Brasília-DF,
17/MAR/2024

Saiba onde saborear sobremesas nacionais e internacionais em Brasília

Restaurantes e confeitarias da cidade oferecem sobremesas e guloseimas típicas de vários países do globo

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Rebeca Borges* Renata Rios Publicação:19/10/2018 06:00Atualização:19/10/2018 17:39
O éclair é um clássico da gastronomia francesa (Vinicius Cardoso Vieira/Esp.CB/D.A Press. )
O éclair é um clássico da gastronomia francesa

 
A sobremesa tem um papel importantíssimo na refeição: finalizar com chave de ouro, deixando um gostinho de quero mais. Nesta edição, o Divirta-se mais convida o leitor a viajar por delícias açucaradas de diferentes lugares do mundo.

Entre os países mais identificados com o Brasil na confeitaria está Portugal — afinal os descobridores trouxeram a cultura deles para as terras tupiniquins. Entre as sobremesas que os lusitanos produzem como nenhum outro povo está o famoso Pastel de Belém. A receita clássica ganhou quatro mãos habilidosas para executá-la no café de sugestivo nome, Tá com fome? Entra e come.

Já os chás e bolos ingleses se destacam no The Queen’s Place. “As sobremesas britânicas são mais doces do que as francesas e menos do que as brasileiras. São muito saborosas e equilibradas”, promete o sócio da casa Ricky Araujo. Ele ainda garante que, para quem acha que bolos são muito doces, os servidos no local irão se surpreender.

Ainda de regiões mais inexploradas pelo paladar brasileiros, vale destacar a Umami Deli. Uma casa que traz no menu a culinária japonesa do dia a dia. Entre os doces, o taiyaki, espécie de panqueca em forma de peixe, além de uma boa sobremesa, serve como um símbolo. “No Japão, em ocasiões felizes compramos esse peixe que a panqueca imprime. Como ele é muito caro, essa é uma forma de fazer a referência a esse peixe”, revela Takashi Sugiura, proprietário do Umami Deli.

A marca D'RÓ Produtos Orgânicos conta com uma variedade de doces e geleias preparados artesanalmente (Arquivo Pessoal)
A marca D'RÓ Produtos Orgânicos conta com uma variedade de doces e geleias preparados artesanalmente

Artesanal e orgânica


Quando se fala em doces brasileiros, é impossível não lembrar da goiabada. A iguaria é o carro-chefe de Rosângela Almeida, produtora artesanal dessa e de outras delícias. Registrada no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos do Ministério da Agricultura, Rosângela cultiva um pomar totalmente livre de agrotóxicos, de onde saem as matérias-primas para as iguarias da D’RÓ Produtos Orgânicos. Ela vende os quitutes em feiras orgânicas e mercadinhos gastronômicos da cidade e bate ponto constantemente no Mercadindo do Brasília, a cada 15 dias no Brasília Shopping.

“Sempre gostei muito do ecologicamente correto. Decidi que não iria aplicar nenhum tipo de agrotóxico no pomar. Toda a minha produção é orgânica”, garante a produtora. A goiabada é preparada no modo tradicional: a fruta vai para o tacho com açúcar e cozinha até atingir o ponto de corte. “Demora entre 6 horas, 6 horas e meia para produzir cada tacho de goiabada”, conta Rosângela.

A goiabada cascão é vendida em porções de 300g (R$ 25) ou 700g (R$ 35). Além dessa iguaria, Rosângela produz doces como bananada e doce de jenipapo. Ela também fabrica oito tipos geleias, e conta com sabores como pitanga, maracujá-do-cerrado, tamarindo, e jaboticaba.


 O casal Lena Alves e Arthur da Veiga mistura culturas na hora de cozinhar (Arthur Menescal/Esp. CB/D.A Press)
O casal Lena Alves e Arthur da Veiga mistura culturas na hora de cozinhar

Doçura d’Além-mar


Quem anda pelas ruas de Taguatinga pode se deparar com uma bela vitrine, repleta de bolinhos de bacalhau, coxinhas e pastel de Belém. A delícia tipicamente portuguesa, apresentada despretensiosamente no Tá com fome? Entra e come, é uma receita única, garante o proprietário da casa, Arthur da Veiga. “Eu e minha mulher, Lena Alves, nos conhecemos em Portugal. Acabamos voltando para o Brasil, onde desenvolvemos essa sobremesa, que é toda feita na casa”, garante.

Sobre o doce — vendido a R$ 4, no local —, Arthur entrega o truque: “Essa é uma receita que leva muito ovo, o segredo é não sentir o gosto nem o cheiro”. Na massa, mais detalhes. Ao virar o pastel,  é possível ver o redemoinho de massa folheada: “Nossa massa é feita artesanalmente. Ela fica fina como um papel”. Ainda sobre a delícia, o português afirma sem medo: “Fazemos o melhor Pastel de Belém do mundo”.

Além da sobremesa, vale destacar o bolinho de bacalhau, feito com azeite português (R$ 4,90), e a coxinha de bacalhau (R$ 4,50). “Essa coxinha é uma criação nossa que mistura Portugal com o Brasil, é bem a cara da nossa casa”.

Planos futuros
O próximo passo para Arthur é Águas Claras, onde ele pretende abrir uma casa mais voltada para a gastronomia portuguesa. “A ideia é que a casa tenha uma comida simples. Eu quero criar uma experiência sensorial, preço justo e bom para conversar”, explica.

A apfelstrudel é um dos carros chefes na recém-inaugurada Das brot (Arthur Menescal/Esp. CB/D.A Press)
A apfelstrudel é um dos carros chefes na recém-inaugurada Das brot


Tortinha alemã


Há algumas semanas, os moradores do final da Asa Sul conheceram uma novidade: a Das Brot, uma casa de panificação alemã dos sócios André Luís Barros e Huellington Wenceslau. A ideia surgiu a partir de Huellington. “Ele é casado com uma alemã e morou lá. Quando voltou, me contou a ideia e abrimos a Das Brot”, conta André.

Segundo o sócio, a aceitação da padaria surpreendeu e os preparos alemães não negam a origem, como é o caso dos pães oferecidos. “Trabalhamos com  fermentação natural e temos uma variedade boa de pães. As pessoas estão tornando aqui a padaria da quadra”, comemora André que ainda sugere que quem vá ao local experimente o Brezel com cream cheese e cebolinha (R$ 12,90) acompanhado de uma weihenstephaner hefe weissbier (R$ 28).

Já para finalizar a grande estrela da casa é a clássica apfelstrudel com sorvete e creme de chantili (R$ 21,90). “Essa é a sobremesa mais pedida. Ela leva maçã, canela, passas, notas de limão e a massa folhada. Não é muito doce, enfim, muito boa”, garante o sócio.

O bolo não pode faltar na hora de tomar um chá ao estilo britânico (Arquivo Pessoal/Divulgação)
O bolo não pode faltar na hora de tomar um chá ao estilo britânico


Chá com... bolo!


Quem entra no The Queen’s Place se transporta para um elegante chá britânico, onde, a qualquer momento, a rainha pode adentrar a porta para e, quem sabe, aproveitar um dos bolos do local. “Nossa ideia é ser uma experiência sensorial. Temos vários clientes que foram para o país e que se sentiram transportados novamente para lá”, relata Ricky Araújo, um dos quatro sócios da casa.

Entre os preparos, destaque para os bolos, que contam com sabores tradicionais,  podendo —  e devendo! — ser acompanhado de um bom chá. “Temos chás orgânicos e personalizados. Eles são colhidos por alguns locais do mundo e levados para a Alemanha, onde são empacotados”, explica Ricky. Entre os sabores de chás, o  Earl Grey e o Afternoon tea (R$ 16, cada um) são boas pedidas para acompanhar uma fatia de bolo.

Já os bolos, destaque para o inusitado Lemon&courgette (limão & abobrinha), que custa R$ 18; e para o red velvet (R$ 20), o famoso bolo avermelhado com cobertura de cream cheese. Vale ainda falar do clássico Victoria Sponge, ou massa vitoria (R$ 16) — massa de baunilha recheada com butter icing  e geleia de framboesa.


A panqueca em forma de peixe costuma ser servida em comemorações (Arthur Menescal/Esp. CB/D.A Press)
A panqueca em forma de peixe costuma ser servida em comemorações


Bom apetite e boa sorte!


Umami significa gosto saboroso e agradável. É exatamente isso que o comensal encontra ao ir ao Umami deli. O local trabalha com a gastronomia japonesa. “Nosso conceito é apresentar comida japonesa do dia a dia”, pontua Takashi Sugiura, proprietário da casa. Ele revela que chegou ao país em 2013 e há menos de 1 ano abriu as portas do Umami Deli.

Entre as sobremesas, quem entra na loja se depara com um bem-humorado equipamento, com o formato de peixe. “Essas são as taiyki (entre R$ 6 e R$ 8), panquecas japoneses recheadas com creme. O nome significa peixe (tai) assado (yaki)”, conta o proprietário.

Entre os sabores que o cliente pode escolher, dois não causam espanto entre o glutões tupiniquins, o de creme de baunilha e o de chocolate. Já o de anko (feijão azuki doce), vendido às sextas e sábados, é o preferido nas terras do outro lado do mundo. Também sexta e sábado, você pode conhecer o recheio de chá-verde. Vale ainda destacar o cupcake de batata-doce (R$ 6). “A batata-doce é muito comum para o japonês. Tanto nos doces quanto assada, pura”, informa Takashi.

A massa folhada da sobremesa árabe belewa é fina e delicada (Zuleika de Souza/CB/D.A Press)
A massa folhada da sobremesa árabe belewa é fina e delicada


É bomba!


A culinária francesa conta com diversos doces tradicionais. Uma das sobremesas de sucesso na França (e pelo mundo afora!) é o éclair que, no Brasil, ficou conhecida como bomba. Sheila Leão, sócia-proprietária da loja Confeitaria Francesa conta que o preparo do éclair é realizado à base da massa choux, formada por farinha, ovos, manteiga e leite. “Essa é uma massa muito clássica na confeitaria francesa, serve de base para um monte de receitas”, ressalta Sheila.

Na loja, o clássico éclair ganhou um preparo diferente. “É uma releitura. A gente colocou menos massa e mais recheio”, conta Sheila.

A delícia conta com chocolate meio amargo e custa R$ 11 (a unidade, no balcão). A iguaria também é vendida por encomenda e em formato mini (R$ 130, o cento). “Por encomenda, nós fazemos de vários sabores: creme, creme de amêndoas, limão siciliano, pistache…”, finaliza Sheila.
 
 
O éclair, quitute francês, leva a massa choux na base, um clássico da confeitaria francesa ( Vinicius Cardoso Vieira/Esp. CB/D.A Press)
O éclair, quitute francês, leva a massa choux na base, um clássico da confeitaria francesa


A delicadeza do oriente


Com preparo minucioso, as massas folhadas são elementos importantes da culinária de países árabes. Esse tipo de preparo marca a sobremesa belewa, tradicional em lugares como a Turquia. “Esse prato é muito comum nas casas de doces dos mercados árabes”, conta Fátima Hamu, chef e proprietária da rotisseria Lagash Mediterranée.

Fátima explica que a massa do belewa (R$ 8,50, a unidade) é feita apenas com farinha e água. “Depois, ela é aberta, até ficar muito fina”, conta a proprietária. Ela afirma que é ideal que as folhas fiquem com uma espessura delicada. O processo é finalizado com manteiga, antes de a massa ser cortada e assada. “A calda é feita com açúcar, mel e flor de laranjeira”, continua Fátima.

Além disso, ela ressalta que os recheios podem ser variados: “Você pode colocar pistache, amêndoas, tâmaras”. Entretanto, o mais conhecido é o recheio de nozes, que integra as iguarias servidas no balcão do Lagash Mediterranée. O doce também pode ser vendido por encomenda.
 
O doce de leite argentino funciona bem em diversas sobremesas características do Toro (Gustavo Moreno/CB/D.A Press)
O doce de leite argentino funciona bem em diversas sobremesas características do Toro
 

A versatilidade do doce de leite


“Todo restaurante na Argentina tem doce e quase todas as sobremesas levam doce de leite”, conta Hélio Rodrigues. O chef do restaurante Toro ressalta que a iguaria é um clássico na gastronomia porteña.

No Toro, a guloseima faz parte de uma sobremesa de sucesso no menu: as panquecas recheadas com doce de leite (R$ 20, serve até duas pessoas). “A massa da panqueca é feita com suco de laranja, farinha de trigo e ovo. O suco de laranja é ideal para as panquecas doces, e substitui o leite utilizado na receita salgada”,  explica Hélio.

O chef conta que o doce de leite utilizado no preparo é produzido no país vizinho. “A gente usa o La Serenissima. Ele é muito bom, um dos melhores da Argentina”, garante. Para completar, a receita é servida com sorvete de creme. O doce de leite também compõe outras sobremesas no menu do restaurante, como o petit gateau (R$ 19) e o brownie (R$ 19).

O tiramissú tem sabores fortes e agradáveis, além de não ser muito doce
 (Rodrigo Nunes/Esp. CB/D.A Press
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O tiramissú tem sabores fortes e agradáveis, além de não ser muito doce


Texturas e frescor 


As sobremesas italianas são normalmente cheias de segredos em suas texturas. Isso fica evidente para quem vai à Vittoria D’Itália, onde o chef Francesco Bravin explora a gastronomia de seu país de origem, seguindo as tradições e sabores.

Entre as sobremesas que ele apresenta na casa está o tiramissú (R$ 19). “Essa é uma receita de família, faço como minhas avós faziam”, informa o chef. Ele explica a montagem do prato: “Biscoito champagne molhado no café e no licor marrasquino, creme de mascarpone e cacau puro, que coloco apenas na hora de finalizar, como via minhas avós fazerem”.

Outro clássico italiano é a panacota (R$ 16), em que o chef tempera o creme de leite com mel, licor e açúcar antes de incorporar a gelatina que dá a estrutura ao doce. “A panacota não deve ficar dura, ela deve balançar, tremer. Por isso é importante que ela esteja fresca e que se não abuse na gelatina”, alerta o chef.


 
*Estagiária sob supervisão de Vinicius Nader 
 

ONDE COMER


Confeitaria Francesa 
(203 Sul, Bl. C, lj. 5; 3225-3276), aberto de segunda a sexta, das 12h às 21h, e sábados e feriados, das 9h às 15h.

Das Brot 
(215 Sul, Bl. D, lj 3; 3797-0208), aberto diariamente, das 7h às 22h.

D’RÓ Produtos Orgânicos 
Neste domingo, no Eixão Sul (altura da 208), a partir das 8h.  Todo 2º e 4º sábado do mês, no Mercadinho do Brasília Shopping (SCN, Q. 5, Bl. O; 2109-2122), das 9h às 15h. A entrega dos produtos também pode ser combinada por WhatsApp (99250-2008).

Lagash Mediterranée 
(112 Norte, Bl. C, lj 6; 3273-0098), aberto de segunda a sexta, das 10h às 20h, e sábado, das 10h às 15h.

Tá com fome? Entra e come 
(CNB 9, lt 6, Taguatinga; 3045-5677), aberto de segunda a sexta, das 9h às 19h; sábado, das 9h às 18h.

The Queens Place 
(116 Sul, Bl. C lj 21; 3879-0056), aberto diariamente, das 7h às 22h.

Toro 
(104 Sul, Bl. C, lj 29; 3225-0494), aberto de segunda a quinta, das 12h às 15h e das 19h às 22h30; sexta, das 12h às 14h e das 19h à 0h, sábado, das 12h às 17h e das 19h à 0h; e domingo, das 12h às 17h.

Umami Deli 
(414 Sul, Bl. B, lj 41; 99623-4603), aberto de segunda a sexta, das 11h às 19h; sábado, das 11h às 17h30.

Vittoria D’Itália 
(214 Norte, Bl. D, lj 19; 3547-0795), aberto de terça a sexta, das 19h às 23h30; sábado, das 12h às 15h30 e das 19h às 23h30; domingo, das 12h às 16h.

Tags: gastronomia

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