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06/JAN/2025

Apresentado por Carlos Alberto de Nóbrega, 'A praça é nossa' revela talentos há 60 anos

Da mesma escola que Chico Anysio, o humorista abre espaço para criação de personagens

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Vinicius Nader Publicação:20/03/2016 06:00Atualização:18/03/2016 14:54
 Carlos Alberto de Nóbrega comanda atração (TV Globo/Reprodução)
Carlos Alberto de Nóbrega comanda atração

Há 29 anos no SBT o mesmo banco da mesma praça recebe humoristas de várias gerações vivendo personagens que se sentam ali e conversam com o anfitrião Carlos Alberto de Nóbrega. Assim é A praça é nossa, programa exibido nas noites de quinta no SBT. Humor velho? Piadas batidas? Pode até ser… Mas a atração chega a vencer a poderosa Globo na guerra pela audiência diversas vezes.

“Minha preocupação é a Record. Vencer a Globo é a cereja do bolo”, afirmou à Folha de S.Paulo Marcelo Nóbrega, diretor do programa e filho de Carlo Alberto.

A arma de tanto sucesso está justamente em Carlos Alberto. O apresentador que comemorou 80 anos de vida e 60 de carreira recentemente não se preocupa em ser apenas a “escada” para que quem passa pela praça brilhe. “As piadas que conto aqui são de 50 anos atrás, de quando eu estava começando e já eram velhas”, afirma o apresentador.

Da mesma escola que Chico Anysio, Carlos Alberto abre espaço para a criação de personagens — coisa rara no humor de hoje. Naquele banco já se sentaram tipos inesquecíveis, como a Velha surda e Vera Verão, por exemplo.

Atualmente fazem sucesso astros do stand up comedy — alguém aí disse que Carlos Alberto não segue as tendências? — e as paródias — filão explorado com sucesso também no concorrente Tá no ar, da Globo.

No primeiro caso, destaca-se o cearense Matheus Ceará. Ele conta aventuras passadas no nordeste e consegue arrancar gargalhadas de Carlos Alberto, pois é um dos únicos que fazem questão que o anfitrião não veja o texto antes da gravação.

Entre as paródias duas são mais bem-sucedidas. Falta horas é comandado pelo pessoal do Café com Bobagem e, traz Serginho Gosma e Laura Milha fazendo graça com o programa Altas horas, da Globo. Nem mesmo Jô Soares escapa e é “homenageado” em Joy so jo, no qual o humorista Porpetone recebe convidados como Cabrito Tevez para uma talk show finalizado com a presença do “obeso do gordo”.

A grande família

A trajetória de A praça é nossa não começou com Carlos Alberto e não deve parar com ele. O primeiro a comandar o humorístico ainda com o nome A praça da alegria — foi o pai dele, Manoel de Nóbrega, em 1956 na extinta TV Paulista. Àquela época, Carlos Alberto já escrevia alguns textos do programa. Antes de chegar à grade do SBT em 1987, A praça é nossa passou pela Record (de 1963 a 1970) e pela Globo ( de 1978 a 1986), onde foi apresentado por Miele.

O DNA familiar do programa continua forte. O filho de Carlos Alberto, Marcelo, dirige o humorístico e ainda ataca de apresentador quando o pai não pode comparecer. A esposa do anfitrião, Andrea Nóbrega, vive a Nova Rica.

A Velha Surda é um dos principais personagens do humorístico  (TV Globo/Reprodução)
A Velha Surda é um dos principais personagens do humorístico
 
Personagens marcantes

A velha surda (Roni Rios)
Essa talvez seja a personagem mais emblemática do programa. É a cara de A praça é nossa. Esteve na primeira versão do humorístico, na década de 1960. Roni também viveu outros personagens no programa, mas sempre voltava à velha. O ator morreu em 2001, aos 64 anos.

Vera Verão (Jorge Lafond)
Vera era um homossexual afetado que dizia que “passava mal” todas as vezes que se encontrava com beldades masculinas ou personalidades da moda. O encontro dele com Roberta Close, por exemplo, fez sucesso quando exibido. O personagem esteve na Praça cerca de 10 anos. Lafond morreu em 2003, aos 50 anos.

Jeca Gay (Moacyr Franco)
Atualmente no ar. O experiente humorista vive um matuto que cresceu trabalhando na lavoura. Com dificuldades de se adaptar à cidade grande, ele se sente explorado pelo chefe, Malão.


Batoré (Ivanildo Nogueira)
Até pouco tempo, o caipira Batoré divertia o público do programa com piadas sobre ele mesmo. Baixinho, gordo e com sotaque característico, era um prato cheio para um stand up. Depois de 18 anos no SBT, o humorista foi demitido e, agora, está no elenco de Velho Chico, novela da Globo.

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