Sob diversos aspectos, a televisão e o espectador se tornaram mais conservadores
Confira os destaques da televisão brasileira na coluna Eu vi

Em 1988, a atriz Cássia Kiss protagonizava uma campanha contra o câncer de mama, na televisão. Alguns leitores devem lembrar. Com os seios à mostra, ela falava sobre os sintomas da doença e realizava o exame de autotoque. Embora tenha sido considerada ousada, a propaganda era veiculada em todos os horários e permaneceu longamente no ar.
Atualmente, seria difícil imaginar a mesma cena. Os 26 anos que nos separam daquele período não transparecem, necessariamente, algum avanço. Sob diversos aspectos, a televisão e o espectador se tornaram mais conservadores. O tal do pudor nunca esteve tão careta.
Felizmente, ainda resta espaço para atrações ousadas e que estejam dispostas a exibir todas as fatias da vida, e não somente as coloridas e as falaciosas. O horário das 23h tem sido um acalanto para quem não busca fadinhas e lições de moralismo. O Rebu é um belo exemplo. E lá está a moderna Cássia Kiss, cujo único defeito foi mudar o nome artístico para Cássia Kis Magro, e, assim, agradar o atual marido. Um retrocesso para quem sempre foi contemporânea.
Quase tudo
A estreia de Tudo pela audiência, no Multishow, mostrou que o programa está disposto a quase tudo, na verdade. Não teve, por exemplo, roteiro.
Torcida
O jovem escritor policial Raphael Montes vendeu seus dois livros para o cinema. Fica a expectativa de algum roteiro televisivo. Não há fôlego que resista ao autor carioca.
Aniversário
Na última sexta-feira, Ney Latorraca comemorou 70 anos. Um salve para o intérprete de Vlad, Barbosa, Quequé, Irma Vap e tantos outros personagens clássicos.