Relembre os pares românticos de Regina Duarte
A namoradinha da tevê comemora 70 anos neste domingo
Vinicius Nader
Publicação:05/02/2017 06:00Atualização: 03/02/2017 14:00

Regina Duarte e Cláudio Marzo em 'Irmãos Coragem': par constante na carreira da atriz
Difícil (para não dizer impossível) contar a história da novela brasileira sem falar em Regina Duarte. Polêmica fora das telas, a atriz é praticamente uma unanimidade quando está em cena. Para homenagear a diva, que completa 70 anos, o TV + lembra os pares românticos mais representativos dela. Foram parcerias com nomes como Cláudio Marzo e Antônio Fagundes que fizeram o país suspirar e torcer pela namoradinha do Brasil.
Senhor Duarte
Cláudio Marzo bem que poderia ser chamado assim, pois foram vários os pares românticos formados por ele e Regina. Véu de noiva (1969) marcou a estreia da atriz na Globo, já ao lado de Marzo.
Um dos mais representativos casais talvez tenha sido o da primeira versão de Irmãos Coragem (1970), de Janete Clair. Eles viviam Ritinha e Duda e chocaram o país porque ela engravida dele antes do casamento. Como ele vive no Rio de Janeiro, onde é jogador de futebol, Ritinha tem que deixar o interior ao se casar com Duda. Durante a novela, Regina acabou engravidando na vida real, do primogênito, André.
O par com Cláudio Marzo se repetiu no ano seguinte, em Minha doce namorada, trama que deu a Regina o título de Namoradinha do Brasil. O amor de Patrícia e Renato, porém, só foi concretizado no fim da trama, com direito a torcida popular. Ela passa a trama inteira atrás do estudante que havia conhecido em Ouro Preto.
Em Carinhoso (1973), o personagem de Marzo, Humberto, teve que disputar o coração de Cecília com o irmão, Eduardo (Marcos Paulo).

Ao lado de Francisco Cuoco: 100%de audiência
Um amor esperado
“Cuoco e Regina finalmente juntos!”. A publicidade de Legião dos esquecidos (1968) mostrava o quanto a união de Francisco Cuoco e Regina Duarte era esperada. A trama da Excelsior e escrita por Raimundo Lopes não fez sucesso, mas trazia a atriz como Regina Célia e ele como Felipe, um homem misterioso que chegava à cidade de Esperança.
Embora a novela não tenha decolado, a química com Cuoco aconteceu e se repetiu em 1972, num dos maiores sucessos da carreira deles, Selva de pedra. Mesmo que a relação entre Simone e Cristiano não fosse das melhores — ele a trocou por Fernanda (Dina Sfat) e ela saiu do país — havia torcida por eles. Na volta, ela assume a identidade da irmã e deixa Cristiano louco. A cena em que Simone é desmascarada entrou para a história da novela brasileira por render 100% de audiência. Dez anos depois, os atores estiveram juntos em Sétimo sentido, de Janete Clair.

'Vale tudo' é uma das novelas mais marcantes da Globo
Dificuldades com a censura
Logo de saída, a novela Nina (1977) enfrentou dificuldades. Era para ser exibida Despedida de casado, mas a censura não permitiu. Com isso, Nina foi produzida a toque de caixa. Assim, Regina Duarte e Antônio Fagundes formaram o primeiro casal deles, Nina e Bruno. A novela também sofreu com a censura.
Em 1988, Regina e Fagundes voltam a se apaixonar um pelo outro na clássica Vale tudo. A batalhadora Raquel encontra em Ivan o grande amor. Mas o casamento deles termina por causa de Heleninha Roitman (Renata Sorrah), sendo reatado somente no fim da trama.
A vida de Helena e Atílio também não foi fácil em Por amor (1997). Num ato defendido por ela como sendo de amor, Helena troca, na maternidade, o filho deles, saudável, pelo da filha, Eduarda (Gabriela Duarte), natimorto. Quando descobre o que houve, o casamento deles, que não estava na melhor fase, desanda de vez.

'Roque Santeiro' é um dos marcos da carreira da atriz
Um país dividido
O Brasil esperou 208 capítulos para, somente no 209º episódio, saber se a Viúva Porcina ficaria com Roque Santeiro (José Wilker) ou com Sinhozinho Malta (Lima Duarte). A novela Roque Santeiro (1985) não deixou apenas Porcina, um dos melhores papéis de Regina, dividida. O país não sabia direito por quem torcer e havia bolões para saber o fim da trama de Dias Gomes, quando Roque fica sozinho e Porcina opta por Sinhozinho Malta.

'Malu mulher' discutia temas polêmicos para as décadas de 1970 e 1980
Antes só…
Uma mulher independente, trabalhadora que cuida sozinha da filha adolescente. Como se não bastasse, desquitada. Assim era Malu, protagonista do seriado Malu mulher (1979). O que parece normal hoje fez o Brasil conhecer uma nova condição feminina. Era o início da entrada da mulher no mercado de trabalho, os primeiros anos da lei do divórcio.
O seriado fez muito sucesso ao abordar sem medo assuntos como separação, aborto, gravidez na adolescência, violência contra a mulher e muitos outros. De quebra, rendeu um musical com estrelas da MPB, como Elis Regina, Gal Costa e Maria Bethânia. Um marco na dramaturgia nacional e na carreira de Regina Duarte.