Brasília-DF,
26/ABR/2024

Confira restaurantes com pratos para comer com a mão ou com palito

Deixar de lado os talheres à mesa traz cultura e enriquece a experiência na hora das refeições

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Renata Rios Beatriz Queiroz* - - Publicação:24/11/2017 06:00Atualização:23/11/2017 17:43

As pastas árabes são consumidas tradicionalmente sem talheres, usando o pão para pegá-las (José Filho/Divulgação)
As pastas árabes são consumidas tradicionalmente sem talheres, usando o pão para pegá-las

Quando se fala de comida, cada um tem sua mania, mas poucas formas agradam tanto quanto comer com as mãos. O hábito é uma questão cultural. Em alguns países, usar as mãos é parte do cotidiano. São muitas as pessoas que resistem à ideia de pegar a batata frita sem o palito ou o tira gosto sem nem sequer um guardanapo! Mas comer com a mão é tendência, e daquelas que vale a pena aderir.

 

O sócio do Pobre Juan Luiz Marsaioli explica: “Em primeiro lugar, precisa ser firme e ter um tamanho adequado para se ajustar na mão. Existem comidas que tradicionalmente se comem com as mãos, como as empanadas ou hambúrgueres”.

Luiz ainda defende que a comida nesse formato agrega praticidade, compartilhamento, no caso das entradas, e elevam a experiência. “Comer o hambúrguer com a mão é uma experiência mais completa, onde o ideal é ter uma mordida com todos os ingredientes integrados e que, na maioria das vezes, não conseguimos pois o sanduíche acaba desmontando”, exemplifica.

 

David Lechtig, proprietário e chef do El Paso — Cocina Mexicana, ressalta que a gastronomia mexicana usa muito as mãos. “Temos pratos que vão de tira gostos até sobremesa”, comenta. 

 

Fátima Hamu, do Lagash, também expõem que, na culinária árabe, as mãos são fundamentais. “Não é que exista certo ou errado, o jeito do brasileiro de comer é diferente do árabe”, finaliza.

 

Os salgados do restaurante lagash são feitos para serem comidos com as mãos (José Filho/Divulgação)
Os salgados do restaurante lagash são feitos para serem comidos com as mãos

 

Na alface ou no pão

 

A gastronomia árabe traz para a mesa tradições milenares, entre elas, a de comer usando as mãos. “Nessa gastronomia, se usa pouco o talher. Lembro-me que meu avô, por exemplo, quando não tinha o pão para comer, usava uma folha de alface. Mas não era colocar a comida dentro e embrulhar, ela usava a folha e três dedos para pegar a porção!”, relembra Fátima Hamu, proprietária do Lagash.

 

“A alface, por exemplo, é muito usada para comer o tabule, já o pão é bom para aproveitar as pastas, como o humus, babaganush e a coalhada seca”, explica. As pastas saem por R$ 5,80, cada 100g, na casa e contam com diversas alternativas, além das já citadas, como abobrinha confit, ricota com damasco e ricota com amêndoa.

 

Outro preparo pensado para usar as mãos são os salgados. “Todo salgado é para comer com a mão. Ele é feito em um formato próprio”, garante. Entre os preparos que a casa disponibiliza estão o quibe frito (R$ 5), quibe assado (R$ 5), esfirra de ricota ou carne (R$ 6), ou a esfirra com a massa folheada de carne ou de coalhada (R$ 7). O restaurante ainda faz algumas opções vegetarianas, como a esfirra de acelga (R$ 6), o quibe de batata (R$ 5) ou o famoso falafel (R$ 5).


Da entrada à sobremesa

 

Os amantes da gastronomia mexicana bem sabem o valor e a importância de usar as mãos para comer. No restaurante El Paso — Cocina mexicana, as alternativas são maioria no cardápio. “O brasileiro gosta muito de talher. Muitas vezes, servimos o prato e o cliente pede para trazermos talheres”, pontua David Lechtig, chef na casa. Mas ele complementa: “Apesar disso, desde que abrimos, em 1995, a resistência de comer com a mão melhorou muito”.

 

Para quem vai apostar na proposta, o chef dá algumas sugestões, como o mini chili (R$ 38,50) — trata-se de um molho de feijão, queijo e carne, para ser comido com os famosos nachos mexicanos. “A mistura de carne no chili é uma coisa tex mex, mas funciona bem e os clientes gostam muito. O prato original seria apenas com feijão e queijo”, explica.

 

Outra pedida para comer com as mãos, e compartilhar, é o El Paso combo (R$ 71,90) que conta com burritos, tacos rancheros, quesadillas, búfalo wings, potato skins, tacos El Paso e nachos. “Nesse caso, nada precisa de talher. Tudo aqui é para comer com as mãos”, afirma. Para finalizar, o chef lembra do churros (R$ 19,90), que pode vir à mesa com doce de leite ou chocolate.

 

Os bolinhos de camarão foram desenvolvidos para o novo cardápio da casa (Ana Carneiro/Esp. CB/D.A Press)
Os bolinhos de camarão foram desenvolvidos para o novo cardápio da casa
 

 

Boteco divino

 

A delegada aposentada Sandra Maria Silveira é frequentadora dos bares da cidade, e foi o gosto pelo o que esses ambientes proporcionam que a levou a abrir o Abençoado Bar e Restaurante. “Sempre fui botequeira, gosto da cerveja gelada e de receber os amigos em casa. Quando me aposentei, resolvi unir tudo isso e criar um bar, assim, eu podia reunir meus amigos com cerveja e boa comida”, relata a proprietária. 

 

Para mostrar que a combinação de cerveja gelada e boa mesa é uma aposta certa, a casa conta com um cardápio de petiscos para serem comidos com as mãos ou palitos. Desenvolvido pelo chef Rafael Dantas, o bolinho de camarão (R$ 34,90, porção com nove unidades) é uma das novidades do lugar. 

 

O prato é um bolo é feito com base de batata e possui recheio cremoso de camarão com sabores suaves. Os bolinhos vêm acompanhados de dois molhos: caramelo balsâmico e creme de limão. 

 

Sandra escolheu o Sudoeste para abrir o boteco há pouco mais de dois anos e meio e, agora, passa por uma reforma para ampliar o espaço e abrir durante o horário de almoço com self-service. “É bom que todos fiquem sabendo que abriremos novamente em uma semana. Vamos expandir o restaurante e trazer novidades no cardápio.” 

 

As cochitas são acompanhadas de catupiry e barbecue (Ana Carneiro/Esp. CB/D.A Press)
As cochitas são acompanhadas de catupiry e barbecue
 

 

Frango gourmet

 

As tradicionais coxinhas de frango dos botecos ganham refinamento e uma aparência mais clássica na Bamboa Cozinha de Bar, mas continuam com a proposta simples de comer com as mãos. “É mais confortável, a pessoa fica mais à vontade e pega todo o sabor, porque ela come e lambe os dedos. Não tem cerimônia”, sugere o chef da casa, Ismael Machado. 

 

A porção de cochitas (R$ 32,90, com oito tulipas) criada pelo chef vem acompanhada de catupiry e molho barbecue e é um dos petiscos mais pedidos do restaurante, principalmente entre o público feminino. Segundo ele, a opção de carne branca, mesmo sendo fritura, é mais saudável e menos calórico, o que conquista a mulherada. Outro segredo do preparo é o molho barbecue, especialidade da casa. 

 

O prato vai muito bem com chope, mas também pode ser acompanhado das caipirinhas (R$ 15,90) geladas feitas com frutas da estação. Quem quer apostar em outras opções para se deliciar sem a necessidade de talheres pode encarar também o camarão alho e óleo (R$ 48,90) e a costela barbecue (R$ 46,90).  

 

A pedra da conversa é uma aposta de Oswaldo Scafuto para incentivar a permanência dos clientes (Ana Carneiro/Esp. CB/D.A Press)
A pedra da conversa é uma aposta de Oswaldo Scafuto para incentivar a permanência dos clientes

 

A qualquer hora do dia

 

O ambiente aconchegante e tranquilo do Santé 13 casa com a ideia de proporcionar momentos que vão além do que é esperado de um restaurante. “Aqui não é exclusivo para a gastronomia, é um ambiente para que a pessoa fique, converse, viva bons momentos. É mais importante permanecer na memória do que apenas na opção de jantar”, afirma o dono do local, Oswaldo Scafuto.

 

No endereço há cinco anos, a casa conta com uma culinária artesanal e detalhes para fazer a diferença. “As músicas que tocam, por exemplo, são escolhidas por mim, de acordo com o que acho que é a cara do Santé”, conta Scafuto. Para incentivar que o público permaneça no local, o cardápio oferece pratos simples e que sirvam de tira gosto, ou incentivo, como é o caso da pedra da conversa (R$ 49). 

 

A iguaria apresenta porções de queijo brie, gruyère, gorgonzola, presunto de parma, azeitona, pão e manteiga Santé. A opção é uma forma de fazer com que as pessoas saiam um pouco da formalidade e compartilhem bons momentos. 

 

Outra receita ideal para acompanhar o bate-papo e começar a refeição é a quadra de bruschettas (R$ 39,90). Além da tradicional de tomate, manjericão e pesto, o preparo conta com os sabores cogumelo, salmão e abobrinha. “Tínhamos a clássica, mas descobrimos algumas misturas boas e criamos essa opção”, explica o proprietário.

 

A parmegiana é uma boa combinação com o chope  (Ana Carneiro/Esp. CB/D.A Press)
A parmegiana é uma boa combinação com o chope

 

Sabor do Brasil

 

A parmegiana é um clássico da cozinha italiana, mas a receita ganhou uma cara diferente no Versão Brasileira. Para combinar com a proposta da casa de ser um ambiente para reunir amigos de um jeito bem brasileiro, o restaurante criou a parmegiana no palito (R$ 45,90). 

 

“Ela serve até quatro pessoas e foi feita para ser compartilhada entre amigos e acompanhar o chope (R$ 8,60), que é a bebida mais pedida da casa ao lado da cerveja”, explica a auxiliar administrativa Jéssyca Lenny. Quem prefere as bebidas quentes pode apostar no cachorro louco (R$ 9,40), o drink de vodka, groselha especial e um toque de pimenta que faz sucesso entre as mulheres.

 

A receita da parmegiana é simples: carne, queijo mussarela e molho especial; mas conquistou os clientes e é o prato mais pedido por eles. Para aqueles que gostam de promoção, a parmegiana no palito sai por R$ 29,95 todas as terças. 

 

O local está sob administração de Hugo César, José Hector, Paulo Victor e Roberto Borges há cinco anos e mistura o ambiente de boteco com o das festas. O Versão Brasileira tem música ao vivo de quinta a domingo (com couvert de R$ 7 às sextas e sábados) e apresenta um repertório que mistura samba, rock, axé e um pouquinho de tudo entre DJs e shows de voz e violão. 

 

O camarão salteado no azeite extra-virgem é um dos pratos que transportam o cliente para a praia (Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press)
O camarão salteado no azeite extra-virgem é um dos pratos que transportam o cliente para a praia
 

 

Praia e petisco

 

No Ilê Praia Park, o clima — como o nome entrega — é de praia. O mobiliário rústico e as redes de pesca espalhadas pela decoração repleta de referências marítimas são complementadas por um menu farto em peixes e frutos do mar. Claro que o tira-gosto ganha um destaque especial e, com ele, o palito. “O palitinho sai muito no happy hour. Boa parte das vezes que o prato permite, o cliente pede pelo palito”, pontua Paulo Maurício Ferreira.

 

Entre os petiscos que os clientes adoram espetar está o camarão salteado no azeite extra-virgem (R$ 34). “Esse é um prato que está desde o início do cardápio da casa. A proteína é puxada no azeite, para evidenciar o próprio sabor”. 

 

Flambada na cachaça, a calabresa é um dos pratos que pedem por um palitinho (Breno Fortes/CB/D.A Press)
Flambada na cachaça, a calabresa é um dos pratos que pedem por um palitinho
 

 

No palitinho ou no pão

 

Com a mão ou com o palitinho, no Bar do Ceará, o cliente pode se sentir à vontade para comer como preferir. No local, Adelson Soares de Oliveira, o “Ceará”, garante que o mais importante é o cliente se sentir bem: “Aqui, o clima é informal. O cliente pode comer da forma que for mais confortável para ele!”.

 

Entre os preparos que pedem por um palitinho, a calabresa flambada (R$ 29,90) com cachaça é uma ótima pedida. “O fogo ajuda a derreter a gordura da calabresa e ainda dá um sabor defumado muito agradável para o preparo”, explica Ceará. A preferência é pelo palito, mas que há quem escolha pegar a comida usando as fatias de pão que acompanham a chapa. 

 

 O sucesso do churros: além da bela montagem estética (Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press)
O sucesso do churros: além da bela montagem estética

 

 

Vai do cliente

 

No Pobre Juan, mãos, talheres ou palitos são todos permitidos. “Normalmente, não pedimos para a pessoa comer determinados itens com as mãos ou garfos, vai de cada um. O que acontece em alguns casos é a pessoa perguntar a melhor forma de se comer algo e, aí sim, damos a opção”, explica Luiz Marsaioli, sócio da casa.

 

Entre as opções para degustar com as mãos, o Churros de Dulce de Leche (R$ 24,90) é a sobremesa mais e compartilhada nas redes sociais.

 

ONDE COMER

 

Abençoado Bar e Restaurante 

(CLSW 105, Bl. C, ljs 82/86; 3256-0008), aberto diariamente, das 11h30 às 0h.

Bamboa Cozinha de Bar 

(Ship, AE, cj 22, parte E, próximo ao ParkShopping; 3334-4450 / 3342-2232), aberta de terça a quinta, das 17h à 1h, sexta e sábado, das 11h30 às 15h e das 17h às 2h; e domingo, das 11h30 à 1h.

Ceará Carne de Sol 

(Qi 4, AE, em frente ao sesc; 3257-5672), aberto de segunda a quinta, das 11h à 0h; sexta e sábado, das 11h às 2h; domingo, das 11h à 0h.

El Paso — Cocina Mexicana 

(404 Sul, Bl. C, lj 19; 3323-4618 e 110 Norte, Bl. B; 3349-6820), aberto de terça a quinta, das 12h às 15h e das 18h à 0h; sexta e sábado, das 12h às 16h e das 18h à 1h; domingo, das 12h às 16h e das 18h à 0h. (Terraço Shopping, piso 1, lj 145 e 146; 3233-5197), aberto de segunda a quinta, das 12h às 15h e das 18h à 0h; sexta e sábado, das 12h às 16h e das 18h à 1h; domingo, das 12h às 16h e das 18h à 0h.

Ilê Praia Park 

(Parque da cidade, Estacionamento 9; 3443-8099), aberto de terça a domingo, das 11h30 às 23h.

Lagash 

(112 norte, Bl. C, lj 6; 3273-0098), aberto de segunda a sexta, das 10h às 20h; sábado, das 10h às 15h.

Pobre Juan 

(Iguatemi Shopping, lj 22; 3577-5800), aberto de segunda a sexta, das 12h Às 15h e das 19h às 23h; sábado, das 12h à 0h; domingo, das 12h às 20h.

Santé 13 

(413 Norte, Bl. A, 3037-2132), aberto de segunda a quarta, das 12h às 0h30; quinta, das 12h às 1h30; sexta e sábado, das 12h às 3h; domingo, das 12h às 18h.

Versão Brasileira 

(204 Sul, Bl. A, lj 2; 3263-1175), aberto de terça a domingo, das 16h às 2h; feriados, das 4h às 2h.

 

*Estagiária sob supervisão de Igor Silveira 

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