Confira opções gastronômicas para curtir as férias em Brasília
Para quem prefere passar o mês de julho na capital, selecionamos nove programas de dar água na boca
Rebeca Oliveira
Renata Rios
Publicação:14/07/2017 06:00Atualização: 13/07/2017 18:43
De mãe para filho: cozinha familiar pauta receitas do Café e um chêro
Ficar em Brasília nas férias já não é sinônimo de marasmo. A capital pulsa durante os meses de junho e julho. Nas caçarolas, o cenário não é diferente. É bom anotar na agenda porque programas não faltam a quem ama a boa mesa!
Uma maneira de aproveitar o tempo livre é conhecer propostas gastronômicas do quadrado do Distrito Federal. Uma delas é o Contê, casa na 403 Sul em que há um bom investimento na carta de drinques. “É um restaurante, mas com uma pegada mais informal. Para criar os drinques, convidamos Guilherme Guedes, reconhecido especialista em mixologia”, adianta Gustavo Leal, um dos quatro sócios do estabelecimento.
Mais recente, o Cão Véio, inaugurado na semana passada, é promissor. O cardápio é assinado pelo requisitado chef Henrique Fogaça, figura conhecida por ser um dos jurados de reality show MasterChef Brasil. Além dos pratos de Fogaça, as bebidas ganham igual importância. Vão de drinques autorais a chope artesanal, feito pela marca local Máfia Beer e extraído na pressão.
Outra forma de sair de casa quando o frio der uma trégua é provar os sanduíches do Steak Shack, food truck capitaneado pelo chef Marcello Piucco, ex-El Negro. Uma das misturas tem o disco de carne com blend especial mais costela bovina desfiada. Os dois juntos são cercados por pão brioche e maionese de picles de jalapeño. Para nenhum amante de carne botar defeito.
Comece o dia sem pressa
Sem a rotina pesada do trabalho ou a pressa de não se atrasar para a aula, as férias permitem extravagâncias, como tomar café da manhã sem pressa. Um luxo na rotina incessante da cidade grande. Um lugar propício para isso é o Café e um chêro, espaço que combina cozinha familiar a cultura nordestina.
Com apenas 24 lugares, o cantinho é comandado por João Gabriel Amaral e a mãe, Alba Amaral. É ela quem, literalmente, põe a mão na massa e faz combinações como o bolo integral de banana com calda de doce de leite (R$ 6), ideal para ser degustado com um café coado (R$ 5).
“Quem tem vínculo com o interior acaba buscando essas reminiscências”, explica João. O vínculo, nesse caso, pertence à matriarca, nascida no Maranhão. Ambos são autodidatas e aprenderam a fazer delícias como o pão-mestre (pão de sal recheado com carne de panela e uma espécie de “maionese” artesanal, por R$ 10,90) apenas observando os familiares.
As crianças ganham atenção redobrada na Arca do Sabor, onde podem explorar os segredos de uma cozinha e suas receitas
Com a mão na massa
Em 2008, a engenheira agrônoma Alessandra Brant opetou pela gastronomia. Foi assim que surgiu a Arca do Sabor, espaço voltado para aulas de gastronomia para crianças a partir de 4 anos. “Essas oficinas são ótimas para estimular a criatividade e o interesse pela cozinha e pelos ingredientes”, explica.
As aulas são dadas para pequenos grupos, normalmente entre 4 e 6 crianças, (R$ 130, aula avulsa; e R$ 300, o pacote mensal com uma aula por semana). “Tenho três pilares que são passados a cada encontro: a qualidade da matéria-prima, a qualidade da experiência que a criança terá na aula e a importância da segurança dentro da cozinha”.
Neste mês o local será sede de uma colônia de férias dedicada aos pequenos. “É possível que o curso seja feito para um grupo fechado, nesse caso, pode-se escolher o horário e a receita ministrada”, pontua Alessandra. Para a colônia, entre as receitas que serão apresentadas estão mufim de banana, bolos diversos, pães, massa de pizza, brigadeiro e cookies.
Hambúrguer à americana: disco de carne mais fino é tendência e surge no Steak Shack, de Marcello Piucco
Ao ar livre
A proposta de gastronomia informal “pegou” de vez o chef Marcello Piucco desde o ano passado, quando ocupou as ruas de Brasília com o food truck do restaurante El Negro. Há algum tempo, ele criou um caminhão próprio com influência dos EUA, país onde morou por alguns anos. “Já estava querendo fazer algo meu, um hambúrguer diferente. Em breve, vamos abrir também uma loja física no shopping DF Plaza, em Águas Claras”, adianta.
De pratos clássicos da Terra do Tio Sam, caso do mac n’chesse (macarrão ao molho cheddar com farofinha crocante, a R$ 15), até hambúrgueres autorais. Todas as receitas têm segredos que Piucco aprendeu enquanto habitou o solo americano.
O beef ribs (R$ 20), por exemplo, consiste em um sanduíche com disco de carne (um blend de fraldinha e costela) mais costela desfiada marinada na cerveja preta com cebola caramelizada na mesma bebida. Por fim, maionese picante de jalapeño. “A diferença no nosso hambúrguer é a espessura da carne. Fazemos o disco mais fino para caramelizar melhor os sabores, que ficam muito mais pronunciados. Essa é uma tendência que está em alta em Nova York”, explica.
Rafael Urdaneda, novidade no restaurante Casa de Madeira
Fugir da cidade... sem sair dela
Situado no Jardim Botânico, o restaurante Casa de Madeira é como um oásis na cidade grande. Cercado de verde e com decoração rústica, o espaço está com um novo chef há duas semanas. Rafael Urdaneda assumiu as caçarolas com a missão de revitalizar o menu e fazê-lo conversar com a estética do local, bucólica e tranquila.
Um dos pratos que têm causado burburinho é o picadinho de filé-mignon ao molho gorgonzola (R$ 43). Servido dentro de uma panhoca, pode ser dividido por três ou quatro pessoas. “A combinação é perfeita para as noites frias. O picadinho pedia uma complexidade no molho e no cuidado com o próprio filé, que recebe um fundo de carne”, garante o chef, que passeia por uma cozinha tradicional com influência de técnicas e sabores europeus.
Essa proposta fica constatada em receitas como o carré de cordeiro assado com alecrim, que vem à mesa na companhia de risoto de peras e creme de gorgonzola mais molho de hortelã (R$ 59).
Alguns pratos do Contê vêm em versão minimalista: para beliscar enquanto se toma um drinque
Aproveite para conhecer sabores...
Inaugurado em junho, o Contê dá importância equilibrada ao que sai da cozinha e do bar. O cardápio com pegada moderna é combinado à carta de drinques assinada por Gustavo Guedes.
Ele acaba de ficar em terceiro lugar na etapa nacional do World Class. Para o Contê, Guedes criou uma carta com 41 drinques, entre os quais o Bastiana, composto de cachaca envelhecida, cajá-manga, shrub (bebida à base de frutas em conserva de vinagre) de gengibre com umbu, melaço e espuma de cupuaçu (R$ 27).
As criações do chef William de Oliveira surgem em dois formatos. Uma delas é o atum em crosta de gergelim e molhos de tamarindo e gengibre com cuscuz marroquino(R$ 82, individual ou R$ 53, para beliscar).
O filé au poivre é um preparo francês que atravessa culturas e se faz conhecido mundialmente
… E para resgatar os clássicos
Há mais de meio século na cidade, o La Chaumière é um exemplo de casa que mantém as características originais.
“A casa sempre teve essa proposta de bistrô. Quando eu assumi, esse foi um cuidado que os antigos donos tiveram — garantir que a proposta da casa se manteria a mesma”, relembra Severino Xavier, proprietário da casa desde 1973.
Entre as opções que a casa exibe, está o filé au poivre (R$ 99,50). “Esse é um clássico da casa. O molho é feito com pimentas do reino pretas moídas, conhaque e creme de leite. Nosso diferencial é a qualidade. Para mexer com gastronomia, ter bons produtos é a coisa mais fundamental”, afirma Xavier. Para acompanhar, arroz ou batatas sautê.
Já uma alternativa acrescida pelo próprio chef no menu é o Severan (R$ 99,50), prato que homenageia o proprietário da casa. “Esse é um filé-mignon com molho roquefort, champignon, cebola, pimenta-rosa e pimenta-verde. Foi um prato que criei e coloquei no cardápio”, orgulha-se.
No Delta Bar, a sugestão são o Buffalo Wings, servidos ao estilo americano
Diversão à americana
O delta bar foi inaugurado em novembro do ano passado pelo trio Guilherme Cecílio, Pedro Yhago Sá e Willian Farias. A proposta da casa é, no mínimo, divertida: um bar que lembra as casas americanas, brincando com as tradicionais fraternidades, tão comuns nas universidades do país.
“Achamos que a perspectiva da fraternidade incluía todos os preceitos que achamos essenciais para um bar, como pertencimento a uma comunidade, parceria entre os membros, diversão e liberdade para que nosso espaço seja uma pequena parte de casa de nossos membros”, afirma Guilherme.
Entre as comidinhas que valem ser degustadas no espaço está a mais que famosa Buffalo Wings (R$ 28). “São coxinhas e asinhas de frango empanadas e temperadas à base de páprica, servidas ao molho Inferno, que agrega uma leve picância ao prato, e acompanhadas ainda de molho Blue Cheese, à base de e gorgonzola”, descreve o sócio.
Já para beber, a sugestão é se arriscar no refrescante Kappa Nu Drink (R$ 15), mistura de vodca, suco de limão, hortelã, pepino e club soda. Vale também conferir os dias que são servidos os Jello shots (R$ 4), clássica mistura de gelatina e vodca.
A noite é delas
Para o dia 27 de julho, a casa realizará mais uma edição da Kappa Nu, uma noite dedicada especialmente ao público feminino. A festa é mensal e buscou inspiração no filme Vizinhos 2, em que um grupo de alunas cria a própria fraternidade, que dá nome a essa festa.
O Sebinho Café une, em um mesmo ambiente, a gastronomia a outros tipos de arte
Cultura, por que não?
No sebinho Café, a cultura é parte do cardápio. A casa surgiu a partir do Sebinho, que está na capital há mais de 30 anos e é um ponto de referência para quem procura livros, CDs, DVDs, HQs e vinis usados. O cliente encontra uma variedade respeitável no cardápio, que agrada e atende os comensais desde um simples lanche ou café, até uma bela feijoada (R$ 54,90, para duas pessoas).
“A ideia da casa é que o cliente possa vir para cá em qualquer horário e ter um cardápio disponível, com bastante variedade”, explica Tiago Cardoso, gerente gastronômico do local. Entre os preparos que a casa oferece estão: torta suflair (R$ 8,50, a fatia), torta alemã (R$ 8,50, a fatia), a picanha suína grelhada na manteiga de ervas com risoto de limão siciliano (R$ 36,90).
“O cardápio é bem variado, temos opções de almoço, lanche, sobremesa e, aos sábados, algumas opções de café da manhã”, pontua Tiago. Já a programação cultural da casa apresenta uma variedade farta de eventos, incluindo encontros voltados para o público geek, rodas de encontros literário e lançamento de livros.
Extraído na pressão, chope APA do Cão Véio é feito por cervejaria local
Na pressão
Com cardápio assinado pelo chef e apresentador Henrique Fogaça, do MasterChef Brasil, o Cão Véio tem movimentado a gastronomia brasiliense. A ideia do bar é agregar à boa mesa uma imponente carta de cervejas especiais, além de drinques e chope fresco.
“O cardápio é o mesmo de São Paulo com a inclusão de alguns pratos regionais. Há alguns anos, os bares tinham apenas salame, queijos, e a ideia é unificar as duas coisas”, explica o chef.
A maioria das criações tem nome que remete ao mundo canino. Um deles é o Bom para cachorro (R$ 29), porção de bolinho de arroz com pimenta dedo-de-moça e parmesão. Cremoso, o petisco que pode fazer as vezes de entrada vem na companhia de molho de tomate picante, tão ardente como a Espírito de porco (R$ 43), costela suína marinada na cachaça e no mel. Assado lentamente, o corte suíno é finalizado com flor de sal e conta com molho de pimenta defumada com maracujá.
Ambos podem ser harmonizados com o Dog de Bordeaux (R$ 29), drinque feito à base de gin, gengibre, suco de limão siciliano e licor de casca de laranja. A bebida é servida na elegante taça martini. Com apresentação mais “rústica”, o chope Cão Véio American Pale Ale tem 5,2% de graduação alcoólica e é feito em Brasília pela cervejaria local Máfia Beer.
ONDE COMER
Arca do Sabor
(915 Sul, Bl. D, lj 106; 4141-4759), Aberto das 8h às 20h, mediante agendamento, pelo telefone ou e-mail: contato@arcadosabor.com.br.
Casa de Madeira
(Avenida do Sol Condomínio Quintas do Sol, Q 2, Lt. 50, Jardim Botânico; 3547-6001), diariamente, das 18h à 0h.
Cão Véio
(404 Sul, Bl. C, lj. 35), aberto de segunda a quinta, das 18h à 0h; e sexta e sábado, das 18h à 0h30.
Café e um Chêro
(109 Norte, Bl. C, ll. 37; 98351-6420), aberto de segunda a sábado, das 7h às 22h.
La Chaumière
(408 Sul, Bl. A, lj 13; 3244-3875), aberto de terça a sexta, das 12h às 15h, e das 19h à 0h; sábado, das 19h à 0h; e domingo, das 12h às 15h.
Contê
(403 Sul, Bl. D, lj. 10; 3554-9474), aberto de terça e quarta, das 12h às 15h e das 18h à 0h; quinta, das 12h às 15h e das 18h à 1h; sexta e sábado, das 12h à 1h; e domingo das 12h às 17h.
Delta Bar
(706/707 Norte, Bl. E, lj 6; 3532-5477), aberto terça e quarta, das 17h à 0h; quinta, das 17h à 1h; sexta e sábado, das 17h às 2h; e domingo, das 17h à 0h.
Sebinho Café
(406 Norte, Bl. C; 3447-4444), aberto de segunda a sexta, das 12h às 23h, sábado, das 8h30 às 23h.
Steak Shack
(confira o itinerário em www.facebook.com/steakshackbr ou 99138-7245), aberto de terça a quinta, e domingo, das 17h30 às 22h30; e sexta e sábado, das 17h30 às 23h.