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10/MAI/2024

Personagem Velha Surda, da A praça é nossa, era um dos destaques do programa

Um dos personagens mais marcantes de fez muita gente rir ao não escutar direito e fazer interpretações erradas das conversas

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Ataide de Almeida Jr. Publicação:17/05/2015 08:00
 (TV Globo/Reprodução)

Bizantina Escatamáquia Pinto. Talvez por esse nome você não se lembre de uma das mais icônicas personagens da tevê aberta brasileira. No entanto, quando se passa a chamá-la de Velha Surda, aposto que várias memórias vêm à mente. Na mesma praça, no mesmo banco e por mais de 40 anos, essa senhora que não ouvia muito bem fez a alegria daqueles que assistiram a A praça da alegria, nas TVs Record (1964) e Globo (1977), e, depois, a A praça é nossa, no SBT (1987).

A personagem foi criada pelo humorista Ronald Leite Rios, mais conhecido como Rony Rios, e apresentada pela primeira vez no programa A praça da alegria, comandado por Manoel de Nóbrega. A atuação da Velha Surda seguia sempre um padrão: ela chegava de mansinho e despencava no banco ao lado do apresentador. Ao lado deles, havia o Apolônio — tipo criado pelo ator Viana Júnior —, que, assim como Manoel, estava na praça apenas para ler o jornal. A senhora, então, puxava assunto com Apolônio que, educadamente, respondia às questões. No entanto, por causa da deficiência auditiva, Bizantina trocava as palavras ditas por ele, o que rendia situações engraçadas.

Quando se mudou para A praça é nossa, já no SBT, a personagem ganhou uma nova caracterização — aquela que a deixou famosa — com um casaco marrom e uma peruca mais grisalha, além de uma maquiagem que definia as rugas. Apolônio a acompanhou, mas, às vezes, era substituído por artistas da casa ou cantores, como Jair Rodrigues e Angélica. Uma das cenas mais lembradas é quando a Velha Surda se encontra com Sidney Magal. Ela o confunde com a namorada de Apolônio e em um dos diálogos, troca Magal por bacanal: “Vocês se conheceram num bacanal?”.

Em entrevistas, o humorista se dizia grato pelo sucesso da Velha Surda, que realmente impulsionou a carreira, mas lembra que criou outros tipos para a televisão. Para uma emissora local de São Paulo, Rony disse: “De uma certa forma, ela (a Velha Surda) estigmatizou a minha carreira, mas eu tenho outros personagens”. Bizantina foi interpretada por Rony até os anos 2000. Em 2001, no entanto, o ator morreu vítima de complicações de um câncer linfático, aos 64 anos.

Saiba mais

Personagens
Além da Velha Surda, Rony Rios deu vida a outros personagens memoráveis em A praça é nossa. Como se
esquecer de Philadelpho, que repetia: “Meu nome é Philadelpho, com dois ph, um antes do fi, outro antes do fó”? Havia, ainda, o Explicadinho, que queria que tudo fosse explicado “nos mínimos detalhes”.

Televisão
Rony Rios foi parar na televisão por acaso. O jovem fazia faculdade de medicina quando conheceu o roteirista e diretor Max Nunes e foi convidado para integrar o elenco de uma peça de teatro. Com o sucesso, Rony teve que largar a medicina. De lá, foi para o teatro de revista, apresentado na TV Record. Com uma crise na emissora, o ator decidiu largar a carreira e se formou médico veterinário. Logo depois, foi chamado para participar de A praça é nossa, onde deslanchou a carreira. Antes de morrer, Rony foi também presidente do Sindicato dos Artistas.

“Nova” Velha
No ano passado, Carlos Alberto de Nóbrega, responsável por A praça é nossa, anunciou o retorno da Velha Surda. O personagem ficaria a cargo de Ronaldo Ciambroni, que já havia feito uma outra senhora na atração. À época, em entrevista ao programa Mulheres, Carlos Alberto disse: “Ronaldo não fará a que o Rony fazia, mas será uma velha que vai funcionar bem”. No entanto, até hoje Ciambroni não apareceu na telinha.

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