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18/ABR/2024

Comfort food: Conheça locais no DF que alimentam o estômago e 'o coração'

Comfort food é uma tendência de comidas que chegou a Brasília e traz lembranças especiais

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Beatriz Queiroz* - - Renata Rios Publicação:10/11/2017 06:00Atualização:09/11/2017 17:29
Café coado e quitutes mineiros garantem o clima de casa de avó do Uai Bezinha (Jhonatan Vieira/Esp. CB/D.A Press)
Café coado e quitutes mineiros garantem o clima de casa de avó do Uai Bezinha
Aquela comida de mãe, avó, pai, tio... Nostálgica, a comfort food é cheia de lembranças. É uma comida que te abraça e, como o próprio nome diz, te conforta.
 
Os preparos são diversos, opostos à proposta do fast food ou de cozinhas cheias de complexidades. Aqui, a ideia é dar o tempo para a comida, apostar na simplicidade, nos sabores e nos aromas que invadem os cômodos e a memória.
 
Rejane Borba, do Tem pudim, acredita que a vida corrida das pessoas seja um dos fatores que as levam a procurar isso. “O pulo do gato do meu negócio foi oferecer um produto com a qualidade do caseiro e que leva o tempo necessário para ser feito”, ela explica. E complementa: “Na correria do dia a dia, é difícil ter tempo de ir ao mercado comprar tudo que é necessário, fazer a receita e esperar o tempo que é necessário. Para isso que eu estou aqui!”.
 
Outro ponto em que a Comfort food entra é a forma que consumimos a comida. Para os adeptos, não é apenas o que se consome, mas como se consome que vai afetar a saúde. “Aqui vejo muita gente que vem com os filhos e quando a criança é pequena, muitos pais recorrem à comida congelada”, afirma Meg Suda, proprietária da Confraria Chico Mineiro. “Esse é um problema, as comidas congeladas e industrializadas não são a mesma coisa que uma comida de casa, não dão o mesmo prazer”, finaliza. 
 
"A ideia da loja, quando eu e minha mãe abrimos, era de trazer esse clima de casa de avó"
 

De mãe para filha
Os quitutes mineiros ganham o posto de estrela da festa no Uai Bezinha. No local, são diversos os quitutes que podem ser encontrados, todos usando as receitas da avó de Lara Ludmila Cortês. “A ideia da loja, quando eu e minha mãe abrimos, era de trazer esse clima de casa de avó”, explica Lara, sócia da casa junto com a mãe, Tereza Cortês da Silva.
 
O tom mineiro agrada e a casa atrai cada vez mais a clientela que busca esse tipo de preparo. “Hoje em dia percebo que os clientes buscam comidas mais caseiras”, pondera.
 
“Temos duas opções de bufê, o Mineiríssimo (R$ 19,50, por pessoa) e o Oh de casa (R$ 26,50, por pessoa). O cliente paga um valor fixo e come à vontade”, detalha.
 
Para levar, a sugestão é se valer do quilo dos preparos, a R$ 37. “Muita gente faz isso para levar para casa”, comenta Lara.
Para quem prefere ficar no conforto da mesa, o Demais da conta (R$ 35,50) é uma opção que atende tanto um lanche como um café da manhã. “São 15 itens variados, entre eles a pamonha e a torta salgada”, explica Lara. Para beber, suco, café coado e chá.
 
O filé Oswaldo Aranha é um prato consagrado (Bruno Peres/CB/D.A Press)
O filé Oswaldo Aranha é um prato consagrado
 
 
PF simples e valioso
Quem almoça pela Asa Norte precisa conhecer a Confraria Chico Mineiro e a comida simples, de tempero bom e muito carinho praticada ali. “Cozinho aqui igual cozinharia para minha família e acho que isso se reflete no sabor que os clientes encontram”, explica Meg Suda, proprietária do local.
 
O almoço executivo varia diariamente — sempre por R$ 35, incluindo entrada. Entre os preparos do cardápio fixo está o ilustre Filé Oswaldo Aranha (R$ 35). A receita clássica ganha um toque caseiro nas mãos de Meg. “Tempero o filé e frito ele em frigideira, para ressecar menos. Refogo bem o arroz. Tudo fica com gostinho de feito em casa”, promete. Ela ainda explica que às sextas e aos sábados o preparo vem com o feijão preto, nos demais dias, feijão carioquinha.
 
Já às sextas, a feijoada (R$ 44) ganha os holofotes. “Faço ela com tudo, depois tiro, pois não é todo cliente que gosta de pé e rabo. Porém, se pedir, esses vem separadinhos sem nenhum custo”, explica.
 
Para o ano que vem, a casa promete algumas novidades. A primeira delas é que, além do prato infantil (R$ 26) que a casa já oferece, Meg pretende oferecer papinhas e pratos para crianças mais novinhas. Também na lista de projetos está criar opções de jantar para a família.
 
A galinhada no Bar do Neguinho atrai comensais de todo o DF (Rodrigo Nunes/Esp. CB/D.A Press)
A galinhada no Bar do Neguinho atrai comensais de todo o DF
 
 
A verdadeira galinhada
Para quem guarda a galinhada em um lugar especial no coração, o Bar do Neguinho é um daqueles lugares imprescindíveis de se conhecer. Famoso em todo o DF pela galinhada, o ponto, às margens do Lago de Brazlândia, oferece um diferencial que dá todo o tom da visita: guarnições à vontade. “Tirando a galinha e a salada, tudo aqui fica à vontade para o cliente poder ir petiscando e aproveitando a vista”, explica Neguinho, proprietário da casa.
 
Ele ainda complementa com uma novidade: “Agora tem alguns pedalinhos que ficam no lago, o pessoal está adorando vir com a família e passar o dia”. Já nas panelas, o cliente pode pedir a galinhada em dois tamanhos: inteira (R$ 154,90) e meia (R$ 94,90). Junto da carne ele recebe: arroz, feijão, farofa, quiabo, salada e pequi — durante a época da fruta —, além de angu de milho verde, servido aos domingos.
 
“Eu mesmo abato as galinhas na minha chácara — depois cada uma é preparada em uma panela de pressão separada, pois como é difícil determinar a idade do animal, cada um tem um tempo de cozimento”, garante. Para quem preferir, o local ainda trabalha com linguiças artesanais de pernil (R$ 28,90, inteira; R$ 17,90, meia); carne de sol e picanha (R$ 144,90, refeição; R$ 59,90, tira gosto inteiro; R$ 39,90, meia porção).
 
A rabada do restaurante Tia Zélia tem muitos acompanhamentos (Ed Alves/CB/D.A Press)
A rabada do restaurante Tia Zélia tem muitos acompanhamentos
 
 
Comida com gosto
Quem já se aventurou pela Vila Planalto pode se surpreender com as pequenas descobertas, repletas de sabor. Entre os pontos que não podem passar despercebidos, está o Tia Zélia. O local que funciona há cerca de 20 anos oferece receitas caseiras e o segredo para uma boa comida é simples: um bom refogado.
 
A rabada figura entre os preparos mais conhecidos no local. Às quintas, por R$ 35, o cliente come do preparo à vontade, que vem também com arroz, feijão, macarrão, salada e o delicioso bolinho de mandioca da casa. “Costumamos fazer ainda mais duas opções, como carne de sol, galinhada ou galopé”, explica. Márcia Oliveira da Costa, filha da Maria de Jesus Oliveira da Costa, ou Tia Zélia, como é conhecida pela Vila Planalto.
 
Sobre a rabada, Márcia ainda explica que o preparo é feito com todo cuidado e carinho. “Recebemos a rabada semanalmente. Primeiro escaldamos a rabada para limpar e tirar a gordura. Na sequência a carne é refogada com muito alho por duas até três horas. No final retiramos o excesso de gordura, para o prato não ficar muito pesado”, descreve.
 
O baião de sete traz o tempero nordestino para Brasília (Ana Carneiro/Esp. CB/D.A Press)
O baião de sete traz o tempero nordestino para Brasília
 
 
Mistura do Nordeste
Baiana de Irecê, apaixonada por São Paulo, Ivone Ferreira é responsável pelos sabores mostrados no Fulô do Sertão. Proprietária do restaurante com o marido Antonio Queiroz há três anos, ela uniu a paixão pela cozinha com o tempero do nordeste.
 
O cardápio do Fulô do Sertão é o mesmo do dono anterior —  Ivone só adicionou o amor pela cozinha às receitas. “Gosto muito de cozinhar e me identifico bem com os pratos servidos aqui. Mas do que gosto mesmo é de conversar com os clientes”, conta.
 
Um dos pratos de destaque da casa e que leva os nordestinos de volta ao aconchego da terrinha é o baião de sete (R$ 42,60, para duas pessoas). Arroz, feijão-de-corda, bacon, linguiça calabresa, charque, queijo coalho e cheiro verde são os sete ingredientes principais do prato, que vem acompanhado de tomate e azeite. 
 
“Ele sai bastante, tem gente que vem só para comê-lo, outros que encomendam e vêm apenas buscar”, orgulha-se.
 
A tradicional bolonhesa tem sabor de comida caseira (Ana Carneiro/Esp. CB/D.A Press)
A tradicional bolonhesa tem sabor de comida caseira
 
 
Tradição italiana
A culinária italiana é uma das mais aconchegantes do mundo. Os pratos quentes e preparos frescos permitem experiência diferente das refeições corridas do dia a dia. Com uma mistura entre a técnica e o aconchego, Rafael Benevides comanda o Veloce há 17 anos. “Eu gosto de dizer que é o nosso italianinho de todo dia”, brinca.
 
Em busca de entregar um prato gostoso e com custo- benefício adequado, a casa oferece clássicos da cozinha italiana. Entre os pratos está a rainha dos almoços de domingo: a lasanha. “É um prato que remete ao passado, à infância, principalmente. Talvez não seja mais um prato de domingo hoje, mas era na minha infância. E tem a parte de dividir um preparo grande, ter a família reunida em volta da mesa”, relembra Rafael, saudoso.
 
No Veloce a lasanha é servida em dois sabores: bolonhesa (R$ 33) e berinjela (R$ 31). O cliente também pode levar o prato para casa.
 
O brigadeiro de colher pode ser levado para casa: doce conforto (Ana Carneiro/Esp. CB/D.A Press)
O brigadeiro de colher pode ser levado para casa: doce conforto
 
Com amor e com prazer 
Para os dias de sol, chuva, quentes, frios, alegres ou tristes: o brigadeiro é sempre uma boa pedida. Quando sai quentinho do fogão, ou depois de passar horas na geladeira, o doce é um alimento para o coração (e o estômago também termina feliz).
 
Para quem não pode voltar correndo para casa quando está a fim dessa gostosura, a Brigadeirando oferece o doce em todos os pratos da casa. “Aqui é o café que acompanha o brigadeiro e não o contrário”, brinca o chef da casa, Wesley de Sousa.
Os dias de chuva pedem o doce na forma mais aconchegante, o brigadeiro quente de panela (R$ 15, 95g). Feita com chocolate belga, a receita é da mãe do chef e foi aperfeiçoada pela irmã, Karla de Sousa, que é dona do local.
 
Quem quiser levar o sabor para casa ou dar aquele presente sem erro, a casa oferece também as versões brigadeirinho(R$ 11, 45g) e brigadeirão (R$ 39, 160g).
 
Na casa, a sobremesa se resume em amor. “Até a nossa logo forma um coração. É amor mesmo, para a gente que faz e vê o prazer de quem está comendo, é muito bom, é prazeroso”, conta Wesley.

Lançamentos
No último fim de semana, a Brigadeirando lançou o bolo vulcão. Em três sabores, cenoura com brigadeiro belga, casadinho de brigadeiro belga e branco e ninho com nutella, o bolo sai a R$ 39,90 e leva 500g de calda.
 
O doce de abóbora faz sucesso em todas as épocas do ano (Ana Carneiro/Esp. CB/D.A Press)
O doce de abóbora faz sucesso em todas as épocas do ano
 
Doce de tacho
Pensar na avó, na mãe, ou na tia, mexendo um doce à beira do fogão é uma memória que faz parte da vida de muitas pessoas. A arte de misturar frutos com açúcar e transformar os ingredientes em doce é uma tradição que atravessa gerações e dá mais do que certo na Casa de Biscoitos Mineiros.
 
O doce de abóbora (R$ 33,90, o quilo) é uma receita de Maria Madalena Teixeira, dona da empresa junto das filhas Andreia Regina e Regila Márcia. “Muitos clientes são fieis ao doce e vêm aqui apenas para comê-lo. O sucesso maior é na época de festas juninas, as pessoas fazem muitas encomendas”, conta o auxiliar administrativo da loja, Payllan Otávio.
 
A receita é simples: abóbora moranga cortada em pedaços e cozida, açúcar e coco, daí é só mexer até o doce soltar do fundo da panela. “O segredo é não cozinhar a abóbora com muita água e depois escorrer bem numa peneira fina”, ensina a gerente da unidade da Asa Norte, Tatiana Vitorino.
 
Leite condensado e paciência: segredos do pudim (Arquivo Pessoal/Divulgação)
Leite condensado e paciência: segredos do pudim
 
 
Pudim de casa
Não é difícil se deparar com um belo pudim ao final do bufê de um self service e acabar se frustrando, mas esse definitivamente não é o caso para aqueles que encomendam a sobremesa no Tem Pudim. A marca surgiu quando Rejane Borba sentiu a necessidade de voltar ao mercado de trabalho e se lembrou da receita de pudim da família. “Sempre fiz pudim, quando ia visitar alguém levava, é uma receita da família”, explica.
 
Rejane oferece algumas opções de sabores: tradicional, fava de baunilha, doce de leite, coco e pistache. “Para quem vai experimentar, recomendo o tradicional, pois é ele que dá aquela lembrança da avó. Já o meu favorito é o de fava de baunilha, que fica com pequenas bolinhas pretas, das sementes”, sugere Rejane. 
 
O valor varia de acordo com o tamanho do pedido — pudim na forma grande, R$ 65; pudim na forma pequena, R$ 45; minipudim na forma de alumínio, R$ 11 (mínimo 5 unidades do mesmo sabor ); petit pudim no potinho, R$ 5 (minimo 10 unidades do mesmo sabor); pudim no pote de vidro, R$ 16.
 
“A vida é tão corrida que as pessoas não têm tempo para fazer um pudim, deixar ele o tempo necessário no forno”, diz.
 
Sabores sazonais
Além dos sabores tradicionais, Rejane oferece sabores sazonais para os clientes. “Já fiz de paçoca e de tapioca para a época de festas juninas. No final do ano faço uma opção de nozes que fica muito interessante”, relembra. Vale ressaltar que o pudim de nozes volta ao cardápio de encomendas para as festas, em dezembro.

Onde comer
Bar do Neguinho 
(Q. 7 lt. 20 Brazlândia; 3391-1268), aberto de quarta a domingo, das 11h às 18h.
 
Brigadeirando 
(SCSW 100, Bloco A, Loja 9; telefone 4141-5679), aberta de segunda a sábado, das 9h às 18h.
 
Casa de Biscoitos Mineiros 
(210 Norte, Bl. D), aberta de segunda a sexta, das 8h às 20h. Sábado, das 8h às 18h.
 
Chico Mineiro 
(104 Norte, Bl. D, lj 38; 3963-1956), aberto segunda, das 11h30 às 14h; de terça a sexta, das 11h30 à 0h; sábado e domingo, das 11h30 às 16h.
 
Fulô do Sertão 
(404 Norte Bl B s/n lj. 16; 3024-9963), aberto de segunda a sábado, das 12h às 15h e das 18h30 às 23h.
 
Tem Pudim 
(Encomendas pelo Whats App 98300-9995), retirada em Águas Claras
 
Tia Zélia 
(Acampamento Pacheco Fernandes, Rua Maranhão, cs 8, Vila Planalto; 3306-1526), aberto de segunda a quinta, das 12h às 14h; sexta e sábado, das 12h às 15h.
 
Uai Bezinha 
(311 Sul, Bl. B, lj 37; 3543-1000), aberto de segunda a sexta, das 13h30 às 21h; sábado, das 10h às 21h.
 
Veloce 
(SHIS CL 11, Bl. O, lj. 5, Shopping Deck Brasil, Lago Sul; 3364-2477), aberto de terça a sexta, das 12h às 15h e das 18h às 23h; sábado e domingo, das 12h às 23h.

*Estagiária sobre supervisão de Vinicius Nader

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