Projeto Panela Candanga promove festival gastronômico com ingredientes do cerrado
Até 5 de novembro, cinco restaurantes da cidade oferecem pratos feitos com produtos dos arredores de Brasília com valores entre R$ 30 e R$ 59
Beatriz Queiroz* - -
Publicação:25/10/2017 19:15Atualização: 25/10/2017 19:19
O projeto valoriza os frutos e produtos do cerrado
O cerrado vai muito além do baru e do pequi e oferece uma gama de frutos e produtos saborosos, ao menos é que o projeto Panela Candanga quer mostrar. "Eu fiquei muito impressionada em perceber como o brasiliense desconhece o cerrado. Então vi que precisamos mostrar os produtos, ensinar a valorizar, começar uma nova história em Brasília e, quem sabe, até descobrir qual nosso prato típico", analisa Mara Alcamin, chef do Universal e uma das idealizadoras do projeto.
Para aproximar o brasiliense do cerrado, ela e outros cinco chefs participam do festival gastronômico Panela Candanga. Com as bases do projeto homônimo, Mara Alcamim (Restaurante Universal), Francisco Ansiliero (Dom Francisco), Gil Guimarães (Baco Pizzaria e Parrilla Burger), Lui Veronese (Sallva Bar & Ristorante) e Nilson Favacho (Oliver) oferecem pratos feitos com produtos de produtores locais encontrados no DF e regiões próximas no Goiás, como Trindade e Luziânia.
"É importante valorizar o que encontramos por aqui. São produtos mais frescos, mais saudáveis, que às vezes são colhidos de manhã e você come à noite no restaurante", afirma o chef da Baco Pizzaria, Gil Guimarães. No restaurante dele, o chef oferece uma pizza feita com aspargos frescos da Vargem Bonita, pancetta, fior di latte laticínio Xique Xique, ovo caipira e pimenta-macaco (R$ 59, grande).
São cinco opções de pratos no festival
No Dom Francisco a pedida com a cara do cerrado é o frango ao molho de pequi e cajuzinho do cerrado (R$ 59, prato individual), que vem acompanhado de arroz cremoso de ricota de cabra com toque de limão. O Pirarucu (R$ 59, prato individual) é o prato do Oliver e vem com crosta de castanha-de-baru, espaquete de palmito pupunha e molho de cagaita - colhida no próprio restaurante.
Trabalhando a memória afetiva, Mara Alcamin oferece a carne de lata com farofa goiana, mexido com linguiça caseira, maionese de chef, vinagrete de cajuzinho do cerrado e maracujá pérola do cerrado (R$ 59, prato individual) no Universal. "Sou nascida e criada aqui, mas minha família é goiana e eu quero mostrar essa comida raiz", assegura.
O Sallva Bar & Ristorante oferece uma opção para quem gosta de doces. O cheesecake do cerrado (R$ 30) reúne cajuzinho, pequi e limão, com ganache de chocolate branco e sorbet.
Entenda o projeto
O Panela Candanga foi criado pelos chefs Mara Alcamim (Restaurante Universal), Francisco Ansiliero (Dom Francisco), Gil Guimarães (Baco Pizzaria e Parrilla Burger), Lui Veronese (Sallva Bar & Ristorante) e Nilson Favacho (Oliver) e é um projeto que busca valorizar os produtos do cerrado.
"Eu e a Mara (Alcamin) fomos a um evento em São Paulo com outros chefs para falar da culinária daqui, então fizemos uma pesquisa para mostrar a gastronomia característica de acordo com a visão das pessoas. Esse ano fomos convidados de novo, e vimos que era necessário continuar isso, mas resolvemos ampliar e falar do que tem fora do quadradinho, porque o que tem ao redor influencia nossa cozinha também", explica Gil Guimarães, chef da Baco Pizzaria.
Os cinco viabilizaram a criação de uma plataforma com informações sobre os produtos, como a forma de cultivo e onde encontrá-los. Hoje o projeto já tem cinco produtos catalogados: maracujá pérola do cerrado, cajuzinho do cerrado, limão imperial chinês, embutidos de Léo Hamu e queijos da Cabra Chic.
Outra proposta do Panela Candanga é valorizar os produtores locais. Mara Alcamin ressalta que o cooperativismo dessas relações é muito importante porque todos os lados ganham. "Eu compro um produto de qualidade, natural, orgânico, mais saudável, enquanto o produtor consegue o dinheiro para a próxima produção e o sustento da família."
*Estagiária sob supervisão de Vinicius Nader.