderirem ao happy hour, que começa às 17h”, conta Guilherme.
Na receita, o açúcar é caramelizado e a ele juntam-se canela, cravo, casca de laranja e limão.
Fervida com água, a combinação recebe, na sequência, maçã em pedaços e cachaça. Por último, adiciona-se o café. Essa não é a única versão em que a bebida de cor preta surge junto a algum alcoólico no estabelecimento.
Pode-se pedir, por exemplo, pelo Kula (R$ 14), nome dado a um drinque gelado com café espresso, amarula, leite condensado e chantili. Com adição de uísque ou amarula, o chocolate quente custa o mesmo preço. Releitura do francês croque monsieur (um misto quente “metido à besta”, com molho bechamel), o croque de linguiça (R$ 15) tem pão de forma, linguiça desfeita deglaceada na cachaça, cebola e muçarela.
Romântico e quentinho
É impossível pensar em fondue e não remeter aos dias frios, regados a uma certa dose de romantismo. “Basta esfriar um pouco na cidade que a casa lota. As pessoas adoram curtir um friozinho comendo uma bom fondue”, explica o gerente administrativo do Au Fondue, Alex Alves Juvenal.
No estabelecimento, trabalha-se exclusivamente com fondue, que pode vir à mesa em dois formatos. O primeiro jeito de aproveitar é no sistema de rodízio (R$ 89,90, sexta e sábado, R$ 79,90, de domingo a quinta). “Nesse caso, servimos fondue de queijo, de carne, de frango e de chocolate, além da tradicional batata rosti”, explica.
Alex complementa que todos os preparos são servidos à vontade, de acordo com a preferência do cliente. “No de queijo, acompanha apenas pão, já no de carne e frango vêm os molhos da casa. Para finalizar, as frutas da estação se combinam ao o preparo de chocolate”, descreve.
Outra pedida é apostar na fondue à la carte. Há diversas opções no cardápio, mas uma das favoritas é a de camarão (R$ 150). São cerca de 200g de camarões grandes, acompanhados por oito variedades de molho e a batata rosti. Alex garante: “Esse é um prato que serve muito bem duas pessoas."
Leve e cheio de amor
No Le Jardin du Golf, além de o cliente poder aproveitar a bela vista e o ambiente agradável, desfruta de preparos elaborados e deliciosos destinados para o frio. Para começar, o proprietário do local, Carlos Augusto Veloso, sugere o camarão le jardin (R$ 98) — camarões GG cortados em finas fatias, cobertos com calda de alho-poró e queijo de cabra e finalizado com queijo grana padano. “É como se fosse um carpaccio quente”, descreve.
Na sequência, que tal optar por um filé-mignon aligot (R$ 72)? É um tornedor de filé-mignon regado ao molho de vinho e acompanhado de aligot de batata, queijo gruyère e queijo minas. “Costumo dar esse toque brasileiro em preparos clássicos, como é o caso do queijo minas. Ele ainda quebra um pouco o gosto forte do gruyère, o que funciona melhor para o paladar por aqui”, garante.
Para finalizar, o suflê de goiabada com queijo (R$ 26) faz uma fusão do tradicional preparo com claras com os ingredientes do querido Romeu e Julieta. “A goiabada vai na forma de uma calda, misturada a massa de claras. Já com o queijo é feita uma calda com cream cheese, requeijão cremoso, queijo minas e leite, tudo batido”, detalha o proprietário.
Onde comer
Au Fondue
(SHIS QI 7, Bl. B, lj. 30; Lago Sul 3248-3061), aberto de segunda a quinta, das 19h à 0h; sexta e sábado, das 19h à 1h; e domingo, das 19h à 0h.
Bierfass
(SHIS QL 10, Lt. 9, Pontão do Lago Sul; 3364-4041), aberto de segunda a quinta, das 11h30 à 0h30; sexta e sábado, das 11h30 às 2h; e domingo, das 11h30 à 0h.
Fritz
(404 Sul, Bl. D, lj. 35; 3223-4622), aberto de segunda a sábado, das 12h à 0h; e domingo, das 12h às 17h.
Le Jardin du Golf
(SCES, Tc. 2, Lt. 17, Clube do Golfe de Brasília; 3321-2040), aberto de terça a quinta, das 12h à 0h; sexta e sábado, das 12h à 1h; e domingo, das 12h às 17h.
Loca Como Tu Madre
(306 Sul, Bl. C, lj. 36; 3244-5828), aberto segunda, das 12h às 15h, e das 18h à 23h; terça a quinta, das 12h às 15h, e das 18h à 0h; sexta, das 12h às 15h, e das 18h à 1h; e sábado, das 12h às 16h, e das 18h à 1h.
Katsu Lamen House
(Rua 25 Norte, Edifício Viviane Rinaldi, Lt. 2, lj. 1, Águas Claras; 3084-9158), aberto de terça a domingo, das 18h30 às 22h30.
República Café
(QS 406, Conj. E, Lt. 3, 1º andar, Ed. Arena Mall, Samambaia; 3022-6565), aberto de segunda a quinta, das 8h30 às 23h; sexta, das 8h30 à 0h; sábado e domingo, das 12h à 0h.
Tejo Restaurante
(404 Sul, Bl. B, lj. 27; 3264-7005), aberto de terça a quinta, das 12h às 15h, e das 19h às 23h; sexta, das 12h às 15h, e das 19h à 0h; sábado, das 12h às 16h, e das 19h à 0h; e domingo, das 12h às 17h.
Toujours
(405 Sul, Bl. D, ljs. 16/18; 3242-7067), aberto segunda, das 12h às 15h; terça a quinta, das 12h às 15h, e das 19h às 23h30; sexta e sábado, das 12h às 16h, e das 19h à 0h; e domingo, das 12h às 16h.