Leandra Leal diz que personagem em Império não é "mocinha passiva nem boba"
A atriz interpreta Cristina, uma jovem batalhadora e sofredora
Agência Estado
Publicação:29/07/2014 12:30
A atriz Leandra Leal, que interpreta a mocinha de "Império", da Globo, conta como se preparou para dar vida a essa personagem do povo, batalhadora e sofredora. Cristina é camelô, perde a mãe em sua terceira cena na novela e descobre que não é filha de quem pensou ser a vida inteira. Ela é filha do tio, José Alfredo (Alexandre Nero), um homem que construiu uma fortuna e que tem uma família muito problemática, onde todos disputam o poder.
No meio desse turbilhão, o irmão de Cristina é preso porque é suspeito de ter iniciado um incêndio no camelódromo. Para completar o drama, Tuane (Nanda Costa), mãe de seu sobrinho, aparece querendo levar o menino embora. Neste momento, o público vai ver que Cristina é a chefe da família. Toda essa responsabilidade cai em seu colo.
Ela tem um amor muito grande pela família, essa é a sua base. "Tem sofrimento para caramba. Mas não é um sofrimento à toa. As pessoas falam: é mocinha, vai sofrer demais. Mas como não sofrer? Seu trabalho é queimado, seu sobrinho é ameaçado de ser levado embora, sua mãe morre, você não vai sofrer? Mesmo assim, ela está na ação. Cristina fica tentando descobrir como é que ela vai conseguir lidar com tudo isso. Ela não é uma mocinha passiva nem boba."
Você consegue vislumbrar a importância dessa personagem em sua carreira?
LEANDRA LEAL - O que eu posso dizer é que estou realmente apaixonada pelo meu trabalho e pela minha personagem. E muito pelas pessoas com quem estou contracenando. É muito legal trabalhar com a Drica (Moraes). Eu já tinha feito com ela "O Cravo e a Rosa", que também era uma relação tipo a de agora, só que a Drica era uma madrasta que dava uma torturadinha na minha personagem, mas era mais evidente lá do que aqui.
A Drica Moraes faz a vilã. Ela faz a Cristina descobrir que é herdeira de um milionário. E o que vem depois?
LEANDRA - A gente não sabe ainda quais serão as consequências disso. É depois que a mãe morre que ela descobre que é filha do milionário interpretado pelo Alexandre Nero, o Comendador José Alfredo.
Ela percebe que a tia é do mal?
LEANDRA - Percebe, mas é mais complexo do que isso. Ela foi criada por ela. É aquele tipo que você fala: "Essa pessoa dá defeito". Mas é da sua família. Até então, ela não fez nada que levantasse uma suspeita. Cristina acha a tia doida, mas é a tia dela.
Sua personagem é uma mulher devotada à família e perde o chão quando a mãe morre. Cristina terá muitas cenas de emoção?
LEANDRA - Ela é uma mulher muito forte. Pensando na minha vida, na verdade, é inimaginável perder a minha mãe. A Cristina tem essa relação que é uma coisa até que eu tenho, que é a mãe ser o centro, ser uma estrutura. Ela começa a trama três cenas antes de a mãe morrer. Então você consegue ver quem é essa pessoa antes edepois, já que, mesmo com a dor e o luto, ela tem de resolver muita coisa porque a vida não para. O trabalho dela, o camelódromo, pega fogo, e o irmão é preso. Tem sofrimento para caramba. Mas não é um sofrimento àtoa. As pessoas falam: é mocinha, vai sofrer demais. Mas como não sofrer? Seu trabalho é queimado, seu sobrinho é ameaçado de ser levado embora, sua mãe morre, você não vai sofrer? Mesmo assim, ela está na ação. Ela fica tentando descobrir como é que vai conseguir lidar com tudo isso. Cristina não é uma mocinha passiva nem boba.
O seu par romântico é o Erom Cordeiro no começo da trama, mas o namoro da Cristina com o Fernando segue semproblemas no meio dessas mudanças na vida da personagem?
LEANDRA - Ela começa namorando o Fernando, que é superlegal, um cara que dá segurança para ela. Uma relaçãobacana, importante para a personagem. Mas ela tem um namoradinho de infância, que é o Vicente (Rafael Cardoso), que volta a morar perto da casa dela E esse é o lance que vai abalar a vida sentimental dela.
Como foi a preparação para esta personagem?
LEANDRA - Tivemos uma preparação com o Eduardo (cineasta Eduardo Milewicz), um argentino, durante três semanas. Eu não fiquei as três semanas porque era dividido por núcleo, o que foi muito legal. A gente se encontrou durante uma semana para ficar lendo os textos da trama. O texto é tão complexo, as cenas são tão cheiasde camadas, os personagens não são chapados...
Você foi ao Saara (comércio popular no Rio de Janeiro) para fazer laboratório para a personagem, que trabalha como camelô?
LEANDRA - Eu vou lá algumas vezes. Não é um ambiente estranho para mim. Eu vou ao Saara um mês antes do Carnaval todos os anos
Você chegou a buscar inspiração em algum filme?
LEANDRA - Teve um filme que eu vi por coincidência, mas, depois, fiquei achando que tinha a ver com a Cristina. Foi "Erin Brockovich: Uma Mulher de Talento" (2000). Eu acho que é uma mocinha moderna, batalhadora, que tem problemas, mas vai nessa "pegada". Ela se dá conta que está toda ferrada, mas vai atrás, investiga sua história. A Cristina é uma mulher muito brasileira, contemporânea, que chefia a casa.
Você se identifica com a Cristina?
LEANDRA - Identifico-me em várias coisas. Acho que essa coisa da liderança, que eu tenho um pouco. A relação forte dela com a mãe também é muito parecida com a que tenho com a minha mãe (a atriz Ângela Leal).
Você tem preferência por papeis dramáticos ou gosta das personagens mais leves?
LEANDRA - Os dois são tão difíceis, papéis dramáticos e papéis mais leves. Não é que todo trabalho seja difícil, mas eu acho que os dois têm desafios. A preferência é você fazer um trabalho em que você seja feliz. Trabalhar com pessoas que você se dê bem, com texto de qualidade.
Você pensou em como fazer a mocinha, sem ficar certinha e chata?
LEANDRA - Ela não é certinha. Cristina tem uma coisa que eu acho que é muito diferente da mocinha. Ela não é boba. Ela é uma mulher forte e esperta. Ela batalha, trabalha desde criança. Trabalha de dia e faz faculdade à noite.
Para compor a personagem, você teve de colocar apliques no cabelo. Em algum momento isso incomodou?
LEANDRA - Não! Nada demais, já coloquei mega-hair muitas vezes. Por isso, para mim, não chega a ser um drama. Essa caracterização foi escolhida junto com a equipe. A minha personagem é forte e muito feminina.
Mudar o visual ajuda na composição do papel?
LEANDRA - Cada pessoa tem um processo. Eu acho que depende. No caso da Cristina, eu estava com o cabelo muito curto. Achava que ela tinha uma coisa mais feminina até do que eu tenho. E acho que o cabelo comprido dáisso.
Sua personagem vai descobrir que é filha do Zé Alfredo e ele já tem uma filha preferida. Como vai ser isso?
LEANDRA - Acredito que a família dele, diferente da família da Cristina, que é uma família que tem de verdade um laço amoroso, tem as relações muito conturbadas. Todos disputam quem vai herdar o império. Então, acho que ela vai ser um ser meio estranho ali.
Em algum momento você se sentiu pressionada por ser protagonista da novela das nove?
LEANDRA - A única pressão é minha, de fazer meu trabalho bem feito.

A atriz Leandra Leal, que interpreta a mocinha de "Império", da Globo, conta como se preparou para dar vida a essa personagem do povo, batalhadora e sofredora. Cristina é camelô, perde a mãe em sua terceira cena na novela e descobre que não é filha de quem pensou ser a vida inteira. Ela é filha do tio, José Alfredo (Alexandre Nero), um homem que construiu uma fortuna e que tem uma família muito problemática, onde todos disputam o poder.
No meio desse turbilhão, o irmão de Cristina é preso porque é suspeito de ter iniciado um incêndio no camelódromo. Para completar o drama, Tuane (Nanda Costa), mãe de seu sobrinho, aparece querendo levar o menino embora. Neste momento, o público vai ver que Cristina é a chefe da família. Toda essa responsabilidade cai em seu colo.
Ela tem um amor muito grande pela família, essa é a sua base. "Tem sofrimento para caramba. Mas não é um sofrimento à toa. As pessoas falam: é mocinha, vai sofrer demais. Mas como não sofrer? Seu trabalho é queimado, seu sobrinho é ameaçado de ser levado embora, sua mãe morre, você não vai sofrer? Mesmo assim, ela está na ação. Cristina fica tentando descobrir como é que ela vai conseguir lidar com tudo isso. Ela não é uma mocinha passiva nem boba."
Você consegue vislumbrar a importância dessa personagem em sua carreira?
LEANDRA LEAL - O que eu posso dizer é que estou realmente apaixonada pelo meu trabalho e pela minha personagem. E muito pelas pessoas com quem estou contracenando. É muito legal trabalhar com a Drica (Moraes). Eu já tinha feito com ela "O Cravo e a Rosa", que também era uma relação tipo a de agora, só que a Drica era uma madrasta que dava uma torturadinha na minha personagem, mas era mais evidente lá do que aqui.
A Drica Moraes faz a vilã. Ela faz a Cristina descobrir que é herdeira de um milionário. E o que vem depois?
LEANDRA - A gente não sabe ainda quais serão as consequências disso. É depois que a mãe morre que ela descobre que é filha do milionário interpretado pelo Alexandre Nero, o Comendador José Alfredo.
Ela percebe que a tia é do mal?
LEANDRA - Percebe, mas é mais complexo do que isso. Ela foi criada por ela. É aquele tipo que você fala: "Essa pessoa dá defeito". Mas é da sua família. Até então, ela não fez nada que levantasse uma suspeita. Cristina acha a tia doida, mas é a tia dela.
Sua personagem é uma mulher devotada à família e perde o chão quando a mãe morre. Cristina terá muitas cenas de emoção?
LEANDRA - Ela é uma mulher muito forte. Pensando na minha vida, na verdade, é inimaginável perder a minha mãe. A Cristina tem essa relação que é uma coisa até que eu tenho, que é a mãe ser o centro, ser uma estrutura. Ela começa a trama três cenas antes de a mãe morrer. Então você consegue ver quem é essa pessoa antes edepois, já que, mesmo com a dor e o luto, ela tem de resolver muita coisa porque a vida não para. O trabalho dela, o camelódromo, pega fogo, e o irmão é preso. Tem sofrimento para caramba. Mas não é um sofrimento àtoa. As pessoas falam: é mocinha, vai sofrer demais. Mas como não sofrer? Seu trabalho é queimado, seu sobrinho é ameaçado de ser levado embora, sua mãe morre, você não vai sofrer? Mesmo assim, ela está na ação. Ela fica tentando descobrir como é que vai conseguir lidar com tudo isso. Cristina não é uma mocinha passiva nem boba.
O seu par romântico é o Erom Cordeiro no começo da trama, mas o namoro da Cristina com o Fernando segue semproblemas no meio dessas mudanças na vida da personagem?
LEANDRA - Ela começa namorando o Fernando, que é superlegal, um cara que dá segurança para ela. Uma relaçãobacana, importante para a personagem. Mas ela tem um namoradinho de infância, que é o Vicente (Rafael Cardoso), que volta a morar perto da casa dela E esse é o lance que vai abalar a vida sentimental dela.
Como foi a preparação para esta personagem?
LEANDRA - Tivemos uma preparação com o Eduardo (cineasta Eduardo Milewicz), um argentino, durante três semanas. Eu não fiquei as três semanas porque era dividido por núcleo, o que foi muito legal. A gente se encontrou durante uma semana para ficar lendo os textos da trama. O texto é tão complexo, as cenas são tão cheiasde camadas, os personagens não são chapados...
Você foi ao Saara (comércio popular no Rio de Janeiro) para fazer laboratório para a personagem, que trabalha como camelô?
LEANDRA - Eu vou lá algumas vezes. Não é um ambiente estranho para mim. Eu vou ao Saara um mês antes do Carnaval todos os anos
Você chegou a buscar inspiração em algum filme?
LEANDRA - Teve um filme que eu vi por coincidência, mas, depois, fiquei achando que tinha a ver com a Cristina. Foi "Erin Brockovich: Uma Mulher de Talento" (2000). Eu acho que é uma mocinha moderna, batalhadora, que tem problemas, mas vai nessa "pegada". Ela se dá conta que está toda ferrada, mas vai atrás, investiga sua história. A Cristina é uma mulher muito brasileira, contemporânea, que chefia a casa.
Você se identifica com a Cristina?
LEANDRA - Identifico-me em várias coisas. Acho que essa coisa da liderança, que eu tenho um pouco. A relação forte dela com a mãe também é muito parecida com a que tenho com a minha mãe (a atriz Ângela Leal).
Você tem preferência por papeis dramáticos ou gosta das personagens mais leves?
LEANDRA - Os dois são tão difíceis, papéis dramáticos e papéis mais leves. Não é que todo trabalho seja difícil, mas eu acho que os dois têm desafios. A preferência é você fazer um trabalho em que você seja feliz. Trabalhar com pessoas que você se dê bem, com texto de qualidade.
Você pensou em como fazer a mocinha, sem ficar certinha e chata?
LEANDRA - Ela não é certinha. Cristina tem uma coisa que eu acho que é muito diferente da mocinha. Ela não é boba. Ela é uma mulher forte e esperta. Ela batalha, trabalha desde criança. Trabalha de dia e faz faculdade à noite.
Para compor a personagem, você teve de colocar apliques no cabelo. Em algum momento isso incomodou?
LEANDRA - Não! Nada demais, já coloquei mega-hair muitas vezes. Por isso, para mim, não chega a ser um drama. Essa caracterização foi escolhida junto com a equipe. A minha personagem é forte e muito feminina.
Mudar o visual ajuda na composição do papel?
LEANDRA - Cada pessoa tem um processo. Eu acho que depende. No caso da Cristina, eu estava com o cabelo muito curto. Achava que ela tinha uma coisa mais feminina até do que eu tenho. E acho que o cabelo comprido dáisso.
Sua personagem vai descobrir que é filha do Zé Alfredo e ele já tem uma filha preferida. Como vai ser isso?
LEANDRA - Acredito que a família dele, diferente da família da Cristina, que é uma família que tem de verdade um laço amoroso, tem as relações muito conturbadas. Todos disputam quem vai herdar o império. Então, acho que ela vai ser um ser meio estranho ali.
Em algum momento você se sentiu pressionada por ser protagonista da novela das nove?
LEANDRA - A única pressão é minha, de fazer meu trabalho bem feito.