Programa Som Brasil levou costumes do interior para a cidade grande
A atração, de 1981, trouxe ao grande público, música regional, danças histórias e muitos causos
Ataide de Almeida Jr.
Publicação:19/07/2015 06:09
"Corre um boato aqui donde eu moro, que as mágoas que eu choro são mal ponteadas. Que no capim mascado do meu boi, a baba sempre foi santa e purificada.” Com esses versos da música Vide vida marvada, entrava no ar o programa Som Brasil, que teve a versão original exibida entre 1981 e 1989, pela TV Globo. A atração, que ia ao ar aos domingos pela manhã, tinha o objetivo de divulgar a música regional, o sertanejo de raiz, o cancioneiro do Sul e os ritmos do interior de todos os cantos do país.
A música sempre foi a principal atração do Som Brasil, inclusive recebendo convidados famosos, como Dominguinhos, Luiz Gonzaga e Chico Buarque. No entanto, o programa era pontuado por causos, danças e até mesmo por pequenos documentários sobre os mais diversos assuntos.
O programa fez tanto sucesso, que, no ano seguinte, ganhou duas horas de duração. Em 1984, após três anos no comando da atração, Rolando Boldrin deixa o Som Brasil, pois estava insatisfeito com relação ao horário do programa. No seu lugar, assume o ator Lima Duarte.
A partir daí, houve aquela tradicional alteração no cenário e em alguns quadros para deixar o show com a cara do novo apresentador. Segundo o site Memória Globo, foram realizadas mais gravações externas em campos e roças para buscar manifestações da cultura regional. Lima passou a contar mais histórias e recitar trechos de escritores.
Amanheceu, peguei a viola, de Renato Teixeira, na voz de Almir Sater, passou a ser a música de abertura em 1986. A atração, a partir de então, passou a buscar artistas urbanos, mas que tinham referências no campo. Ainda ampliaram o uso de externas.
Dois anos depois, a direção do programa foi passada para Adriana Stuart. No entanto, em 1989, a atração saiu do ar. Em oito anos de Som Brasil, apenas um disco com os principais convidados foi lançado.
TV Cultura
Rolando Boldrin conta, em sua página oficial, que, antes de estrear na TV Globo, a TV Cultura o convidou para apresentar um programa sertanejo, bem parecido com o Som Brasil. No entanto, ele recusou a proposta, alegando que “a amplitude do meu projeto musical era exatamente o contrário do histórico Viola minha viola. Tinha a ideia de um grande mapeamento musical e cultural”. Boldrin conta ainda que foi responsável por indicar para o lugar dele Inezita Barroso e Moraes Sarmento.
Novo formato
Em 1993, a TV Globo trouxe de volta o programa. Desta vez, manteve-se apenas o nome da atração, e o formato foi completamente alterado. Em vez de procurar por artistas do meio sertanejo ou do interior, a atração concentrava shows temáticos em homenagem a diferentes artistas. O novo Som Brasil foi ao ar até 1998. Em 2007, retorna à programação, ainda com reverências a cantores, mas em formato de temporadas.
Prêmios
Segundo o site Memória Globo, o Som Brasil foi ganhador de vários prêmios. Em 1982, levou o troféu de melhor programa de tevê, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), e foi eleito Destaque de Marketing Rural pela Associação Brasileira de Marketing. Boldrin também recebeu os títulos de Cidadão Carioca, Cidadão Paulistano e Personalidade do Ano. Até mesmo na antiga União Soviética a atração foi homenageada e ganhou o prêmio de Melhor Programa de Televisão do Mundo de Cultura Popular.
A tradição da cultura popular brasileira era o foco do Som Brasil, eleito o melhor programa rural do mundo por associação soviética
Saiba mais...
O formato foi criado pelo ator, cantor, compositor e contador de causos dos tipos humanos brasileiros - como descreve a própria biografia em sua página oficial -, Rolando Boldrin. Famoso por já fazer parte desse universo, Boldrin ofereceu o programa à emissora carioca e virou apresentador e direto musical da atração. A música sempre foi a principal atração do Som Brasil, inclusive recebendo convidados famosos, como Dominguinhos, Luiz Gonzaga e Chico Buarque. No entanto, o programa era pontuado por causos, danças e até mesmo por pequenos documentários sobre os mais diversos assuntos.
O programa fez tanto sucesso, que, no ano seguinte, ganhou duas horas de duração. Em 1984, após três anos no comando da atração, Rolando Boldrin deixa o Som Brasil, pois estava insatisfeito com relação ao horário do programa. No seu lugar, assume o ator Lima Duarte.
A partir daí, houve aquela tradicional alteração no cenário e em alguns quadros para deixar o show com a cara do novo apresentador. Segundo o site Memória Globo, foram realizadas mais gravações externas em campos e roças para buscar manifestações da cultura regional. Lima passou a contar mais histórias e recitar trechos de escritores.
Amanheceu, peguei a viola, de Renato Teixeira, na voz de Almir Sater, passou a ser a música de abertura em 1986. A atração, a partir de então, passou a buscar artistas urbanos, mas que tinham referências no campo. Ainda ampliaram o uso de externas.
Dois anos depois, a direção do programa foi passada para Adriana Stuart. No entanto, em 1989, a atração saiu do ar. Em oito anos de Som Brasil, apenas um disco com os principais convidados foi lançado.
TV Cultura
Rolando Boldrin conta, em sua página oficial, que, antes de estrear na TV Globo, a TV Cultura o convidou para apresentar um programa sertanejo, bem parecido com o Som Brasil. No entanto, ele recusou a proposta, alegando que “a amplitude do meu projeto musical era exatamente o contrário do histórico Viola minha viola. Tinha a ideia de um grande mapeamento musical e cultural”. Boldrin conta ainda que foi responsável por indicar para o lugar dele Inezita Barroso e Moraes Sarmento.
Novo formato
Em 1993, a TV Globo trouxe de volta o programa. Desta vez, manteve-se apenas o nome da atração, e o formato foi completamente alterado. Em vez de procurar por artistas do meio sertanejo ou do interior, a atração concentrava shows temáticos em homenagem a diferentes artistas. O novo Som Brasil foi ao ar até 1998. Em 2007, retorna à programação, ainda com reverências a cantores, mas em formato de temporadas.
Prêmios
Segundo o site Memória Globo, o Som Brasil foi ganhador de vários prêmios. Em 1982, levou o troféu de melhor programa de tevê, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), e foi eleito Destaque de Marketing Rural pela Associação Brasileira de Marketing. Boldrin também recebeu os títulos de Cidadão Carioca, Cidadão Paulistano e Personalidade do Ano. Até mesmo na antiga União Soviética a atração foi homenageada e ganhou o prêmio de Melhor Programa de Televisão do Mundo de Cultura Popular.