Chef Francisco Ansiliero relembra histórias de sua carreira no mundo gastronômico
Os casos que o chef coleciona neste tempo são saborosas. Confira algumas delas!
Rebeca Oliveira
Publicação:27/02/2015 06:14Atualização: 26/02/2015 13:44
O ano passado teve um sabor especial para Francisco Ansiliero. Foi quando o reconhecido chef completou 26 anos à frente das panelas do Dom Francisco - e iguala a experiência ao período em que foi mestre e professor de psicologia. "Houve um empate no tempo que exerci cada profissão", comenta. Nascido em Videira, um pequeno município de Santa Catarina, antes de vir para Brasília, também viveu em outras cidades do país. São Paulo, Rondônia e Porto Velho foram algumas delas. A migração constante reverbera nas deliciosas receitas que Francisco cria. As histórias que o chef coleciona neste tempo são saborosas. Confira algumas delas!
Beaujolais x brocolé
"Certa vez um cliente chegou ao Dom Francisco e pediu ao garçom um vinho brocolé. O sommelier pensou: ele deve ter ouvido falar em Beaujolais (região francesa conhecida pela excelente produção vinícola). Acho que é isso que ele quer dizer. Então, levou uma garrafa a ele. O cliente leu o rótulo e falou: ainda bem que, com meia palavra, você matou toda a charada. Os dois riram bastante. Até hoje ele frequenta o Dom Francisco. Aprendeu o nome correto e entende um pouco de vinho."
"Quando o restaurante era novo na cidade e a equipe ainda estava em formação, um cliente pediu um surubim e outro, um bacalhau na brasa. Na hora de servir, o garçom se confundiu e inverteu os pratos. Quando cheguei às mesas para tentar desfazer o equívoco, quem acidentalmente comia surubim, falou que aquele era o melhor bacalhau que tinha provado na vida. Aos risos, comentei com o garçom: se ele gostou, tudo bem, deixe pagar. Ambos elogiaram, mesmo degustando o prato errado. Algumas vezes, os clientes vão a restaurantes para comer algo que eles nem se quer sabem o que é."
Versão econômica
"Há também quem pergunte ao garçom: esse prato individual serve quantas pessoas? São fatos interessantes e que têm acontecido menos hoje. O Brasil evoluiu muito em seu padrão de alimentação e o público consumidor está conhecendo e dando valor à gastronomia. Ela está mais acessível! Se uma picanha black angus custa R$ 63, você encontra uma mais modesta, ao custo de R$ 20. Eu diria que qualquer prato tem sua versão econômica - e igualmente deliciosa. Por isso, estou sempre à disposição para melhorar a forma que as pessoas comem."
Temperador oficial
"Sempre tive envolvimento com gastronomia. Minha família é italianíssima, bem tradicional. Em casa, a comida era uma tarefa comunitária. Todo mundo se envolvia com as preparações. Eu não programei, mas fui levando essa experiência de manipular receitas a sério. Aos 11 anos, minha mãe me chamava para temperar frangos. Ganhei a fama de preparar o tempero mais gostoso da turma. Virei o temperador oficial da família. Fui vivendo cada etapa intensamente e, quando abri meu primeiro restaurante, tinha apenas garra para trabalhar e fazer ele dar certo. Sou autodidata, não tenho formação acadêmica, mas sempre pesquiso produtos e pratos de todas as regiões por onde passo. Eu viajei - e viajo - muito. Costumo dizer que gosto de carregar pedras: com humildade, procuro conhecer e me dedicar à elaboração de produtos em cada lugar que vou. Justamente por isso, recentemente lancei uma série de receitas com sotaque amazônico. A convivência com cozinheiros daquela região me deixou muito fascinado. Procuro valorizar as maiores e mais gostosas combinações da culinária nacional. São misturas simples, mas que dão água na boca até do cliente acostumado a pratos mais requintados."
Onde comer
Dom Francisco
(Setor de Clubes Sul, Trecho 2, Conjunto 31, Asbac; telefone 3224-8429), aberto de segunda a sábado, das 12h à 0h; e domingo, das 12h às 17h; (Park Shopping, Praça de alimentação; telefone 3363-3079), aberto diariamente, das 11h30 às 20h; (Shopping Pátio Brasil, Setor Comercial Sul, Quadra 7, Bloco A, loja 255; telefone 3322-1071), aberto diariamente, das 11h30 às 22h30; (402 Sul, Bloco B, lojas 9 a 15; telefone 3224-1634), aberto diariamente das 12h às 15h30 e das 19h à 0h.
Beaujolais x brocolé
"Certa vez um cliente chegou ao Dom Francisco e pediu ao garçom um vinho brocolé. O sommelier pensou: ele deve ter ouvido falar em Beaujolais (região francesa conhecida pela excelente produção vinícola). Acho que é isso que ele quer dizer. Então, levou uma garrafa a ele. O cliente leu o rótulo e falou: ainda bem que, com meia palavra, você matou toda a charada. Os dois riram bastante. Até hoje ele frequenta o Dom Francisco. Aprendeu o nome correto e entende um pouco de vinho."
Saiba mais...
Pratos invertidos"Quando o restaurante era novo na cidade e a equipe ainda estava em formação, um cliente pediu um surubim e outro, um bacalhau na brasa. Na hora de servir, o garçom se confundiu e inverteu os pratos. Quando cheguei às mesas para tentar desfazer o equívoco, quem acidentalmente comia surubim, falou que aquele era o melhor bacalhau que tinha provado na vida. Aos risos, comentei com o garçom: se ele gostou, tudo bem, deixe pagar. Ambos elogiaram, mesmo degustando o prato errado. Algumas vezes, os clientes vão a restaurantes para comer algo que eles nem se quer sabem o que é."
Versão econômica
"Há também quem pergunte ao garçom: esse prato individual serve quantas pessoas? São fatos interessantes e que têm acontecido menos hoje. O Brasil evoluiu muito em seu padrão de alimentação e o público consumidor está conhecendo e dando valor à gastronomia. Ela está mais acessível! Se uma picanha black angus custa R$ 63, você encontra uma mais modesta, ao custo de R$ 20. Eu diria que qualquer prato tem sua versão econômica - e igualmente deliciosa. Por isso, estou sempre à disposição para melhorar a forma que as pessoas comem."
Temperador oficial
"Sempre tive envolvimento com gastronomia. Minha família é italianíssima, bem tradicional. Em casa, a comida era uma tarefa comunitária. Todo mundo se envolvia com as preparações. Eu não programei, mas fui levando essa experiência de manipular receitas a sério. Aos 11 anos, minha mãe me chamava para temperar frangos. Ganhei a fama de preparar o tempero mais gostoso da turma. Virei o temperador oficial da família. Fui vivendo cada etapa intensamente e, quando abri meu primeiro restaurante, tinha apenas garra para trabalhar e fazer ele dar certo. Sou autodidata, não tenho formação acadêmica, mas sempre pesquiso produtos e pratos de todas as regiões por onde passo. Eu viajei - e viajo - muito. Costumo dizer que gosto de carregar pedras: com humildade, procuro conhecer e me dedicar à elaboração de produtos em cada lugar que vou. Justamente por isso, recentemente lancei uma série de receitas com sotaque amazônico. A convivência com cozinheiros daquela região me deixou muito fascinado. Procuro valorizar as maiores e mais gostosas combinações da culinária nacional. São misturas simples, mas que dão água na boca até do cliente acostumado a pratos mais requintados."
Onde comer
Dom Francisco
(Setor de Clubes Sul, Trecho 2, Conjunto 31, Asbac; telefone 3224-8429), aberto de segunda a sábado, das 12h à 0h; e domingo, das 12h às 17h; (Park Shopping, Praça de alimentação; telefone 3363-3079), aberto diariamente, das 11h30 às 20h; (Shopping Pátio Brasil, Setor Comercial Sul, Quadra 7, Bloco A, loja 255; telefone 3322-1071), aberto diariamente, das 11h30 às 22h30; (402 Sul, Bloco B, lojas 9 a 15; telefone 3224-1634), aberto diariamente das 12h às 15h30 e das 19h à 0h.