Você se lembra? Adaptação do 'A vida como ela é' foi sucesso na tevê
Baseado nas crônicas cheias de malícia de Nelson Rodrigues, A vida como ela é trazia situações do cotidiano com um time de grandes atores
Alexandre de Paula- Especial para o Correio
Publicação:27/11/2016 06:30Atualização: 25/11/2016 17:31
![Guilherme Fontes e Malu Mader eram algumas das estrelas do elenco do seriado (Reprodução internet) Guilherme Fontes e Malu Mader eram algumas das estrelas do elenco do seriado (Reprodução internet)](http://imgsapp.df.divirtasemais.com.br/app/noticia_133890394703/2016/11/27/157889/20161125130134491870a.jpg)
Guilherme Fontes e Malu Mader eram algumas das estrelas do elenco do seriado
Baseada em contos e crônicas que Nelson Rodrigues escrevia no jornal Última hora, entre os anos de 1951 e 1961, a série A vida como ela é foi uma produção da Rede Globo exibida no Fantástico em 1996. Foram 40 episódios adaptando textos do Anjo Pornográfico, cada um deles com oito minutos.
A duração dos episódios, inclusive, era um dos desafios do projeto. Transformar as histórias cotidianas e cheias de malícia de Nelson Rodrigues para um tempo tão curto poderia ser complicado.
Daniel Filho, diretor da atração, comentou justamente isso no livro O circo eletrônico. “Sobre o texto de A vida como ela é basta dizer que Nelson Rodrigues é a melhor escola em que qualquer autor pode querer estudar. A dificuldade era contar bem a história em sete ou oito minutos. E Euclydes Marinho acertou na mosca!”
Reduzido, o elenco trazia quase que só estrelas, que se revezavam em cada episódio. Malu Mader, Tony Ramos, Maitê Proença, Cássio Gabus Mendes, Laura Cardoso, José Mayer, Guilherme Fontes e Antônio Calloni eram alguns deles. Além da narração de Hugo Carvana, no primeiro episódio, e de José Wilker nos outros.
Sem especificar datas, o enredo se passava provavelmente entre os anos 1950 e 1960, com um cenário que sugeria a época, mas deixava margem também para inserções contemporâneas. Cada episódio contava uma história completa de Nelson, que trazia temas como adultério, morte, desejos reprimidos, ciúmes e amores passionais.
Gravada toda em 35mm, a série tinha uma pegada cinematográfica, que ficava evidenciada principalmente pelos enquadramentos e pela luz da fotografia de Edgar Moura. Parte do figurino era compartilhado pelos atores. A figurinista Marília Carneiro teve ideia de criar uma arara com camisas brancas e saias pretas (já que todos os atores tinham tipos físicos parecidos) que poderiam ser usados pelo elenco.
Curiosidades
Música
A trilha sonora que acompanhava os episódios tinha nomes brasileiros, como as cantoras Elis Regina, Maysa e Nana Caymmi, e internacionais, como Ray Charles.
De novo
A série foi reapresentada na Globo em outras duas ocasiões. Primeiro em janeiro de 1997, aos sábados. Depois, em julho de 2001, depois do Programa do Jô.
Na tevê
A vida como ela é não foi a única adaptação de Nelson Rodrigues para a televisão. A novela O homem proibido e as minisséries Meu destino é pecar e Engraçadinha também se basearam em textos do autor.