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12/FEV/2025

TV Pirata fez escola e influencia até hoje os humorísticos da telinha

Com sátiras aos programas da televisão, time de atores e roteiristas foram os responsáveis pelo sucesso

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Ataide de Almeida Jr. Publicação:20/07/2014 08:00
Atrizes Debora Bloch e Regina Case faziam parte do elenco da atração (Arquivo/TV Globo)
Atrizes Debora Bloch e Regina Case faziam parte do elenco da atração

A maioria dos bons humorísticos da televisão brasileira tiveram inspiração — ou pelo menos apresentam características — de um dos grandes sucessos desse segmento, a TV Pirata. O programa inovou ao trazer para o país uma linguagem que já existia no exterior, principalmente com os ingleses do Monty Python, na qual a principal brincadeira era com as atrações exibidas na tevê. Dessa forma, surgiam quadros com alusões, por exemplo, ao Jornal Nacional, com o Casal Telejornal; sátiras às novelas da época, como a inesquecível Fogo no rabo, em referência à Roda de fogo; além de paródias com os comerciais.

O que chamava a atenção — e que também tem uma grande parcela no sucesso do programa — era o elenco. Não se tratava de iniciantes do humor, tampouco trazia celebridades dessa área, como Chico Anysio, mas apresentava atores de novelas, como Claudia Raia, Débora Bloch, Diogo Vilela, Guilherme Karan, Louise Cardoso, Luiz Fernando Guimarães, Marco Nanini e Ney Latorraca. O time de redatores mantinha a qualidade. Entre eles, estavam Mauro Rasi, Luis Fernando Veríssimo, Patricya Travassos, Pedro Cardoso, além da turma do Casseta & Planeta.

Outro fator importante é que o formato não era fixo. Dessa forma, vários quadros que apareciam em determinada semana, na próxima, não estariam mais no ar. Claro que aqueles que davam certo permaneciam por longas temporadas, como As presidiárias, que contava a história de detentas, como Tonhão, interpretado por Claudia Raia; O segredo de Darcy, na qual uma mulher controlava a vida do marido, mas, no caso, a esposa era vivida por Luiz Fernando Guimarães; e a TV Macho, com a apresentação de Zeca Bordoada (Guilerme Karan), que fazia uma sátira à TV Mulher.

A TV Pirata teve quatro temporadas. A primeira exibição foi ao ar em 5 de abril de 1988. Voltou em 1989 com novos quadros e, em seguida, em 1990, com alterações no elenco. Uma nova tentativa foi feita em 1992, quando cada edição passou a tratar de um tema específico. O programa foi reprisado pelo canal Viva em 2001.

Saiba mais:

Barbosa

Todos os personagens da TV Pirata foram marcantes. No entanto, Barbosa, vivido por Ney Latorraca, é sempre o mais lembrado. O velhinho de cabeça branca, que fazia bico, surgiu na novela Fogo no rabo e era o pai de uma das antagonistas. Barbosa apenas repetia a última palavra dita por outro personagem sempre fazendo beicinho. O sucesso foi tanto que após o fim da novela, ele ganhou uma atração na TV Pirata, o Barbosa nove e meia, que fazia uma sátira aos talk shows e remetia a programa Jô Soares onze e meia, exibido pelo SBT.

Realidade
A proposta da TV Pirata era brincar tanto com a televisão brasileira quanto com a realidade do país na época. Era comum ver nos quadros referências a governos, inflação e presidentes. Um dos que mais chamou a atenção foi quando retrataram a então primeira-dama Rosane Collor vestida de presidiária após o caso da Legião Brasileira de Assistência (LBA).

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